Atleta da Semana: Cintia Estefania Gonzalez

Quando comecei a praticar o jiu-jitsu, logo no começo já sabia que a minha vida não ficaria somente ali na nossa academia. A arte suave tomou uma dimensão enorme em minha vida, em menos de um ano, eu já sabia muito bem em que área eu queria me dedicar, sim eram as regras de arbitragem ao contrário de todos que treinavam comigo. Foi a partir deste ponto que conheci o parajiu-jitsu no qual também me apaixonei e no qual eu sabia pouco ainda.

Neste momento conheci muitas pessoas, entre elas mulheres, muitas não conheço pessoalmente, mas com um grande sorriso no rosto posso afirmar que temos uma grande amizade. Hoje gostaria de destacar uma guerreira na vida e nos tatames: Cintia Estefania Gonzalez, 27 anos, faixa roxa da academia Brasilian Jiu-Jitsu KRATOS SAN LUIS, em San Luis na Argentina.

Conheci a Fanni, através do primeiro texto que escrevi falando sobre o jiu-jitsu e superação,, mas foi na busca constante do conhecimento, que também conheci o Daniel Borges, o principal responsável pelo evento Brasileiro de Jiu-Jitsu Paradesportivo que reuniu 121 inscritos, divididos em 18 classes funcionais. Sim esse foi um marco para o esporte. Este evento foi realizado pela JJPN (Jiu-jitsu Paradesportivo Nacional), Dani me sanou qualquer dúvida que eu pudesse ter, e conseguiu me colocar mais próxima da Fanni, sendo assim nos tornamos  amigas. Hoje tenho verdadeiro orgulho de contar um pouquinho da história dela para vocês através desta entrevista maravilhosa que realizei com ela.

Como você conheceu o jiu-jitsu e há quanto tempo treina?

Conheci o jiu-jitsu depois que sofri um acidente de trânsito, onde perdi minha perna esquerda, mas eu estava muito ativa e, após o acidente, foi uma busca constante em minha vida por um esporte que fizesse me sentir viva novamente e isso já fazem quase 5 anos.

Qual a tua rotina de treinos? Atividades extras, trabalhos e estudos?

Trabalho e estudo à distância, treino 5 dias por semana, trabalho das 7h às 13h, meu treinamento físico é das 14h às 16h e pratico jiu-jitsu das 21h às 22:30h (três à quatro vezes por semana).

Quais as tuas principais dificuldades no esporte e na carreira de atleta?

É um trabalho constante de auto-aperfeiçoamento, há muitas coisas que me custam muito, mas graças aos meus professores e amigos podemos adaptar os exercícios e continuar com eles.

Qual o teu estilo de jogo? E a tua finalização preferida?

Sou especialista em estrangulamento, ainda estou procurando meu jogo de verdade.

Quais benefícios que o jiu-jitsu trouxe para a tua vida?

O jiu-jitsu me trouxe à vida, me ajudou a ter respeito e o conhecimento pleno do meu corpo, me ajudou a entender que apesar da minha dificuldade física sou capaz de fazer tudo e muito mais.

Quais são teus principais títulos e medalhas?

Há um ano, comecei a competir, os torneios que eu sempre fui eram convencionais, eu era a única pessoa com deficiência competindo, consegui o quinto lugar no país do Chile no torneio internacional OPEN CHILE, terceiro lugar no torneio regional na Argentina e primeiro lugar em Florianópolis (competindo pela primeira vez contra pessoas com deficiência).

O que te inspira?

Eu não tenho alguém em particular, todos os para atletas, independente da modalidade que eles praticam me inspiram a superar. Minha filha também foi minha maior inspiração, quero poder mostrar que, independente da condição física de uma pessoa, todos podem alcançar o que é proposto, que somos todos iguais, espero que se sinta orgulhosa de mim.

Pedi para a Fanni deixar uma mensagem para as pessoas que lessem a sua entrevista:

“NÃO IMPORTA A NOSSA APARÊNCIA FÍSICA, O IMPORTANTE É QUE TODOS TENHAMOS UM CORAÇÃO, SOMOS TODOS IGUAIS”

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