Fala, galera! Nesse fim de semana rolou o tão esperado Campeonato Brasileiro de Jiu-jitsu CBJJ. Foram em média de 7 mil atletas inscritos, dentre eles 2 mil crianças e 5 mil adultos. Costumamos dizer que este é o evento de jiu-jitsu mais difícil do mundo, pois, os melhores do nosso esporte ainda estão aqui.
Como sabemos, boa parte dos atletas brasileiros não têm condições de lutar o Mundial IBJJF na Califórnia, apesar de ser o sonho dourado de muitos. Muitos deles lutam apenas eventos regionais e o Brasileiro, e é por essa razão que achamos esse campeonato um dos mais mágicos e surpreendentes eventos de jiu-jitsu do mundo.
Estivemos (Samanta e Carol) de quarta a domingo no ginásio fazendo a cobertura das lutas, e podemos dizer, sem dúvida alguma: ELAS DERAM UM SHOW! Do mirim ao master 7, pudemos ver lutas muito movimentadas, bonitas e muito jiu-jitsu em ação. Não é mais só o adulto que se destaca, temos momentos marcantes em todas as categorias. Sinônimo de crescimento do nosso jiu-jitsu!
Sem mais delongas, vamos aos destaques:
Na faixa azul, podemos destacar a categoria médio, que teve 25 meninas inscritas e lutas muito boas. Vitória para a Thais Lopes, que finalizou todas as lutas com um lindo armlock.
Os absolutos roxa e azul, que aconteceram no mesmo dia, tiveram lutas muito disputadas e que davam gosto de ver. Na faixa azul, Mayara Moreira, da GF Team, que tinha ficado em 3º lugar na categoria pesado, foi a campeã. Na faixa roxa, um fenômeno da nova geração, Gabrieli Pessanha, foi a campeã do super pesado e do absoluto, levando dois ouros para casa em seu primeiro ano na categoria adulto, finalizando Mayara Oishi, da Checkmat com um estrangulamento das costas na final. Esse nível tão bom já nas faixas azul e roxa nos mostram que o jiu-jitsu feminino cresce muito a cada ano que passa e que tem muita coisa boa por vir. Imagina toda essa galera na faixa preta?
Na faixa marrom, alguns nomes já conhecidos levaram as categorias. As campeãs foram: Mayssa Bastos (pluma), Gabriela Fechter (pena), Brenda Heller (leve), (médio), Melissa Stricker (meio-pesado), Izadora Cristina (pesado) e Heloisa Rodrigues (pesadíssimo). As semifinais do absoluto foram Thamara x Heloisa, que terminou em vitória para Thamara por decisão dos árbitros, e Gabi Fechter x Izadora. Apesar da diferença de tamanho, Gabi surpreendeu Izadora e as duas protagonizaram um lutão, mas Iza saiu com a vitória. A esperada final foi decidida com uma finalização de leg lock e Thamara ficou muito emocionada com o segundo ouro no Brasileiro 2018.
Na faixa preta, ainda temos menos mulheres competindo. O que é esperado, já que o boom do jiu-jitsu feminino aconteceu de “pouco” tempo para cá, então as meninas ainda não chegaram lá. Mas sempre queremos ver mais pretas lutando, é claro. Mesmo sem tantas competidoras, como vemos na faixa azul e roxa, as lutas são de tirar o fôlego, fazendo jus à graduação. As campeãs das categorias foram: Liliane dos Reis (galo), Alliny Karen (pluma), Bianca Basilio (leve), Éricka Almeida (médio), Carina Santi (meio-pesado), Claudia do Val, que ganhou a final da categoria por vantagem (pesado), Jéssica Flowers (super pesado) e Tayane Porfírio (pesadíssimo).
No absoluto preta, também vimos lutas muito boas, seja no adulto ou no master. Umas com finalizações, outras decididas por um mínimo detalhe. O importante é que teve muito jiu-jitsu. Claudia do Val ganhou de Jéssica Flowers em uma semifinal e Tayane Porfírio passou pela experiente Fernanda Mazzelli na outra, na categoria adulto. As duas fecharam a final no domingo, com a medalha de ouro ficando com Tayane.
Na noite de sábado, tivemos uma surpresa daquelas no pódio. Primeiro, a luta em si já chamou atenção de quem estava no ginásio. Categoria faixa marrom master 7. Isso mesmo, provando que o jiu-jitsu é para TODOS. Para completar, a vencedora, Nair Motta, subiu no pódio e foi graduada à faixa preta. Que emoção, não é? Neste link, a May Munhos contou um pouco sobre essa história inspiradora.
Foi um Brasileiro emocionante, cheio de sorrisos, risadas, choros, encontros e reencontros. Vimos muitas meninas e mulheres rindo e chorando, muitos abraços, muitos sentimentos à flor da pele. Afinal, é um só por ano e todo o trabalho feito ao longo do ano é posto à prova. É esse show de emoções que faz o nosso esporte ser tão especial. Parabéns a todos que vieram de longe, se inscreveram, lutaram, tentaram… para quem levou medalha, parabéns! Para quem voltou “sem nada” pra casa, parabéns em dobro. Nós sabemos o quanto é difícil se preparar, treinar, bater peso, vencer os medos, a ansiedade e todos os obstáculos para chegar até aqui. E, na verdade, ninguém volta sem nada. No mínimo, a vontade de vencer cresce ainda mais para o próximo ano e leva também uma experiência e tanto na bagagem. Até o próximo Brasileiro. Oss!
Texto: Samanta Fonseca e Carolina Lopes
Confira aqui as fotos do campeonato na nossa página do Facebook.
Fonte/resultados: IBJJF