Ser obrigado a ficar em casa por causa de uma doença que pode matar não é uma coisa muito fácil de lidar. Ainda mais quando se tem três crianças que precisam de atenção e cuidado, além de terem que entender o porquê de estarem presas dentro de casa.
Faz mais de duas semanas que estou em casa com as minhas três filhas. A mais velha tem nove anos e as mais novas, gêmeas, têm três.
Eu e meu marido costumávamos ter uma rotina super ativa. Ele, professor de jiu-jitsu e competidor, arrumava tempo entre as suas aulas para fazer preparação física e estar com a família. Eu treinava jiiu-jitsu de segunda a sexta, também fazia preparação física e o resto do tempo ficava com as filhas.
Para não ficarmos parados acabamos trazendo quatro placas de tatame para casa. Fizemos uma rotina para todos da família de segunda a sexta. Sábado e domingo deixamos livre. Fizemos horários para ver filmes, brincar, comer e pegar sol. O horário que as pequenas assistem filme virou o nosso horário de treino de jiu-jitsu.
A mais velha ficou com aulas de jiu-jitsu nas terças e quintas e de segunda a sexta fazemos as três movimentarem o corpo até ficarem bem suadas. Fazemos isso através de brincadeiras, deixamos elas correrem pela casa, ou dançam, pulam, enfim, o que vale é se divertir e movimentar o corpo.
Sei da importância do exercício e do sol para manter a imunidade alta e por isso me preocupo mais com estes dois momentos do dia.
Lidar com o isolamento social e também com a incerteza diante do futuro não é uma missão simples para ninguém. Mas nós que somos praticantes de uma arte marcial temos o espírito de guerreiro. O guerreiro não treina só o corpo. Treina a mente e o espírito também.
Vamos aproveitar este momento para nos cuidarmos e nos fortalecermos para que depois voltemos melhores do que um dia fomos.