Olá, galera! Tudo bem? Então, há alguns dias venho pensando em criar uma matéria super interessante e gostaria que vocês conhecessem. Em parceria com três feras mirins do nosso jiu-jitsu, resolvi criar uma série de três matérias, as quais em cada uma delas abordo as graduações: amarela, laranja e verde. Contei com as ilustres sinistras para que possamos enxergar esse lado da história contado pelas próprias protagonistas! Fiquem à vontade em nosso bate-papo! Boa leitura!
Meninas no tatame: a graduação amarela.
A faixa amarela é a segunda graduação infantil, ficando logo após a cinza e antecedendo a laranja. A faixa amarela é uma das primeiras bases para enraizar essa arte que vem crescendo não só no meio adulto, mas também entre os mais jovens (adolescentes e crianças).
Mas o que falar dessa faixa? Tão sem importância para alguns, e tão especial e importante para outros. São muitas nossas pequenas atletas espalhadas por milhares de tatames mundo a fora. Encontrei a oportunidade de bater um papo com uma dessas guerreirinhas e, é claro que não pensei duas vezes e quis compartilhar com vocês um pouco das muitas dificuldades e glórias dessas pequenas sinistras. A matéria de hoje, nos traz a vida de uma faixa amarela por uma própria faixa amarela. Milene Laryssa Ferreira da Silva (Lah Ferreira) é alagoana, tem 15 anos e é da academia Vicente Junior de Girau do Ponciano.
Bjj Girls Mag: O que te incentivou a praticar jiu-jitsu?
Lah Ferreira: Então, desde criança sempre tive curiosidade e vontade de praticar arte marcial, só que na minha cidade não tinha academia nenhuma, até que um dia Ramon Vieira (atual faixa roxa da minha equipe), passou na escola em que eu estudava e comentou sobre o jiu-jitsu. Três dias depois eu fui a um treino e me apaixonei! Desde então, meus pais (Magna e José Luiz) fazem o que podem por mim, sem medir esforços.Eles são meus principais patrocinadores, atualmente. Um outro incentivo é Luana Karyne, ela me motiva, me passa auto confiança. Ela acredita na minha capacidade!
Bjj Girls Mag: O que você pensa em relação às pessoas e academias que não valorizam as meninas das graduações infanto-juvenil?
Lah Ferreira: Então, desde que comecei praticar jiu-jitsu sempre observei uma certa “desvalorização” não só na minha graduação e, sim, às mulheres em geral. É fácil perceber que em grandes campeonatos ganhamos menos que os homens. A presença feminina no esporte vem crescendo, mas infelizmente há pouco tempo.
Bjj Girls Mag: É normal nos espelharmos em alguém por admirar e acreditar em sua grande competência. Em quem você se espelha afinal?
Lah Ferreira: Bom, além de jiu-jitsu, prático também judô. Além disso, eu sempre gostei de assistir UFC. Tenho uma grande admiração por Ronda Rousey e Gabi Garcia, principalmente a Gabi por sua garra e seu jiu-jitsu que calou a boca de todos que desacreditavam dela.
Bjj Girls Mag: Como é a sua rotina de cuidados com seu corpo?
Lah Ferreira: Então, minha nutricionista, Alice Dantas, realiza um ótimo trabalho comigo. Geralmente, treino a semana inteira. Alguns dias durante dois horários. Tento ao máximo conciliar: escola, academia, jiu-jitsu e judô!
Bjj Girls Mag: Sente ter um bom preparo para as graduações vindouras?
Lah Ferreira: Penso muito no futuro, por isso cobro muito de mim mesma. Tenho certeza que ao ser indicada para as próximas graduações, darei o melhor de mim, como tenho feito até hoje. Só espero ser mais graduada quando eu realmente merecer, quando for mérito meu.
Bjj Girls Mag: Qual a principal dificuldade encontrada por ser faixa amarela?
Lah Ferreira: Os campeonatos. Quando se é infanto-juvenil, não há absoluto. (Pelo menos no estado de Alagoas, onde resido, ainda não há esse recurso). Eu lutei um absoluto em um campeonato estadual na Bahia, super legal lá! Amei! Uma outra diferença pode ser observada até mesmo nas premiações e medalhas.
Bjj Girls Mag: O que você pensa em relação a não ter o reconhecimento merecido?
Lah Ferreira: Então, penso que o jiu-jitsu brasileiro tenha sim um bom reconhecimento. Talvez, não como desejasse na área feminina. Infelizmente ainda há muita diferença entre os sexos no tatame. O primeiro evento exclusivamente feminino que vi no estado de Alagoas foi a Copa Maria Bonita, que por sinal a mulherada abraçou a ideia e eu particularmente super aprovei a iniciativa!
Bjj Girls Mag: A graduação amarela de certa forma estabelece responsabilidade e confiança? Por quê?
Lah Ferreira: A meu ver, a faixa amarela de qualquer academia, ou qualquer outra pessoa que tenha ao menos um grau na faixa, é um incentivador para os demais. Sei bem das minhas responsabilidades: chegar cedo aos treinos, montar o tatame, saber arrumar minha faixa, cumprimentar e respeitar meus amigos de treino, ter a postura de uma jiujiteira.
A Lah finalizou nossa matéria com uma bela frase:
Para mim ser faixa amarela é ter motivos para continuar fazendo sempre o que amo! Oss! – Lah Ferreira.