Oi gente, cheguei! Cheguei pra mais um relato de um kimono, aqui é a Sam, do Bjj Girls Mag. E eu trouxe hoje uma história muito interessante, que é da Clara e do João. Mas antes eu quero falar sobre a VOUK Brasil. A VOUK é uma marca de kimonos e acessórios, tudo relacionado a Jiu Jitsu, o que você imaginar.
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Para celebrar o mês da criança, hoje o Relatos de um Kimono vai contar a história de Clara e seu filho, João, que nasceu com uma doença cardíaca muito delicada.
Quem me escreve é a Clara que contou a história do filho, João, desde o momento em que ele foi diagnosticado com uma cardiopatia até o envolvimento dele com o jiu-jitsu…
Quando João nasceu, parecia que estava tudo normal, mas, com o passar do tempo, Clara e o marido, Pedro, começaram a perceber que o bebê tinha uma respiração muito ofegante.
Foram várias consultas com a pediatra, que sempre dizia que era algo comum em recém-nascidos, mas o casal não estava convencido.
Aos três meses de idade, insistiram mais uma vez, e, finalmente, a pediatra decidiu encaminhá-los a um cardiologista.
Dois dias depois, já estavam na consulta e, logo no primeiro exame, o médico identificou que o coraçãozinho de João estava dilatado e o rim também estava inchado.
E aí veio o diagnóstico… O cardiologista explicou que João tinha a doença de Epstein, uma condição que afetava a válvula tricúspide, que, basicamente, fazia com que o sangue voltasse para o coração, em vez de ir para o pulmão, causando essa dilatação.
Além disso, o médico deixou claro que o risco de João ter uma morte súbita era maior do que o de outras crianças.
Clara descreveu esse momento como um verdadeiro “buraco” que se abriu na vida deles. A partir daí, começaram uma rotina pesada de exames e medicações para controlar os batimentos cardíacos e o inchaço do rim.
O acompanhamento de João passou a ser trimestral, com ecocardiogramas, raio-x e uma observação constante sobre a evolução da doença.
O médico sempre falava sobre a possibilidade de uma cirurgia para corrigir a válvula, mas também avisava que seria algo muito invasivo e não definitivo, porque João ainda estava crescendo e, com o tempo, o problema poderia voltar.
Assim, passaram anos nesse processo de controle, com João tomando medicação e fazendo exames regularmente.
Até que um dia… Clara lembra de um dos exames em que a médica, visivelmente surpresa, perguntou se eles tinham alguma crença religiosa.
Clara respondeu que eram católicos e que, desde o diagnóstico de João, haviam entregado a vida dele a Deus. Foi aí que a médica falou: “Então, só pode ser um milagre, porque a dilatação do coração dele diminuiu muito, quase sumiu!”
Desde então, João foi liberado das medicações e passou a fazer o acompanhamento de seis em seis meses.
Desde muito pequeno, João sempre pedia para fazer alguma luta, mas, por causa da preocupação com o coração, Clara e Pedro ficavam com o pé atrás.
Quando o médico liberou João das medicações, aos seis anos, eles começaram a considerar a ideia de deixá-lo praticar alguma atividade.
Foi quando mudaram de bairro e Clara encontrou uma escola de jiu-jitsu. João fez uma aula experimental e amou!
Mesmo com medo, Clara avisou o sensei que João tinha uma condição cardíaca, mas, depois de novos exames, o médico liberou ele para continuar, com a ressalva de que era preciso acompanhar bem de perto, porque, mesmo com a melhora, o coração de João nunca seria 100%.
De lá para cá, João mergulhou de cabeça no jiu-jitsu. Ele começou a treinar e logo estava competindo, sem nunca ter demonstrado sinais de cansaço ou exaustão.
Clara destacou como as pessoas que conviviam com João, vendo ele no tatame, mal conseguiam acreditar que aquele menino tinha nascido com um problema cardíaco.
Para ela, foi uma grande vitória. E o mais interessante é que o amor pelo esporte acabou se espalhando pela família inteira.
A irmã mais nova de João, que nunca havia se interessado por balé ou jazz, viu o irmão e se animou a treinar também.
Em pouco tempo, Clara se juntou a eles no tatame, e Pedro, que sempre foi mais fã de futebol, também se rendeu ao jiu-jitsu. Agora, a família toda treina junta e compartilha essa paixão.
Clara também falou de momentos muito especiais que viveram por conta do jiu-jitsu. Um dos mais marcantes foi a participação de João no Mundial da CBJJE.
Eles não tinham condições financeiras de levá-lo, mas, num sorteio realizado no Instagram da federação, João ganhou a inscrição e a cobertura da competição. Embora não tenha subido ao pódio, o fato de ele estar lá, competindo em um Mundial, foi algo que Clara jamais vai esquecer.
Mais recentemente, João conquistou sua primeira medalha de ouro no Pan Americano da CBJJE, um marco na vida dele e da família.
Além das conquistas no esporte, Clara destaca como o jiu-jitsu mudou a saúde e o comportamento de João.
Antes, ele era uma criança muito ansiosa, agitada, dormia rangendo os dentes e até tinha sinusite crônica.
Depois que começou a treinar, tudo melhorou. Ele ficou mais calmo, as infecções respiratórias diminuíram, e a família também se uniu ainda mais, com todos compartilhando momentos tanto no tatame quanto fora dele, assistindo lutas, ouvindo podcasts sobre o esporte e até treinando juntos em casa.
Por fim, Clara deixou uma mensagem para outras mães que enfrentam desafios de saúde com seus filhos:
“Eu gostaria de dizer para as mães que têm desafios, alguns maiores, outros menores… a gente não pode mensurar o que o outro passa, mas o importante é sempre acreditar. Tanto com a minha fé em Deus quanto no poder do esporte, eu nunca desisti.”
Ela reforçou que, muitas vezes, o esporte é subestimado quando uma criança enfrenta algum problema de saúde. “Às vezes, a gente pensa que, por estar doente, a criança deve ficar debilitada, dentro de casa, quieta, mas não é bem assim. Colocar a criança em movimento, dentro das liberações médicas, ajuda muito na recuperação e na evolução da doença.”
Clara mencionou outros casos que conheceu, em que pessoas com mobilidade reduzida conseguiram uma melhora significativa por meio do esporte. “Acreditem no poder do esporte. Unir esporte à medicina é algo valioso. Nunca deixem de acreditar nessa força.”
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