Yoga e Jiu-jitsu: quando duas potências se encontram

Alguns possuem dificuldade de concentração, outros, de controle da respiração, ou então, dificuldade em ter um bom alongamento. Sabemos que o jiu-jitsu nos traz desafios muito peculiares: ter pensamento estratégico em situações desagradáveis, como quando estamos em uma posição desconfortável, por baixo, com alguém bem mais pesado por cima, por exemplo. Ou também quando começamos a sofrer com a falta de alongamento para executar algumas posições, já que sabemos que o jiu-jitsu tem muitas posições que exigem esse requisito para serem bem executadas.

A família Gracie já havia descoberto isso e nós estamos só enfatizando: o yoga é um excelente aliado no seu processo de desenvolvimento do jiu-jitsu. Posições desconfortáveis exigem autocontrole e concentração. Exigem também, pensamento estratégico. Afinal, jiu-jitsu é o jogo de xadrez com o corpo. Como ter um pensamento estratégico se agimos com desespero, se não conseguimos controlar nossa respiração, se o fôlego falta, se ficamos ofegantes e desconcentrados?

Treinamentos respiratórios são cruciais para sabermos lidar com momentos como esse. O yoga trabalha tudo isso: respiração, concentração, autocontrole, equilíbrio, alongamento. Características que são muito positivas se aliadas ao jiu-jitsu. Antes de iniciar na arte suave, pratiquei yoga dos 12 aos 16 anos. Hoje em dia, por falta de tempo e diversas outras questões, não consigo vincular o yoga aos meus horários. Porém, a diferença que sinto diversas vezes, vem da herança deixada da época
em que praticava yoga: um bom alongamento, a concentração da mente voltada para a respiração e a calma, são aspectos que sempre tento resgatar do Hatha Yoga – esse era o estilo que eu praticava – e vinculá-los ao meu jiu-jitsu.

A leveza do corpo em exercícios extremamente difíceis, o autocontrole do seu corpo em posições que exigem força e concentração, são fatores que se assemelham à muitas situações que nos encontramos no jiu-jitsu, na hora do rola. Quantas vezes você ficou por baixo rolando com uma pessoa bem mais pesada e a respiração ficou fraca? Como você fez para que essa situação amenizasse? Quantas vezes seu professor não te disse que você estava com o corpo muito “duro” e te faltou um pouco mais de “leveza” nas movimentações? Como trabalhar tudo isso, sem ser dentro do tatame?

O yoga vem como complemento dos seus treinos e pode andar de mãos dadas com você. Além de tudo, é uma ótima ferramenta para prevenir
lesões, já que você exercita e fortalece seus músculos e articulações de uma maneira “menos agressiva”, mas nem por isso com menos poder no desenvolvimento de
fortalecimento do seu corpo.

Como já dito anteriormente, eu praticava o Hatha Yoga. Criado no século VX, na Índia, é o tipo mais popular de yoga do mundo. Com tal tipo de yoga você trabalha sua flexibilidade, seu condicionamento físico, sua paciência e também aprende a lidar com as dificuldades durante o aprendizado das posições. Claro que, além desse estilo, existem vários outros e cabe à você, encontrar aquele que mais te agrada. Hoje em dia, quando eu posso, pratico sozinha, com as posições que ainda me lembro. Os trabalhos com a respiração são muito bons e também me dão uma ajuda considerável nos treinos.

Para enriquecer o nosso jiu-jitsu é bacana e interessante olharmos além dele. Existem várias outras coisas que podem complementar nossos treinos e melhorar nosso
desempenho no tatame. Seja fazendo um bom preparo físico por fora, ou praticando trabalhos corporais que exercitem aspectos que você sabe que irão te ajudar na hora de rolar.

Se você já tinha se interessado por isso antes e decidiu começar a fazer yoga para ver se sentia a diferença, conta pra gente o que melhorou no seu jiu-jitsu? Vamos adorar saber!

Bons treinos!

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