O Jiu-jitsu está crescendo e não é novidade que nós mulheres, viemos para ficar. Queremos as mesmas oportunidades, mesmos desafios e pouco a pouco estamos conquistando nosso espaço. E pra mostrar que a arte é suave mas, que o sexo feminino não é nada frágil, fomos conversar com a atleta Lúcia Mota da Silva. Lúcia em seu último campeonato lutou na categoria masculina até 64kg pesando 55kg, fazendo lutas bonitas de se ver, levando para casa medalha de bronze: “foram as melhores lutas que já fiz, fiquei muito feliz”.
Ela tem 19 anos, mora em Rondônia, e sua coleção já conta com 15 medalhas de ouro. Começou o Jiu-jitsu por influência dos amigos: “no início achava estranho aquele agarra agarra, mas depois que comecei a treinar fiquei completamente envolvida, no tatame esqueço todos os meus problemas”.
Lúcia conta com o apoio dos amigos, do namorado e da mãe, seus maiores incentivadores. Ela possui também um patrocinador que a ajuda bastante: “ele ajuda não só a mim mas a outros atletas na cidade”, completa.
Cansada de levar medalha pra casa sem lutar (ganhoando de W.O) Lúcia pediu ao organizador de um campeonato regional para coloca-lá na categoria masculina, e ele mesmo surpreso, concordou: “o cara era muito maior do que eu e ele sabia que não precisava de força pra ganhar, mas mesmo assim ele soltou o jogo e fizemos uma luta muito bacana. No final ele ainda elogiou minha técnica” conta. Fez outra luta e foi finalizada com um catagatame dá montada: “ele era muito forte”, mas nada apagou o brilho de estar acima de seus limites.
Lúcia passa pelo mesmo dilema que muitas de nós, que é se preparar para os campeonatos e não ter adversária: “é muito triste porque a gente treina duro na academia e chega na hora não consegue colocar à prova o que aprendeu, gosto de conquistar a medalha e não simplesmente pagar por ela, por isso fui atrás de luta”. Apesar de ter sido bem recebida pelos adversários, também foi alvo de muitas críticas: “algumas pessoas disseram que eu fiz a luta pra aparecer, e chamar a atenção. Um adversário até usou força e um pouco de brutalidade, mas ninguém me machucou.”, afirma a moça, mostrando muita coragem e determinação.
Muitas de nós reclamamos de ter poucas mulheres competindo e acabamos por não irmos também, mas se todas pensarmos assim essa situação nunca vai mudar, e criticar os outros da arquibancada é muito fácil, não é mesmo?!
Como muitas de nós, Lúcia também não vive integralmente para o Jiu jitsu. Ela trabalha, estuda e também já precisou se ausentar dos tatames por falta de tempo e por lesões, mas foram apenas pra provar sua determinação. “Esse ano já assinei o contrato com o patrocinador e pretendo deixar as pessoas que eu amo orgulhosas”, diz animada e cheia de disposição.
É de pessoas assim que o Jiu jitsu precisa, gente que faz acontecer, para si e para os outros. E para finalizar, Lúcia deixa um recado para as todas as mulheres:
“Aconselho todas as meninas a se arriscarem e lutar. Acreditem no seu potencial, pois nós somos maiores que os nossos sonhos e não deixem de lutar por eles. Sempre existirão barreiras, dificuldades e muitos obstáculos, mas nós somos guerreiras e com força, foco e fé conseguiremos chegar a qualquer lugar. Eu me espelho em Mackenzie Lynne Dern, minha musa inspiradora. Linda por dentro e por fora, desde pequena nunca desistiu de lutar pelos seus sonhos. Seu carisma e seu talento emocionam qualquer um. Então acredite, você também é capaz, só nos mesmos que somos capaz de mudar cada detalhe do nosso presente e nosso futuro.”
E pra quem quiser saber mais sobre ela:
Instagram: @luciamotabjj
Até mais.
Osssss