Jiu-jitsu e maternidade: como foi a minha volta aos treinos

Quem me acompanha aqui há mais tempo sabe, tenho 34 anos, so faixa marrom de jiu-jitsu. Quando se fala em jiu-jitsu e maternidade, ainda me sinto tão inexperiente, apesar de já ser mãe faz um certo tempo. Mas enfim, primeiro vou contar sobre a gravidez e depois o pós parto. Vamos lá:

Gravidez, jiu-jitsu e maternidade

Bem, vou contar um pouquinho para vocês. Descobri a gravidez em março de 2020. Na época, o pai da minha filha, o Tigrão, estava no seminário junto com o Leandro, e fazíamos parte da Brotherhood. Minha menstruação atrasou, e eu desconfiei que poderia estar grávida. Chamei uma amiga, a Carol, para vir em casa e fazer um teste de gravidez. Deu positivo, e eu fiquei muito feliz, mas também tive medo, pois sabia que grávida não podia fazer muitas atividades, principalmente durante a pandemia.

Durante a gestação, eu fiz alguns treinos em casa, mas doía muito o pé da barriga, como uma cólica, então logo percebi que era melhor me preservar e fazer apenas caminhadas e pilates. A pandemia trouxe também desafios financeiros, pois perdi alguns clientes, e o Tigrão parou de dar aulas. No entanto, aproveitei o tempo para trabalhar muito em meus projetos.

Para me acompanhar na gestação eu contratei uma doula, que é uma espécie de enfermeira, que ajuda a lidar com os desafios próximos do parto e também no parto. A minha doula, que se chama Elis, me ajudou muito na reta final da gestação, preparando-me para um parto normal humanizado.

No dia do parto, enfrentei dores intensas, mas com o apoio dela e do meu esposo, consegui ter a nossa filha Giulia por parto normal. Ela precisou ficar na UTI por alguns dias, pois aspirou mecõnio (uma espécie de primeiro cocô do bebê), mas não teve complicações graves.

Ficamos cerca de 5 dias no hospital, comigo amamentando (nas horas em que era permitido) e trabalhando, afinal, não tive licença maternidade, então no outro dia após o parto eu já tinha que atender clientes e entregar conteúdos (sou autônoma e trabalho “em casa”).

Apesar de não ter tido licença maternidade, contamos com o apoio um do outro para cuidar da Giulia e trabalhar. A maternidade é desafiadora, mas vale muito a pena. A Giulia é a nossa maior alegria e hoje, está com dois anos e meio. Não vejo a hora de ver ela treinando junto com a gente!

O jiu-jitsu depois do parto

Eu segui a recomendação médica, no que se trata da relação de jiu-jitsu e maternidade, de esperar 45 dias após o parto para retomar as atividades físicas. Como fiz parto normal, esse retorno foi mais simples, mas infelizmente não é a realidade de muitas mulheres, que precisaram fazer cesárea. 45 dias depois estava lá eu tentando treinar jiu-jitsu novamente. Fomos na garagem de uns amigos, onde fiz uns 3 rolas. Eu devia ter ido mais devagar, mas enfim, fui igual uma doida e minha pressão baixou após o treino kkkk, mas logo fiquei bem.

O maior problema nisso tudo não era nem o retorno pós parto, mas as noites sem dormir, afinal, ela mamou no peito por bastante tempo. Então nessa época ainda era complicado, pois ela dependia muito de mim, então ia muito pouco, pois ficava muito muito cansada. Só voltei, efetivamente, depois do sexto ou sétimo mês, que foi quando coloquei ela na escolinha e o sono dela foi se ajustando e acordando menos durante a noite.

Depois disso, passei um ano mais ou menos cuidando dela sozinha junto com a minha mãe, pois meu esposo recebeu uma proposta para dar aula de jiu-jitsu nos EUA, então de novembro de 2021 até dezembro de 2022, dividi os cuidados dela com a minha mãe até conseguir o documento para viajar, mas esse é um assunto para outro post. Durante esse processo, levei ela para vários seminários e até lutei um campeonato junto com ela, coisa que eu queria muito fazer.

Espero que essa história inspire e ajude outras mães que passam por situações semelhantes. Agradeço, de coração a todas as mensagens carinhosas que recebi nesse meio tempo, foi essencial para que eu voltasse no meu ritmo. Compartilhe se gostou!

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