Fala, galera!
Hoje quero tratar de um assunto um tanto ~polêmico~, mas que acontece muito, seja nos treinos, nos campeonatos etc. Como sabemos, um dos princípios básicos do jiu jitsu é o respeito, a disciplina e, principalmente, deixar nosso ego do lado de fora. Tiramos as roupas do dia a dia, colocamos um kimono, tiramos os chinelos, deixamos os problemas do lado de fora… e por que não deixar o ego do lado de fora também?
Meu intuito aqui não é – de forma alguma – julgar quem o faz, mas somente mostrar que existem formas que parecem ser muito mais legais do que expor seu ego para um colega de treino, principalmente se você é um graduado. Hoje listei algumas dicas que podem servir pra você, e se não servirem, deve servir para algum parceiro de treino seu – não esqueça de marcá-lo no post ou de dar um jeito para que ele ou ela vejam. Boa leitura!
Se você não bater, vai apagar ou quebrar um membro
Bom, acho que essa é a regra básica pra aquele seu amiguinho “apaga, mas não bate”. Geralmente, temos parceiros de treino que são muito gente boa, e acabam soltando a posição pra não ver o amigo com os olhos virando ou até mesmo com um braço quebrado. O que vale mais pra você? Apagar e a academia inteira parar pra te ver voltando ou simplesmente dar os “três tapinhas”, voltar à posição inicial e começar tudo de novo?
Pense bem: um braço quebrado ou lesionado vai te render meses em casa sem treinar. Vale a pena dar uma de durão e não bater? Quero lembrar que deve-se, sim, fazer o máximo pra não chegar na posição de finalização, no entanto, uma vez que o golpe esteja encaixado, dificilmente você sairá dele se não bater. Não estou querendo dizer pra não brigar pela posição – veja bem! – existem diversas saídas de triângulo, de armlock, estrangulamentos… porém boa parte dessas defesas funciona pouco antes de o golpe estar encaixado. Encaixou, pegou, bateu, meu amigo. Sem choro nem vela.
Em uma pesquisa básica com as meninas nos nossos grupos de WhatsApp, percebi que muitas passam ou já passaram por isso. Sim, meninas já apagaram meninos que não aceitavam “perder” pra elas. Olha, não é querendo gabar as mulheres nesse sentido, mas tem muita mulher que bate em homem por aí nos treinos, e sim eles próprios admitem que rolam com elas de igual pra igual, porque no fundo sabem que a força e resistência delas, em alguns casos, é equivalente. E saber disso é muito bom <3.
Evite o famoso “migué”
Então você está lá fazendo seu rola com seu parceiro de treino, e de repente encaixa um golpe (seja um triângulo, armlock, sei lá) bem justo. Realmente ficou difícil pro seu parceiro de treino, e quando você pensa que ele vai bater, ele começa a falar: “sai um pouco de quadril pra esquerda”, interrompendo o rola. Que legal, né? Com o golpe encaixado, ele quer te ensinar a finalização, olha que bacana! Esse é o famoso “migué”. Já aconteceu muito comigo, e eu não interrompi, só falei: “depois você me ensina, vamos terminar o rola”. E o cara bateu, não me movi um milímetro para a esquerda, só mantive a pressão.
Cumprimente a todos no tatame
Quantos graduados você já viu chegar no tatame depois de todos estarem no dojo, cumprimentar somente os faixas pretas e depois sentarem? Ou só cumprimentam os pretas e já vão conversar com alguém… Eu acho isso uma BAITA falta de respeito, e é um sinal de ego inflado também. Tem gente que não cumprimenta os menos graduados. Eu só não cumprimento todos se chegar atrasada e ver que vou atrapalhar a aula, mas se chego no horário e estão todos no tatame, por que não cumprimentar os parceiros de treino?
Suba ao pódio
Essa é para os competidores: você já perdeu alguma vez em campeonato e não quis subir ao pódio para tirar foto? Por quê? Ego ferido? Geralmente, isso acontece com quem ganha frequentemente, mas que quando perde uma vez, fica revoltado, chateado, bravo… enfim. Não subir ao pódio é uma falta de respeito com os seus adversários. Suba ao pódio fique feliz por ter conseguido uma medalha, seja ela de prata ou bronze. Quantos foram lutar e voltaram pra casa sem medalha? Quantos nem saíram de casa para lutar?
Você se preparou, deu o seu melhor. Performance em campeonato não é tudo. Eu já fiz isso uma vez e me arrependo. Não me senti chateada em relação às minhas adversárias – elas são sinistras e foi mérito delas, mas comigo mesma – eu não estava num dia bom, não consegui dar 100% da minha capacidade, estava numa fase de querer lutar todo fim de semana, e por isso, não estava rendendo. Enfim, não justifica, por isso não terei essa atitude nunca mais.
Quero só deixar claro uma coisa: o ego, quando bem usado pode te ajudar também a ser mais “raçudo”, a correr mais atrás da posição, a não desistir de um golpe. Tenho certeza que muitos campeões mundiais têm um ego muito bem trabalhado. Mas deixe que o ego fale até a posição encaixar – se encaixou, bata. Ego nenhum vale o tempo que você vai ficar parado se recuperando de uma lesão.
Bom, essas são as situações mais comuns que vemos por aí no tatame. E você, tem alguma outra situação que ache interessante pontuar aqui? Conta aqui pra gente 🙂
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