Os filmes sobre artes marciais sempre nos apresentaram a imagem do Sensei como uma figura mística, serena, de agudez de espírito. Transformaram pessoas comuns em verdadeiras divindades na terra. Nada de errado em reproduzir com admiração uma figura muito importante no processo de transmissão do conhecimento nas artes marciais. Mas, quem realmente é essa pessoa no cotidiano ou no mundo real fora das edições e dos efeitos especiais?

O professor Wagner Bull, no livro Dojo e Seus Significados, de Dave Lowry, comenta que etimologicamente o significado da palavra Sensei não pode ser traduzido como professor. Significa alguém que veio antes e que lidera o local de treinamento. O título não corresponde a personificação da perfeição aqui na terra.

Mulheres e homens, no Brasil e no Mundo, decidiram trabalhar transmitindo seus conhecimentos e experiências no Jiu-jitsu Brasileiro ou em outra arte marcial. São pessoas que optaram por vender sua força de trabalho se dedicando ao benefício de outras pessoas. Algumas se aplicam exclusivamente a esta tarefa. Outras são profissionais em outras áreas e por satisfação pessoal ou por outros motivos, dedicaram um horário do seu tempo livre para passar seus conhecimentos nos tatames.

E é justamente neste ponto, que não aparece tão facilmente, que gostaria que fizéssemos uma reflexão hoje. Assim como diversas outras profissões, o Sensei ou o professor, instrutor, depende muito do reconhecimento dos seus alunos. Principalmente, na questão financeira. Ser professor(a) de jiu-jitsu não é ainda uma profissão reconhecida na realidade e simbolicamente. Eles não são assistidos por garantias trabalhistas, como outras profissões.

Há um movimento com a intenção de regulamentação da profissão, como é na Educação Física. Entretanto, existem questões a serem discutidas pois, um órgão para regulamentar tal profissão pode trazer mais despesas para uma renda que é muito sazonal. Mas o que quero provocar aqui é que é fundamental que se olhe para estes trabalhadores como qualquer outro, que dependem do seu salário para saldar suas dívidas ou despesas.

A qualidade do que se é transmitido é totalmente vinculada a isso. Vários “Senseis” precisam estudar, participar de seminários, alguns, participam de competições… Enfim, se sua dedicação não está sendo recompensada, de onde ele(a) tirará os meios para quitar tal aplicação?

Qual o papel do Sensei?

Obviamente, a relação de reciprocidade é fundamental. O aluno necessita de um retorno. Não estou aqui produzindo um ensaio sobre as responsabilidades, únicas e exclusivas, dos alunos. A qualidade das aulas devem ser prioridade dos Senseis. Buscando novidades, estimulando seus alunos, organizando o grupo que lidera, visando a busca de princípios éticos, fortalecendo o diálogo entre o grupo, buscando os interesses e os objetivos de seus alunos.

Não esquecendo, conferindo responsabilidades aos alunos durante as aulas. Um ser humano não é só um recipiente de informações onde se deposita o conhecimento. É interessante manter um processo de ensino onde os alunos são convocados à reflexão do que foi transmitido no dia.

Por fim, convido a todos a viver a experiência de estar do outro lado no processo de ensino no jiu-jitsu. Além de ser uma vivência gratificante, potencializa sua capacidade de análise técnica. Embora o Sensei tenha sido diversas vezes retratado no cinema como uma figura mística, ele é mais um trabalhador como você.

Os Senseis necessitam serem reconhecidos pelo esforço e dedicação que aplicam em suas aulas, obviamente, devem também manter com seus alunos uma relação recíproca. Nosso país, infelizmente, não demonstra muito apreço pelos professores, de uma forma geral. Mas, vamos mudar este quadro?



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