Direitos das mulheres no Jiu-Jitsu: Conheça a Luciana Neder, da CDMJJ

Hoje a conversa é com a Luciana Neder, faixa preta 3° grau da Equipe Carlson Gracie, praticante de jiu-jitsu há 32 anos. Tem como profissão a Neuropsicopedagoga e Prof de Ed Física, e ainda dá aulas de jiu-jitsu para crianças no Abi Rihan, no Rio de Janeiro. Ela é a fundadora da CDMJJ, Comissão de Direitos das Mulheres no Jiu-Jitsu, e nos contou um pouco do surgimento e sua estrutura. Confira a entrevista na íntegra:

Como surgiu a Comissão dos Direitos das Mulheres no Jiu-Jitsu?

Luciana: A Comissão de Direitos das Mulheres no Jiu-Jitsu nasceu pela necessidade de um órgão que represente os interesses das mulheres no jiu-jitsu, e atue como a principal instância de negociação e de observância e monitoramento de seus direitos das mulheres. Lutamos por equidade, respeito e valorização da categoria feminina.

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Como são feitas as denúncias?

Luciana: Por WhatsApp ou e-mail. Pedimos que as vítimas que nos contatam pelo Instagram, possam realizar suas denúncias por e-mail ou WhatsApp, a fim de formalizar o registro de violações dos direitos das mulheres.

Como uma academia é certificada?

O Selo Women Friendly, criado pela CDMJJ, tem o propósito de transformar a cultura de desigualdade de gênero e violência contra a mulher no esporte através da educação mobilizadora e da criação de um protocolo que apoia a equipe a atuar contra condutas não apropriadas no ambiente da sua academia, organização ou do seu evento, garantindo os direitos das mulheres.

Nosso objetivo com este selo é promover relações mais sustentáveis para todas e todos, protegendo as atletas e participantes do jiu-jitsu feminino. Para participar, basta ler o edital (o próximo será publicado no dia 15 de Novembro), preencher um formulário e enviar a certidão negativa de antecedentes criminais. Feito isso, será realizada uma averiguação sobre a(o) interessada(o), e caso aprovada(o), a(o) participante passa por uma capacitação com prova e auditoria.

E qual a diferença entre certificação e o selo?

O selo é aplicável para os responsáveis de academias, e a certificação qualquer pessoa pode realizar. Na aquisição do selo, o responsável participante também recebe o certificado além da placa para colocar na academia, garantindo que ela seja um ambiente que respeite os direitos das mulheres.

Qual recado deixa às mulheres?

Existe uma carência enorme de uma metodologia de iniciação esportiva da mulher por conta da grande desistência no jiu-jitsu. Com isso, a CDMJJ aponta uma necessidade de se criar locais de treinamento e competição que não sejam hostis com as mulheres, assegurando seus direitos.

Isso se constitui pelo fato do jiu-jitsu ser um esporte de predominância masculina e os fatos históricos com relação à cultura do esporte sendo hostil às mulheres, nega a elas oportunidades de promoção, desvaloriza suas contribuições, silencia suas vozes, subestima suas habilidades e as penaliza pelo comportamento pelo qual os homens são recompensados, violando os direitos das mulheres. E por isso, em sua maioria, academias, agremiações, clubes e federações não estão preparadas para atender às demandas das mulheres no esporte.

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Precisamos criar ambientes desportivos onde as mulheres possam prosperar, e para isso precisamos saber exatamente o que estamos enfrentando. Muitas pesquisas já relataram casos de mulheres que já sofreram alguma forma de discriminação com base no gênero no jiu-jitsu, senão assédio direto ou mesmo agressão.

E se você é uma delas, não hesite em denunciar! Nosso WhatsApp é 21 99283-4841 ou email cdmjiujitsu@gmail.com, pois a denúncia é fundamental para a proteção e promoção dos direitos das mulheres no esporte.

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