Setembro Amarelo é uma campanha iniciada pelo Comitê de Valorização da Vida (CVV) para conscientizar a sociedade a respeito do suicídio e buscar maneiras de preveni-lo. Além disso, sempre são discutidas questões que caminham lado a lado com o debate sobre suicídio, como ansiedade e depressão.
Já falei por aqui sobre ansiedade, que é algo que me acompanha desde mais nova. Não é fácil escrever sobre isso. Nem sempre conseguimos traduzir em palavras tudo que se passa na nossa cabeça. Seja para explicar a alguém próximo, seja para escrever um texto.
O Setembro Amarelo tem também o importante papel de colocar esses assuntos na pauta da sociedade. Pois o simples fato de falar sobre isso é um tabu, principalmente quando se trata de suicídio. Para quem está nessa situação, é preciso ter muita coragem e força para entender o que se passa na mente e conseguir se abrir.
Geralmente, os sentimentos dessas pessoas são subestimados. “Depressão? É falta de Deus. Ansiedade? É frescura” e por aí vai. Mas só quem passa por isso sabe o quanto é difícil. Então, no mínimo, não diminua o sentimento de alguém sem saber pelo que aquela pessoa está passando.
Há um ano eu comecei na terapia e o que eu penso hoje é “por que não iniciei antes?”. Ter um espaço seguro para falar é muito importante. E já está mais do que na hora de pararmos de achar que psicólogo é coisa pra maluco. Esse pensamento é bem ultrapassado. Inclusive, a psicologia do esporte avança cada vez mais e tem papel importantíssimo para atletas.
Além de várias outras coisas, minha terapeuta me ajuda muito com a minha relação com o jiu-jitsu. Fiquei 6 meses sem treinar e 9 meses sem competir por conta de uma lesão no ombro. Estar na psicóloga foi fundamental nesse processo.
Sabemos que o jiu-jitsu é um poderoso instrumento não só para a nossa saúde, mas para o bem-estar e nossa vida por inteiro. É como diz aquela famosa frase: o jiu-jitsu não é só um esporte, é um estilo de vida. Vários são os benefícios da arte suave para ajudar em momentos como esses de crises de ansiedade e depressão, como autoconhecimento, autoconfiança e autoestima.
Não deixe o treino virar algo negativo
Porém, hoje vamos falar de um lado que também pode acontecer, principalmente com atletas, sejam profissionais ou amadores. O ponto em que o jiu-jitsu vira mais uma questão que contribui para o seu estado mental não ficar bom. Na verdade, não é o jiu-jitsu em si, mas a forma como você lida com aspectos como lesão, campeonatos, resultados, rendimento e performance.
Já abordamos aqui sobre mental coach e a importância de estarmos bem não só fisicamente, mas mentalmente também. Sabemos que existem treinadores ruins em todos os esportes, mas, muitas vezes, o próprio atleta que acaba se cobrando demais. Enquanto seus professores querem, em primeiro lugar, que os alunos lutem bem e consigam passar para o tatame da competição o que aprendem nos treinos.
É normal ter um pouco de nervosismo nas competições. O que não pode acontecer é deixar se levar pela pressão de ter um bom resultado. Quando isso acontece, a ansiedade vai tomar conta de tudo. Se você não conseguir ir bem naquele campeonato que colocou como meta, a situação só vai piorar. Seu objetivo deve ser a longo prazo. Querer ser boa(bom) atleta vai muito além de resultados, especialmente no jiu-jitsu, pois os mais graduados são sempre exemplo para os menos graduados.
No caso de lesões, como aconteceu comigo, o primeiro passo é aceitar e se cuidar. Não adianta insistir e achar que com o tempo vai passar. Paciência é a palavra chave quando a gente se machuca. Eu fiquei bem chateada indo para os treinos só fazer posição enquanto todos treinavam, lutavam. Se você não trabalhar isso na sua mente, pode evoluir para algo pior. Querer se afastar dos tatames, se isolar, ter crises de ansiedade, desenvolver uma depressão.
Sinta-se bem
É essencial que você esteja feliz e se sinta bem ao ir treinar. Uma autocobrança muito grande pode ter o efeito negativo e transformar o treino em algo que não te agrada, que é uma obrigação chata. Porque se os resultados não aparecerem, sua cobrança só vai aumentar, seu estado mental só vai piorar e, consequentemente, você não vai se sentir bem e à vontade treinando. Quando você não se sente bem em um ambiente, isso pode ir se desenvolvendo e até chegar a possíveis crises de pânico ou ansiedade.
“Nossa, mas você está exagerando, eu nunca passei por isso”. Bom para você! Mas nunca se sabe se alguém que treina com você está passando por isso ou algo parecido. Como falei, essas questões não podem ser minimizadas ou subestimadas. Tente praticar a empatia, ou seja, coloque-se no lugar do outro.
É difícil alguém se abrir em relação a isso, mas às vezes percebemos quando a pessoa está mal. Não insista em saber o que é, pode ser que ela não queira falar. Mas, coloque-se à disposição para ajudar, seja solidário, para que a pessoa saiba que pode recorrer a você caso precise.
Portanto, se cobre menos. Faça do jiu-jitsu algo positivo na sua vida, que te ajude a sair de situações difíceis e não que colabore para aumentar suas angústias.
Nossos canais estão sempre disponíveis para quem quiser mandar mensagem desabafando ou apenas conversar. Muita gente pode estar passando pelo mesmo que você, não tenha vergonha de pedir ajuda. Quanto mais a gente falar sobre esses problemas, mais gente vai saber que tem onde buscar apoio.
O CVV disponibiliza canais de apoio emocional e prevenção ao suicídio no site ou pelo número 188. Se for o caso, procure ajuda profissional. Falar é a melhor opção.
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