No último fim de semana, aconteceu mais um Open da CBJJ, o Rio Fall. O jiu-jitsu tem uma história antiga com o Rio de Janeiro, que por muito tempo foi a capital da arte suave, com as disputas dos campeonatos mundiais e a geração da década de 90 se destacando. Hoje, nosso esporte atingiu um nível internacional e as competições mais prestigiadas não acontecem mais aqui. Por isso, foi tão bom ver um Rio Open no tradicional ginásio do Tijuca Tênis Clube (aquele da famosa final entre Jacaré e Roger Gracie) com atletas de ponta.
O feminino teve destaques em todas as categorias e faixas pretas que competem no cenário mundial do jiu-jitsu vieram buscar o título, proporcionando lutas intensas e bonitas de se ver. Além de todas as atletas muito experientes, as meninas do juvenil faixa azul vêm mostrando força e fizeram também um belo trabalho. Destaque para Vitoria Camila Silveira, da GF Team, campeã do peso pena e absoluto leve, e Gabrieli Pessanha, da Infight JJ, ouro no peso super pesado e absoluto pesado.
Na categoria adulto da faixa azul, ótimas lutas aconteceram. As atletas estão cada vez mais duras e já na azul temos um nível muito bom. O nome da vez foi Maria Victoria Barbosa, da Nova União. Ela levou o peso super pesado e o absoluto, com e sem kimono, terminando o Rio Fall com quatro ouros! Algumas meninas levaram ouro com e sem kimono, como Nayara Maia, da Gracie Barra, no peso leve e Lúcia Cavalli, da Ns Brotherhood, no médio. Vimos muitas atletas saindo com mais de uma medalha, o que mostra a vontade de lutar e participar também da categoria sem pano.
Se na faixa azul o nível está bom, na roxa as meninas também deram um show! Quem levou os quatro ouros para casa na faixa roxa foi Gabriela Fechter, da CheckMat, que conquistou o peso pena (NOGI no peso leve) e o absoluto com e sem kimono (fechando o absoluto NOGI com sua parceira de equipe Gessica Fong, que levou dois ouros no master 1, peso leve e absoluto). Jessica Caroline, da Caio Terra Association Brasil, fechou o Rio Open com dois ouros no peso pluma, além de dois bronzes nos absolutos com e sem kimono. Na faixa roxa, o número de atletas é menor se comparado à azul, mas muitas meninas se inscreveram e elevaram o nível do feminino com lutas muito duras.
Na faixa marrom, poucas atletas se inscreveram e Mayssa Bastos, da GF Team, foi campeã no meio pesado e no absoluto. Nos campeonatos regionais, geralmente conforme a faixa vai escurecendo, menos mulheres vemos lutando. Mas é para se pensar, quantas atletas faixa marrom estão por aí e não lutaram? Seria por falta de incentivo, ou mesmo questão financeira? Mesmo assim, o jiu-jitsu feminino vem crescendo muito e, por isso, é muito importante ver os campeonatos cheios de mulheres.
Um dos motivos por esse Rio Open ter sido tão especial foram as participações na faixa preta. Não aconteceu de nenhuma categoria ter só uma inscrita e, em todas, o pódio teve pelo menos três pessoas (fora o sem kimono). Bia Mesquita, Nathiely Karoline, Mackenzie Dern, Talita Treta, Karla Hipólito foram os principais nomes na faixa preta. Bia foi quem saiu com dois ouros na categoria de kimono, fazendo uma luta espetacular contra Mackenzie na final (você pode ver em nossa página do Facebook). Na categoria sem kimono, a disputa ficou acirrada entre Talita e Karla, que lutaram as duas finais, tanto no super pesado, quanto no absoluto. Os dois ouros ficaram com Talita Treta.
Foi muito especial cobrir esse campeonato e fiquei muito feliz em ver tão de perto o crescimento do jiu-jitsu feminino e a dedicação cada vez maior das atletas. Sabemos que a diferença em comparação aos homens ainda é grande, em termos de números de inscritos, premiações. Mas as atletas estão fazendo a sua parte e abrilhantando os campeonatos com disputas excelentes.
Para ver todos os resultados do Rio Fall, acesse o link da CBJJ.
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