Respeito ao dojô – regrinhas básicas

Oii gente, tudo certo?

Bom, hoje vamos falar um pouco sobre respeito no dojô (pouco nada, vamos falar muito mesmo RS) com os colegas. Para começar, vamos dar uma relembrada no significado, subjetivamente, da palavra dojô. Em japonês, “do” significa “caminho”, e “jo” significa “um lugar”. Em termos gerais, lugar do caminho, da busca, de buscar por aprendizado, por conhecimento.

Tradicionalmente, chamamos de tatame. Neste sentido, fica muito mais simples entender o motivo desse espaço merecer tanto respeito, bem como, todos que ali estão pelo mesmo motivo: a busca do conhecimento. E não há nada mais desagradável para quem entende isso, chegar a algum tatame e presenciar o completo descaso dos alunos com tudo isso, como se estivessem na famosa e popular “Casa da Mãe Joana”.

Vamos ver e comentar algumas regrinhas de etiqueta no dojô?

  • Cumprimente o dojô ao entrar e sair do mesmo: essa é a mais básica das regrinhas, mostrar seu respeito desde o primeiro contato;

 

  • Cumprimente o instrutor e seus colegas, antes e depois do treino;

 

  • Antes de começar as instruções, é indicado sempre o cumprimento formal ao instrutor, e os alunos devem estar alinhados em ordem de graduação;

 

  • Mantenha sempre atitudes respeitosas dentro do dojô, sem falar palavras de baixo calão, sem brincadeiras desrespeitosas fora de hora  com os colegas: costumo dizer que, se o aluno não tem bom senso, o professor tem a missão de instruí-lo sobre isso, não permitindo esse tipo de atitude;

 

  • Durante as instruções, enquanto as técnicas tiverem sendo repassadas, os alunos devem permanecer em silêncio, ajoelhados ou sentados, preferencialmente: quanta falta de respeito com o instrutor que está dedicando seu tempo em ensinar os demais, e os alunos ignoram, com conversinhas paralelas, retirando-se do tatame sem autorização, verificando seus celulares. Este é o momento mais importante de um dia de aula, e parece não fazer sentido estar no tatame para treinar e não prestar atenção nas instruções;

 

  • Chegando atrasado, peça permissão ao instrutor para adentrar ao dojô. E caso precise se retirar antes do final do treino, igualmente, peça permissão: algumas pessoas acham que não precisam se reportar ao mais graduado que esteja instruindo o treino. Talvez pela cultura da própria equipe/professor, que não prevê essa atitude, ou talvez por ter a mesma graduação, e achar desnecessário. Uma dica pessoal: sem “achismo”. Respeite o instrutor, seja quem for;

 

  • Na hora das lutas (dos rolas), cumprimente seu parceiro antes e depois: é a melhor forma de agradecer à ele (a) pelo “rolinha”;

 

  • Conversas durante o treino devem ser evitadas, ou se necessárias, que sejam em baixo tom, limitando-se ao assunto que está sendo passado;

 

  • Outro sinal de respeito é manter seu kimono sempre limpo (sério, sempre limpo), unhas curtas,  cabelo bem preso, faixa amarrada, retire cordões, anéis, alianças, brincos, piercings e quaisquer coisas que possam ferir ou incomodar o parceiro;

 

  • Calçados, bebidas e comidas são PROIBIDOS no dojô. Ai vocês me perguntam se realmente precisava falar essa, afinal, é tão lógica. Mas acreditem, é preciso sim – já vi casos de gente entrando com lanche, macarrão, açaí… além de desrespeitoso, fica uma lambança só.

 

  • Durante as lutas (os rolas) no treino, manter o silêncio é essencial. Gente, essa é muito séria. Quando o colega está rolando, treinando e se aperfeiçoando naquele momento, e os que estão de fora começam a gritar de tudo para ele, dizendo para fazer “X” ou “Y”, a concentração dele é reduzida. Não é legal. Se você grita ao colega, ao contrário do que você possa pensar, você não está ajudando tanto. Pior ainda se os colegas que estão de fora começam a gritar, instigando a rivalidade em um simples rola de academia, isso pode gerar algumas lesões e um clima super pesado. Principalmente para os que estão começando, e talvez não tenham ainda tanto controle sobre a mente. Respeite o treino do colega. Se alguém tiver que ajudar e falar algo, será o professor. Um rola é o momento em que o aluno deve por em prática, em momento oportuno, tudo que aprende nas instruções. Mas como em um jogo de xadrez, o atleta deve se concentrar para descobrir sempre esses momentos oportunos de cada golpe. Silêncio!

Além destas regrinhas, existem muitas outras especificamente de equipes. Existe equipe que tem ainda suas próprias regras. Para muitos, essas são todas bem vivenciadas e seguidas em suas equipes, mas Brasil à fora vemos muito dessa essência sendo perdida, desse respeito sendo banalizado. Alunos que não respeitam seus professores, seus colegas, brincadeiras desrespeitosas, conversas paralelas na hora da instrução, celulares sendo usados a qualquer momento durante o treino, ausências do tatame, comidas e bebidas. Tudo isso acontece mais do que a maioria de vocês pode imaginar.

Se pararmos para pensar um pouquinho, um novo aluno de Jiu Jitsu, logo no seu primeiro dia, se não for apresentado às regras de “etiqueta” no dojô, logo, não saberá respeitá-las. Justifico com isso a grande importância de disseminar essas regras, de “rezar o bê a ba” logo no começo, para que se possa cobrar depois. Novamente, penso que, se o aluno não tem bom senso para seguir o que é imposto, o professor tem como missão cobrar respeito à qualquer regra que venha a ser desrespeitada. E falo isso por ter conhecimento de professores que não parecem se importar com nada disso. Enquanto também conheço professores que se fazem respeitar sempre e perfeitamente.

Sobre respeito, tenho dois princípios que ouso em dizer que são matrizes:

  • Respeito é recíproco: respeite para ser respeitado;
  • Não há nada mais perigoso que um bom conselho acompanhado de um mau exemplo: se, seguindo a hierarquia do Jiu Jitsu, o respeito não vier de cima para baixo sempre, de baixo para cima, seguindo um mau exemplo, não irá também.

A figura do mestre/professor/instrutor deve ser respeitada, este deve impor (com atitudes e postura) seu próprio respeito, deve ter a consciência de que é tido como exemplo pelos seus alunos, e zelar por isso. Com bons exemplos dos mais graduados, com conhecimento das regras por todos, com bom senso e respeito, o clima de qualquer treino será sempre o mais agradável, aquele clima leve que a gente espera ter em nossa própria casa, que afinal, o dojô é quase a nossa casa mesmo, e com esse clima leve assim, sempre será mais prazerosa aquela boa e velha resenha pós-treino no tatame.

Espero que as dicas tenham ajudado vocês. Até a próxima! 😉

Oss!

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