Yvone Duarte: pioneira na faixa preta – parte II

No texto anterior falamos um pouco sobre Yvone Duarte, a primeira mulher faixa preta de jiu-jitsu. Hoje iremos falar um pouco mais sobre as histórias e projetos desta professora entusiasta da arte suave e que tanto luta pelas mulheres e pela igualdade de gêneros. Formada como Assistente Social, durante sua vida inteira, a professora claramente casou sua formação técnica-profissional com a arte suave. Vejamos alguns exemplos!

Projeto de Extensão da UnB

Defesa pessoal é uma matéria optativa que está bem instaurada na Universidade de Brasília. A ideia é oferecer em especial às minorias, condições de se defender de situações de agressões que são cada vez mais comuns. Infelizmente essa é uma realidade que, apesar de triste, não pode ser ignorada. Hoje a disciplina conta com 42 alunos no curso. Como professor da UnB eu tive o prazer de não apenas conhecer um pouco sobre o projeto, mas também de participar como colaborador dele. Ideia esta que será mantida em 2019.

A professora Yvone, como entusiasta, quer levar o projeto para inúmeras universidades, não apenas no Brasil, mas como também na América Latina e, quiçá, pelo mundo afora. Sua experiência é muito positiva com defesa pessoal. Já ministrou aulas em Portugal, Itália e outros tantos lugares.

Para muitas pessoas, estas ideias podem parecer inocentes e, mesmo, sem sentido. Mas para quem sofre agressões por não se enquadrar em um padrão pessoal imposto, compreende bem a importância deste projeto.

Jiu-jitsu na vida

A grande sacada do jiu-jitsu é aplicar na vida e não somente no tatame. Por exemplo, em reuniões de trabalho, em situações de confronto moral e outras. O jiu-jitsu deve ser introjetado na vida. Não é dar porrada ou ganhar campeonatos.

Como Yvone mesmo nos diz: “É quando o jiu-jitsu se apodera de uma maneira que lhe permite resistir e superar alguma força que tenta se apoderar da sua tranquilidade. Essa força contrária é transmutada e eu continuo calma. Uma reunião com uma pessoa agressiva, onde vamos passando a guarda da pessoa com argumentos e chegamos no domínio lateral. O jiu-jitsu te dá essa condição. Neste ponto nos tornamos mestres!”.

Uma vez, saindo de uma festa com uma amiga, a Mestre Yvone precisou usar seus conhecimentos de defesa pessoal. Felizmente não foi para vias de fato. Saindo da festa o agressor puxando e vindo para cima, querendo passar a mão na sua amiga. Yvone se colocou no meio tendo que empurrar o agressor e dizer que chega. Solicitou a sua amiga que continuasse andando.

Reconheci durante a conversa a importância da postura que a professora tanto frisou, frente a essa situação real de estresse. Com certeza o agressor não esperava uma postura firme dela. Mas foi o suficiente para evitar um problema maior. E acredito que o agressor iria se surpreender com o que provavelmente lhe aconteceria se tivesse ido para cima dela.

As lições

Termino dizendo que para mim foi uma honra conversar com essa grande pessoa que é a Mestre Yvone Duarte. Agradeci muito pelo tempo que ela me atendeu e as lições que aprendi. É sempre bom ouvir quem tem experiência na arte suave e na vida. Ela é mestre não apenas por ter 6 graus na faixa preta, mas por aplicar seus conhecimentos em todas áreas de sua vida. E isto é uma grande lição para as leitoras e leitores do Bjj Girls Mag, tanto quanto foi para mim.

Bons treino e boas festas de fim de ano!

E não deixem de treinar! Até ano que vem!

Oss!



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