Nossa atleta desta semana é a faixa azul Marina Mattos, da Oak Jiu-Jitsu Academy. Na verdade, sua história na arte marcial começou com o judô há 11 anos e hoje ela é faixa preta. Ela iniciou no jiu-jitsu há oito meses, mais para não ficar sem treinar, pois as opções de judô no local onde foi morar (Macaé – RJ) eram poucas. Mas logo tomou gosto e quis começar a competir. Por já ser faixa preta de judô e ter começado a competir cedo na arte suave, ela foi logo para a faixa azul no jiu-jitsu (de acordo com a regra, faixa preta de judô não pode competir na branca no jiu-jitsu).
Quando começou na arte suave, estava recém operada e parada também dos treinos de judô, por isso teve algumas dificuldades, mas logo se apaixonou pelo jiu-jitsu. Hoje, a rotina é treinar jiu-jitsu todos os dias, musculação três vezes na semana e CrossFit dois dias. Também treina em pé (judô) uma vez na semana e faz fisioterapia e pilates para ajudar no tratamento e prevenção de lesões. Além disso, tem acompanhamento com nutricionista para seguir uma boa alimentação que ajude no rendimento nos treinos.
Ela conta que umas das principais dificuldades do esporte é por não serem tão visados na mídia, principalmente no caso das mulheres. Sabemos que menos visibilidade é sinônimo de menos patrocínio e apoio. Mas Marina diz que, nesse sentido, o judô leva uma vantagem por ser um esporte olímpico. A arte marcial trouxe muitos benefícios para sua vida: “Sempre fui uma criança gordinha e brigava muito na escola. Mas entrar no judô foi uma escolha minha, que me ajudou a perder peso de uma forma natural”.
Quando perguntamos sobre seu estilo de jogo preferido, a resposta não foi uma surpresa: ela gosta de jogar em pé, passar a guarda e sua finalização favorita é o armlock. Seus principais títulos são: no judô – 3º lugar no campeonato Brasileiro, campeã sul-americana, vice campeã Quebec Open, terceiro lugar Miami Open e no jiu-jitsu – terceiro lugar rio open (sua primeira competição oficial) e campeã da copa sul-americana. No judô, suas maiores inspirações são Rafaela Silva e Raquel Silva e no jiu-jitsu, seus professores Luan Carvalho e Eduardo Campos.
O fato de ser faixa preta e experiente na luta em pé facilita muito seu jogo no jiu-jitsu. O judô também deu uma base em posições no solo. Mas tudo tem seu lado ruim, ela conta: “Minha base em pé é muito boa, por isso fico muito posturada e com isso fica mais fácil de pegarem minha perna”.
A atleta tem muitos objetivos no jiu-jitsu, como chegar à faixa preta e ser campeã mundial. Ela pretende “levar o jiu-jitsu para outras pessoas, fazer o esporte ser mais conhecido, principalmente entre as mulheres”. No judô, ela é professora e conta que no jiu-jitsu também quer dar aulas. “Gosto de trabalhar com crianças e tenho ideias para trabalhar com crianças com deficiências. Tanto o judô, como o jiu-jitsu ajudam muito na formação da criança e podem ajudar no sedentarismo, autismo e depressão”.
Marina deixa uma lição para a gente. Depois de anos no judô e algumas cirurgias, ela decidiu começar de novo e experimentar o jiu-jitsu para não se render e ficar parada. Se apaixonou pelo esporte e pretende fazer a diferença na arte suave. Nunca é tarde para (re)começar e por mais que seja difícil, não podemos nos entregar. Por isso, ela deixa uma mensagem para motivar todo mundo:
Seja qual for o sonho de vocês, seja ele no esporte ou na vida, não desistam e não deixem que ninguém de fora interfira negativamente nos seus planos. Ninguém sabe o que você passou para chegar até onde você está.
Instagram: @narimamattos