Jiu-jitsu, pandemia e responsabilidade social: um breve desabafo

Foto: FlashSport

Há pouco mais de um ano nosso país vem sofrendo com a pandemia da Covid-19, que tem arrastado com ela não apenas a saúde, mas todo o resto, inclusive o jiu-jitsu como um todo: treinos, academias, campeonatos, tudo parado.

No meio de todo esse caos, muitos de nós tentamos não perder o foco e não deixar a peteca cair. Nos virando com os treinos caseiros, tentando manter a performance o máximo possível e uma rotina de atividades físicas. Infelizmente, nem para todos isso foi possível. Considerando aqueles que foram infectados durante esse período, que tiveram um longo processo de recuperação, há também aqueles que através da incerteza, foram tomados pelo desânimo e pela frustração.

2021 começou com a promessa de um ano melhor, aprovação da vacina e início da vacinação para algumas categorias. Tudo isso com a esperança de retomarmos nossas vidas do jeito mais normal possível, voltar aos treinos, reabrir as academias, estimativa de campeonatos. Até que surge uma variante do vírus e uma segunda onda toma conta do país. E o sentimento que fica é de voltarmos para a estaca zero.

Durante o mês de março, vários estado do país tiveram suas capitais decretadas em lockdown e lá se foram as portas das academias fechadas mais uma vez. E com elas, inevitavelmente o retorno do desânimo, da incerteza e da frustração.

Basta entrar no site do Ministério da Saúde para conseguir perceber que os casos não param de subir, e os números chegam a ser assustadores se comparado ao ano passado. Não dá para negar o sentimento que isso nos causa. Longe mim compartilhar pessimismo e sentimentos negativos, pois assim como qualquer pessoa neste país, o meu maior desejo é que tudo isso acabe o mais rápido possível.

Por outro lado, não dá para ignorar a nossa responsabilidade social quando o caos aumenta e somos levados a parar tudo de novo. Todos nós sabemos o quanto é difícil ficar longe do jiu-jitsu e da academia, o quanto sentimos falta do cheiro de suor no tatame e do calor da luta, mas não podemos fingir que nada está acontecendo e que estamos longe de ser atingidos por tudo isso.

O jiu-jitsu não vai te abandonar

Meu desabafo através desse texto é para todos aqueles que têm se sentido frustrados e desanimados. Eu também estou! Há dias que me sinto distante do jiu-jitsu e sinto como se nunca mais fosse conseguir voltar. Há dias que me esforço para treinar, realizar drills, exercícios de força e resistência, para me sentir mais próxima dessa arte tão amada. Mas há dias que não tenho forças. Há dias que penso em desistir de tudo e aceitar que nada mais vai ser como antes, que tudo isso tem me deixado cada vez mais distante de alcançar meus objetivos dentro do jiu-jitsu.

E se você se sente assim às vezes, não se cobre tanto, você não está sendo uma pessoa horrível e ou amando menos o jiu-jitsu. Você apenas está enfrentando tudo o que temos vivido como qualquer pessoa. Sua saúde mental também tem te cobrado as consequências de todo esse caos, principalmente quando o jiu-jitsu é a nossa válvula de escape e não conseguimos colocá-lo em rota. Você irá desanimar em alguns dias, não irá sentir vontade de treinar, pensará em desistir de tudo e que talvez você nunca mais consiga ter o mesmo pique de antes.

Não se sinta fraca(o) por isso, está todo mundo sofrendo. Apenas viva um dia de cada vez, mesmo que o amanhã seja incerto, pois a certeza que eu tenho e que eu sei que você também tem é do quanto isso é importante para você, como para mim! Lembre do que te levou a praticar esse esporte e o que te levou a permanecer. Pois se tem uma coisa que o jiu-jitsu nos ensina desde o início é a sermos resilientes.

Vamos com calma, tudo vai passar!

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