Crise humanitária: A tragédia no RS e os abusos de pessoas em abrigos

Não se fala em outra coisa aqui no Sul. Diante de tanta tragédia, a enchente chegou de maneira avassaladora, sem avisar! Arrasou vidas, com diversas academias de jiu-jitsu e principalmente, está atingindo mulheres e crianças em alguns abrigos.

Para quem não me conhece, meu nome é Juliana Feijó, sou faixa marrom da equipe Overmatch e sempre residi aqui no Rio Grande do Sul. Desde que a situação começou, tenho visto diversas situações que abalaram todos por aqui, até mesmo os que não foram atingidos diretamente. Vivemos hoje um cenário de guerra, contamos com a ajuda de milhares de pessoas de todo o mundo, a situação é precária para o povo que foi atingido, estes foram acolhidos em abrigos das cidades próximas que não foram atingidas, porém o abuso entrou junto sem avisar dentro dos mesmos.

O Rio Grande do sul é conhecido como um “povo aguerrido e bravo”, mas a batalha nestes últimos dias está sendo árdua. Não está sendo fácil passar por toda essa calamidade, algumas cidades estão sem água potável e sem mantimentos, além de enfrentarem o frio e as chuvas que retornaram. O estado sofre com a escassez de produtos como o arroz, feijão e água potável nas prateleiras dos mercados devido a grande procura pelos mesmos.

Por outro lado, é infinita e incansável como a comunidade do jiu-jitsu tem se unido para ajudar todos os atingidos de alguma maneira, seja com Jet Sky, alimentação, abrigos, pontos de coleta e até mesmo seminários. Não importa a distância, somente quem faz parte da comunidade da arte suave consegue compreender o tamanho da união que este povo consegue ter, e a preocupação em ajudar para que todos possam estar bem e em segurança!

Além disso, diversos seminários de jiu-jitsu estão sendo realizados em todas as partes do Brasil e do mundo para que o nosso Rio grande se recupere o quanto antes. “É a união fazendo a força.”

Mas o que mais vem preocupando a todos diante deste cenário, além dos saques nas casas que foram alagadas e tiveram que ser evacuadas pelos seus moradores, é a triste cena de abusos com mulheres e crianças nos abrigos.

Movimentos feministas participaram no último dia 07/05 com a ministra da Mulher, Cida Gonçalves, contando com cerca de 40 mulheres gaúchas, de diversos segmentos. Ela relatou a grave situação das mulheres no estado durante a crise climática que assola o nosso estado. “Há uma crise humanitária nessas situações, sendo as mulheres e as crianças as mais atingidas”. Chamada inicialmente pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e pelo Ministério das mulheres, a reunião foi intermediada pelo
Conselho Estadual dos direitos da Mulher (CEDM).

A ONU Mulheres está preocupada com o aumento das violências, já que aumentaram as violências de gênero, como assédio e violência sexual, em razão da precariedade desses espaços e da ausência de protocolos de improvisação.

Muitos são os problemas que o povo está enfrentando em toda a área atingida: perdas de vida, destruição das cidades, perdas de casas, comércios e pertences, destruição da infraestrutura de transporte, saúde, rede de atendimento às mulheres vítimas de violência, a educação e o agro mais do que tudo sofrem as consequências.

Pensando em toda a vulnerabilidade de todas as mulheres, é incansável a nossa força no quão importante é a defesa feminina, os direitos das mulheres e o respeito. O DPGVRS (Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis – Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul), criou um pequeno guia que oferece auxilio para voluntários e profissionais que estão atuando no acolhimento em abrigos.

O objetivo é divulgar diretrizes essenciais para garantir ambientes seguros e acolhedores para mulheres e meninas em espaços de abrigamento coletivo.

O pequeno guia possui orientações de como criar espaços exclusivos, como oferecer rondas e monitoramento e até mesmo como fazer a denúncia em caso de violência.

Neste momento é preciso coragem, união e força para que tudo seja reerguido!

“MOSTREMOS VALOR, CONSTÂNCIA, NESTA ÍMPIA E INJUSTA GUERRA, SIRVAM NOSSAS FAÇANHAS, DE MODELO A TODA TERRA!”

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