[Baseado em uma história real]
Antes de mais nada, SIM! Com a ajuda das técnicas de jiu-jitsu, minha família e eu saímos ilesos à uma tentativa de assalto armada.
Você já pode ter visto alguns casos que foram noticiados em jornais e TV’s, mas hoje eu vou contar a vocês o que aconteceu comigo e com minha família, e que mudou completamente o meu modo de pensar e agir a respeito da nossa arte.
Essa não é mais uma história para convencer alguém a treinar jiu-jitsu, definitivamente nossa arte não precisa de muito comercial para atrair novos atletas. Essa é uma história de pessoas comuns, assim como você e eu, que nunca espera que algo de ruim possa acontecer, principalmente dentro da sua casa.
Você já se perguntou se o jiu-jitsu realmente funciona fora dos tatames? Meu marido e eu nos fazíamos internamente esta pergunta, e por incrível que pareça, ele não sabia dos meus questionamentos interiores e nem eu sabia que ele se questionava a respeito disso, até que um dia aconteceu. A pergunta era: Se algum dia alguém tentar fazer mal a mim ou à minha família, o jiu-jitsu vai me ajudar a resolver?
Pois é, galera, ele nos ajudou. Claro que teve ajuda celestial, pois primeiramente foi Deus quem nos direcionou para dentro dos tatames, segundo, aceitamos isso e passamos a treinar frequentemente como um esporte e uma filosofia de vida.
Eis que em abril deste ano, na madrugada de uma terça-feira, passávamos por uma noite de muita chuva em Navegantes-SC. Por conta disso, recolhi meu dog, Frank, da sacada de casa, para que ele ficasse abrigado do vento e da chuva. Por volta de 02:30h da madrugada, com um temporal caindo, um homem de aproximadamente 30 anos escalou a frente da casa e entrou pela sacada, entrando direto pelos quartos. Ele foi sorrateiro, entrou descalço e silenciosamente foi até nosso quarto de casal.
Graças a Deus meu sono é muito leve, sem que ele fizesse qualquer barulho eu simplesmente abri meus olhos e me vi diante de um terror, repito: um terror! Um homem armado com uma faca, dentro do meu quarto indo em direção ao meu marido. Reação? Não consigo explicar de onde, mas soltei um berro que nunca mais consegui reproduzir, e isso fez com que o bandido se assustasse e corresse em direção à saída, e (pasmem!) ele correu, mas voltou em seguida, soubemos depois que ele estava sob efeito de muita droga.
Com o meu “berro”, meu marido pulou da cama e viu um vulto correndo. Quando ele foi em direção ao bandido, este voltou com a faca para atacar. E se você é praticante de jiu você vai entender o que ele fez: meu marido defendeu a facada com o antebraço e imediatamente esgrimou-se por baixo do braço que estava atacando, indo em direção às costas e jogando o bandido no chão (2 pontos). Passou os ganchinhos (4 pontos), mas teve que usar uma das pernas para travar o braço que estava com a faca. Meu marido me chamou para ajudar e, apesar da força, eu consegui tirar a faca da mão do bandido, meu esposo aplicou um mata leão nele e ele apagou. Simples, sem socos, sem chutes nem armas, apenas o jiu-jitsu.
Meu esposo teve leve escoriações da faca durante a luta corporal, mas nada grave, graças a Deus!
Amarramos o bandido com a faixa do nosso filho mais velho que também é praticante de jiu-jitsu, ele, diga-se de passagem, com apenas 12 anos de idade, manteve toda calma do mundo e me ajudou o tempo todo, inclusive ligando para a polícia e cuidando do irmão caçula, ele estava confiante. Por outro lado, eu estava estática, anestesiada com toda a situação, fiquei perdida dentro da minha própria casa e não reagi. Isso me chocou, fiquei em trauma e a superação ainda está acontecendo.
Não foi uma situação fácil. Mais de 7 meses se passaram, e minha visão sobre a arte que eu pratico mudou muito, meus objetivos mudaram, mas isso é assunto para outro artigo. A única certeza que tenho é que não quero parar de treinar, jamais!
Ah, o bandido? Bom, ele não teve tempo de conversar, ele ficou apagado até que os policiais chegassem (toda vez que ele acordava meu esposo fazia questão de apagar de novo rsrs), ele vomitou, urinou e defecou. Foi levado para penitenciária e por lá ficou, pois era foragido de outra cidade. A foto dele, nós apagamos para sempre.
Enfim, o jiu-jitsu pode nos livrar de situações de extremo perigo, porém tenha certeza e confiança no que você está fazendo, não reaja a menos que você esteja preparado, fisicamente e psicologicamente.
E você, já precisou usar o jiu-jitsu fora dos tatames? Independente da sua resposta tenha uma certeza: NÃO PARE NUNCA!
Oss.
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