Quando comecei a ler as respostas da entrevista com a Eliane Galvão, fiquei com vontade de usar todas as expressões clichês da atualidade: destruidora, lacradora, diva, top (inclua sua expressão aqui, rs). Isso porque se trata de uma história de vida sofrida, mas com uma volta por cima incrível.
Faixa azul pela Herman Gutierrez/AOA, de Itapetininga, Eliane tem 33 anos e um currículo invejável de vitórias. Mas calma! Primeiro vamos falar sobre como a lutadora teve que enfrentar algumas dificuldades para enfim chegar a esse resultado de muitas medalhas. Eliane começou a treinar Jiu Jitsu em outubro de 2013, mas desde pequena já amava lutas, independente do estilo. Aos 8 anos praticava tae kwon do, modalidade que treinou até os 14 anos e disputou vários campeonatos, sempre se destacando.
Porém, com essa idade, as dificuldades financeiras fizeram com que ela tivesse que abandonar tudo. Ela então saiu da casa dos pais para trabalhar como empregada doméstica na casa de uma família. O sonho de ser lutadora parecia bem difícil de realizar, pois Eliane trabalhava dia e noite para se manter. “Fiquei nessa casa trabalhando até os 18 anos. Depois fui para outra cidade e comecei a trabalhar como vendedora”, relembra.
A carreira como vendedora se estendeu até os 29 anos, trabalhando sempre no mesmo lugar. Os treinos de tae kwon do e musculação novamente passaram a fazer parte da vida de Eliane, mas esporadicamente. “Somente aos 30 anos conheci o Jiu Jitsu e me apaixonei, vendo aí a oportunidade de realizar meu grande sonho, que mais nova, por conta de tanto trabalho, não pude realizar”, conta.
É aqui que a história de Eliane começa a mudar. Ela passou a treinar levando muito a sério, já visando a participação em campeonatos. Com 15 dias de treino, ela ganhou a primeira competição de Jiu Jitsu e levou a medalha de ouro na categoria e no absoluto. E não parou mais. Foram 54 títulos na faixa branca, invicta em todas as lutas. Entre os títulos estão todas as etapas do Paulista FPJJ (categoria e absoluto), Open SP CBJJ e Sul Americano CBJJ.
A evolução para a faixa azul veio um ano após começar na arte suave, sem nunca parar de competir. Já são 1 e meio de faixa azul e muitas conquistas, como os títulos do Open SP da CBJJ, Sul Americano CBJJ e todos da FPJJ. Com tanta medalha assim, Eliane perdeu as contas de quantas vitórias alcançou.
Agora, ela passa a alçar vôos mais altos e este ano, pela primeira vez, a atleta passou a viajar para participar de campeonatos em outros estados. E a lista de títulos continua a crescer: conquistou o Florianópolis Floripa Sul-Brasileiro, sagrando-se campeã na categoria e absoluto; o Open Curitiba, como campeã na categoria e absoluto com pano, além de se tornar campeã na categoria sem pano e terceira colocada no absoluto; campeã na categoria azul e roxa na 2ª etapa Paulista, no peso e absoluto; campeã brasileira no pesadíssimo; além de muitos outros.
Ufa! Tantos títulos são resultado dos treinos, da dedicação e da força de vontade de Eliane em realizar seu sonho de ser lutadora. E você, conhece alguma história de superação e de sucesso na arte suave? Conta aqui pra gente!