Atleta da Semana: Melissa Saffier

Melissa se consagrou Top Ranking duas vezes na faixa verde: em 2018 e 2019 pela Copa Prime, também foi vice-campeã Brasileira pela CBJJ, campeã do Sul-americano IBJJF, campeã do International Pro AJP, e em 2020 na faixa azul se consagrou campeã do Sul-Brasileiro com Kimono e terceiro lugar no sem Kimono. Isso é apenas uma amostra de tudo que a nossa Atleta da Semana de hoje vem conquistando.

Melissa Saffier começou a treinar Judô com apenas sete anos e com mais ou menos um ano de treino começou a competir. Na época seu sensei aconselhou os pais a colocarem ela no jiu-jitsu para melhorar o ne-waza. Foi quando ingressou no jiu-jitsu. Começou treinando duas vezes por semana, mas a paixão foi tanta que aos nove anos passou a treinar três vezes por semana além dos treinos de judô.

Após um ano neste ritmo acabou sofrendo sua primeira lesão séria, ficando afastada dos esportes por quase um mês. Quando retornou já não sentia mais motivação em treinar Judô, foi quando seu Sensei a colocou para treinar com os colegas maiores, um treino mais puxado em que treinavam ne-waza todos os dias.

“No final de 2015 competi em dois campeonatos de jiu-jitsu e percebi que gostava bem mais daquela vibe.” No ano seguinte a atleta acabou sofrendo muitas lesões o que a afastou do Judô por um ano.

Em 2018 Melissa decidiu se tornar atleta, se dedicar e enfrentar todos os obstáculos para alcançar seus objetivos.

Dá uma conferida na entrevista que fizemos com ela:

Como é a sua rotina de treinos?

Eu faço 6 treinos de jiu-jitsu por semana, 1 de judô e 4 de preparação física. Também faço drills duas ou três vezes por semana e faço acompanhamento nutricional com a Camila Marini desde 2016. Minha dieta varia dependendo da época do ano, campeonatos que vou disputar e categoria que vou lutar.

Como a pandemia afetou a sua rotina de atleta, manteve algum treino em casa?

Não poder ir para a academia e ver os campeonatos sendo cancelados me deixou um pouco abalada, mas conversei bastaste com a minha terapeuta e vi que deveria me manter bem. Estou fazendo preparação física e drills todos os dias.

Quais são as principais dificuldades no esporte e na carreira de atleta?

Nós, atletas da base, temos pouca visibilidade, por mais que tenhamos títulos e treinemos tanto quanto os atletas mais velhos, algumas pessoas dizem que não somos atletas “de verdade”. Uma das maiores dificuldades é conciliar os treinos com os estudos, eu estudo na Fundação Liberato e faço técnico em Química. Também por ser adolescente, perdi bastante amigas e amigos por não sair para os mesmo lugares e ter uma rotina bem diferente do normal.

Quais os benefícios que o jiu-jitsu trouxe para a sua vida?

Até os 9 anos eu tomei remédio para hipotireoidismo, tive uma infância com bastante restrições alimentares e não me sentia bem comigo mesma. Depois que comecei o jiu-jitsu, a deficiência nos hormônios da tireoide se regulou, perdi peso e parei de tomar remédios. Também consegui levar toda minha família para dentro do tatame, conheci pessoas incríveis por causa desse esporte e hoje meus melhores amigos são pessoas que conheci no tatame. Por ter começado cedo desenvolvi bastante disciplina para tudo na minha vida e muitos outros valores de grande importância.

Qual o estilo de jogo que mais gosta e qual sua finalização preferida?

Hoje, graças a Deus meu professor faz eu treinar tanto por baixo quanto por cima. Mas eu ainda gosto mais de jogar por cima e minha finalização preferida é o armlock.

Quem são seus/suas maiores inspirações no esporte?

Me inspiro em muitos atletas, mas minhas maiores inspirações são a Monique Elias, Bia Basílio, Mikey Musumesi, Anna Rodrigues, Isaque Bahiense, Rafael Mendes, Kyra Gracie, Nicholas Meregali e Gabriela Fechter.

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