Dividi a matéria em diversas entrevistas e estudos que serão divulgados a cada duas semanas, para que possamos aprender mais sobre o assunto que é tema de debate entre colegas em todas as academias: qual o tipo de preparo físico ideal para o jiu-jitsu?
Para esta matéria, entrevistamos a atleta e preparadora física, Tais Menezes, da equipe Cícero Costha, que também auxilia no treino físico de seu marido e professor, o Black Belt da mesma equipe, Tiago Barros.
Segundo ela, para preparar um atleta, temos que ter em mente as particularidades dele, quais são estas particularidades e assim periodizar. Exemplo: o tempo de luta é uma particularidade, ou seja, entenda a competição, quantidade possível de lutas e tempo de cada, logo isso é uma base para o treino.
Sobre o que acontece com o atleta nesse meio tempo, Taís disse que são os sistemas energéticos: o ATP-CP. Calma, parece confuso uma vogal e consoantes, mas o que isso quer dizer? Para alguns, são apenas letras, mas significa mais do que isso. Isso é um sistema de alta intensidade em curta duração. É predominante na produção de energia de forma imediata nos exercícios de curta duração e alta intensidade, quem faz uso de creatina deve entender este sistema.
Glicólise anaeróbia ou sistema anaeróbio lático:
Glicólise anaeróbia envolve a desintegração incompleta de uma das substâncias alimentares, o carboidrato, em ácido lático. Pode ser utilizado dessa forma ou armazenado no fígado e nos músculos, como glicogênio. O atleta passa por uma acidose metabólica, em que o carboidrato é de suma importância.
Então, aquele deslize da dieta, não pode mesmo? Pecar na dieta, é estar vulnerável e sabotar sua performance.
Agora que entendemos como o corpo reage e do que ele precisa, é necessário que o atleta sinta no treino o que reflete na luta. E isso não é tudo: o aeróbio recupera estes dois sistemas, mas na luta isso não tem possibilidade de acontecer, pois o atleta vai lutar cada uma das lutas como se fosse a última em intensidade máxima o todo tempo.
Falando no treino, precisa equiparar com situação de luta?
É nele que vamos trabalhar as valências físicas, como a força, que são em geral forças máxima, dinâmica, estática, explosiva, resistente, de reação e velocidade com força (potência). Continuando também temos as valências: RML (resistência muscular localizada), RMI (resistência muscular isométrica), resistência cardiorrespiratória, resistência aeróbia, resistência anaeróbia, agilidade, equilíbrio, velocidade e flexibilidade. Sabendo que tudo isso e mais um pouco tem que acontecer para equipar o treino e assim preparar o atleta para a competição, reforçando: o atleta faz cada luta como se fosse a última em intensidade máxima todo o tempo.
Acima foi mencionando o que é necessário para ter um bom treino e deixar o atleta preparado, mas precisa ser levada em consideração a individualidade do atleta, característica ou particularidade do que é individual, qualidade daquilo que está presente com o indivíduo e para isso é importante ter um preparador qualificado que atenda suas exigências como atleta.
O bom preparador deve conhecer o funcionamento do corpo humano, seus sistemas energéticos, criar estratégias de treinamento, elaborar treinamentos para públicos com necessidades especiais e criar procedimentos para o treinamento individualizado, pois são conceitos fundamentais para a prescrição do treinamento físico, sendo assim procure sempre um profissional capacitado.
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