Hoje o Atleta da Semana desembarca no Rio de Janeiro para conhecer um pouco mais sobre a história de Danielle Carvalho, faixa roxa da GFTeam. Dani conheceu o jiu-jitsu por causa do pai, que treinava e a levava junto às vezes. Quando ela botou o kimono para treinar, não tirou mais. A frequência de treinos aumentou quando ela se mudou de um município menor, Magé, para a capital há seis anos e botou na cabeça que queria competir. O pai a levou em uma filial da GFTeam, a Equipe Tubarão, onde Dani está até hoje.
A rotina é intensa, três vezes por dia ela está treinando. Na época do Campeonato Brasileiro, também fazia preparação física. Quanto à alimentação, Dani procura seguir tudo que o nutricionista indica, evitando refrigerantes, frituras e outras coisas pesadas.
Uma de suas inspirações no jiu-jitsu é seu noivo, Hiago. Quando ela entrou na GFTeam Tubarão, ele já treinava lá, foi onde se conheceram. Desde aquela época eles estão juntos e o jiu-jitsu é um elo forte entre os dois, por ser um objetivo em comum. Um se inspira no outro e sempre está motivando o outro a treinar e não desistir. Ela brinca que só é difícil quando um tem que bater peso e o outro não, mas se esforçam para que o outro continue na dieta rs…
A cada campeonato, ela tenta mudar o jogo ou acrescentar algo novo; procura começar tanto derrubando quanto puxando para a guarda. Mas conta que sua posição preferida é a passagem, principalmente da meia guarda.
Dani também tem uma história com a Luta Olímpica. Ela caiu de paraquedas em um campeonato da modalidade, mas começou a treinar e acabou gostando. Um mês depois, ela foi disputar o Brasileiro, em São Paulo, e fez lutas muito boas. Em sua atual categoria, o nível aumenta e ela tem a chance de disputar até com atletas que já foram para Olimpíadas. Dani conta que a Luta Olímpica ajuda muito por conta do trabalho de cardio e pela constante repetição que é o treino, além de dar uma base boa em pé para quem gosta de jiu-jitsu sem kimono.
Hoje, Dani se dedica exclusivamente aos treinos de jiu-jitsu e conta que sofreu um pouco com o preconceito quando resolveu tomar essa decisão. Teve que ouvir comentários de que era besteira viver do jiu-jitsu e que isso não era trabalho. Um dos desafios que a carreira de atleta traz é a dificuldade para conseguir apoio e patrocínio, como lembra Dani. Apesar de tudo, ela continua se dedicando e já conquistou quatro títulos Brasileiros, terceiro lugar no Campeonato Mundial de 2016, fora os Opens. Ela conta que tudo que faz é pensando no jiu-jitsu e que seu maior objetivo hoje é conquistar um Campeonato Mundial.
“O jiu-jitsu me acolheu em todos os sentidos, nas amizades, no amor, ajudou na responsabilidade”
Sabemos que o jiu-jitsu feminino já avançou muito, mas ainda há muito o que melhorar. Dani ressalta que sempre foi tratada igual a todo mundo na academia, mas que sente diferença na hora de buscar um patrocínio. Pois muitas marcas estão preocupadas com a beleza e atributos físicos da mulher e não seu currículo como lutadora. Ela ficou feliz com a quantidade de meninas inscritas na sua categoria no Mundial (cerca de 30), mas lembra que em alguns campeonatos as mulheres ainda presenciam questões como a diferença de premiação.
Falando em Mundial, Dani também lutou este ano. Vimos, durante e após o campeonato, algumas reclamações da arbitragem por parte dos atletas e também foi o caso dela. Ela, os professores e companheiros de treino também ficaram insatisfeitos com a decisão de uma luta sua, mas Dani quer voltar mais forte no próximo ano e conquistar o título.
Muitas meninas, já na faixa azul e roxa, estão elevando o nível do jiu-jitsu e tentando fazer com que nosso esporte seja cada vez mais respeitado. Danielle Carvalho é uma delas. É bonito de ver tantas meninas honrando o nome do BJJ feminino. Boa sorte à Dani nessa caminhada!