Insegurança, medo, até mesmo autoestima baixa acabam desestimulando muitas praticantes da arte suave de tentarem competir. Vejo que muitas garotas ficam com receio e por já sermos minoria no esporte, reduz-se ainda mais a quantidade de mulheres que entram em competições.
Mas é aquilo: todas nós deveríamos ao menos uma vez na vida, participar de uma competição. A ideia pode assustar à princípio, mas a sensação é única e também motivadora: o foco pré-campeonato, a adrenalina, a superação de seus próprios limites são alguns dos pontos-chaves quando se trata de competir.
O exemplo mais clichê sobre literalmente ir à luta e talvez até mesmo piegas, é Rocky Balboa. A essência do que a competição pode representar para um atleta é bem exemplificada no clássico filme, ao mostrar um lutador que possui uma visão diferenciada sobre o que é vencer: é a autossuperação, é conseguir descobrir o seu real limite.
Ganhar ou não, é consequência. Ganhar como consequência da dedicação aos treinos, consequência de ter se abdicado daquele final de semana de baladas e focar na dieta para bater o peso, da vontade de comer aquele chocolate e conseguir resistir porque em breve vai ter campeonato e a alimentação precisa estar rigidamente controlada.
De ter estudado assiduamente as posições e ter escutado todos os puxões de orelha do seu Mestre. E sobre perder… Bom, o que é perder afinal? O que é perder quando conseguimos dar o primeiro passo ao nos arriscarmos numa competição, ao encararmos aquele tatame com várias pessoas do lado de fora nos assistindo, com o juiz avaliando cada movimento seu e da sua oponente?
Se você conseguiu dar o primeiro passo, você venceu seus medos, saiu da sua zona de conforto e a sensação de vitória vai aparecer do mesmo jeito, independente do resultado. E numa situação onde não foi possível ganhar, você pode usar isso a seu favor: tentar mais uma vez, focando ainda mais, usando a derrota como motivação para que no próximo campeonato a dedicação venha em dobro.
Competir pela primeira vez traz aquela sensação de “pequena revolução interna”. Você não precisa ser uma competidora e nem viver disso. Mas a experiência é única e valiosa. A experiência de entrar numa competição nos traz ensinamentos que não se limitam somente ao tatame. Nós mulheres vencemos em muitas outras questões cotidianas. Esse é um pequeno passo para ajudar a conhecer a si própria, conhecer os próprios limites, melhorar a autoestima e entender que de frágil, nós não temos nada: que somos fortes, corajosas e a arte suave é um dos alicerces para nos fazer enxergarmos isso.
Boa semana e ótimos treinos à todos.
Oss!