Nos últimos anos, a procura pelo jiu jitsu feminino tem crescido exponencialmente em várias regiões do Brasil, e em Imaruí – Santa Catarina, não é exceção. Cada vez mais mulheres estão descobrindo os benefícios físicos, mentais e emocionais dessa arte marcial, o que tem feito crescer a demanda por treinamentos exclusivos e focados no público feminino. Atenta a essa tendência, a equipe Academia CT Ajuma He decidiu abrir um horário exclusivo para a turma feminina, comandada por Josiane de Souza Brito e seu marido, Adilson Brito, que foi o professor que conversou conosco hoje.
Um pouco da história da academia e o time feminino:
“Eu comecei a dar aula em 2018, ainda de faixa roxa. E nós viemos com essa cultura que não é legal, onde a maioria das academias só tem homens, e essa cultura espanta as mulheres. Até a própria resenha espanta as mulheres e isso é muito ruim.
E por isso, sempre percebi que o tatame onde treinava e me graduei era dominado por homens. Durante todo esse tempo, a única presença feminina era uma menina, filha de um dos alunos, e”ensinado” dentro dessa cultura, acabei não acreditando muito no potencial dela. E ela foi ficando, mostrando sua dedicação, e com 4 meses de treino, veio um rapaz de outra equipe visitar, e ela ‘passou o carro’ nele, pegou as costas, finalizou no mata leão, e eu achei aquilo incrível!
E foi quando eu pensei “Meu Deus, já pensou se ela para de treinar porque eu simplesmente não tinha uma metodologia para acolher e iniciar essa menina?” Isso fez com que minha esposa e eu percebêssemos uma grande lacuna: não havia um espaço dedicado para mulheres no nosso time.
E isso é ruim até para os homens, quantos homens já pensaram em talvez trazer mulher e filhos e viram que ali não era um ambiente agradável, sabe?
Diante disso, conversando com minha esposa, decidimos criar um time exclusivamente feminino. Minha esposa, que é faixa azul avançada e estava quase alcançando a faixa roxa antes de se lesionar no joelho durante um torneio, seria a responsável pelos treinamentos.
A ideia era simples: preparar um espaço onde só haveria mulheres no tatame, permitindo que elas tivessem suas conversas e treinos sem a presença masculina. Para garantir esse ambiente exclusivo, estabelecemos que homens, incluindo namorados e maridos das alunas, poderiam acompanhar, mas apenas da sala de espera.
Essa iniciativa trouxe uma mudança significativa. Agora, as mulheres têm seu próprio espaço e tempo para treinar, algo que os homens sempre tiveram. Eu me encarrego de preparar as aulas e minha esposa conduz os treinos. Raramente piso no tatame, a não ser para passar algum recado no início ou no fim das aulas. Esse respeito pelo espaço feminino tem sido fundamental para encorajar mais mulheres a praticarem jiu jitsu, e estamos orgulhosos de ter tomado essa iniciativa.
Dentre as mudanças que implementamos, coloquei o uso obrigatório de rashguard (afinal, todos temos que estar protegidos durante o treino), durante a resenha, conversei com os meninos para que eles diminuíssem os comentários machistas, quando chega uma aluna nova, ela fica um tempo treinando no boneco e depois passa para os treinos com as meninas, e assim, por indicação de uma e outra, acabou entrando mais meninas, atraindo outras mulheres, e basicamente foi isso.”
A forma com que o professor Brito e sua esposa Josiane abraçaram as mulheres é algo que muitas academias deviam levar como exemplo. Eu mesma como mulher não me sentia acolhida e sim, era “jogada aos leões”, como ele mesmo disse.
Confira algumas fotos do time:
Mais informações:
Professor: Adilson Soares deBrito (Brito)
Instrutora: Josiane de Souza Brito (Josi)
Horário: Terças-feiras às 19h30
Endereço: Rua Alberto Luciano, Praia do Lessa – Imaruí/SC
Instagram: @ajumahetjj
Se você mora na região de Imaruí – SC, não deixe de fazer uma visita!