Jiu-jitsu e saúde mental: depoimento de alguém com transtorno de Borderline

Hoje vou contar a importância do jiu-jitsu na vida da Mayara Archeleigar, de 19 anos, faixa branca da equipe FH Jiu-jitsu Checkmat. A Mayara foi diagnosticada com o transtorno de borderline em 2016, começou no jiu-jitsu em 2019 e se encontrou dentro do tatame.

Sobre o Transtorno de Borderline

Borderline é um “transtorno de saúde mental que pode causar um padrão de instabilidade comportamental nas relações interpessoais, na autoimagem e afetos.”

As causas do transtorno são diversas, como “predisposição genética e até experiências emocionais precoces e fatores ambientais, especialmente na infância, com destaque para as situações traumáticas e situações de abuso e negligência”

O diagnóstico

A faixa branca apresenta sintomas do transtorno desde 2014, mas teve o diagnóstico em 2016.

As principais características do transtorno são: instabilidade emocional, impulsividade, insegurança, medo de abandono, mudanças de humor frequentes, automutilação, entre outros.

E a May já deixa um recado para as mulheres que sofrem com o transtorno:

“Atividade física ajuda tanto no metabolismo do seu corpo físico quanto na mente, mas sempre procure ter o auxílio de um tratamento psicológico e psiquiátrico.”

Desde o diagnóstico ela procurou uma atividade física. Tentou fazer muay thai, mas não se identificou com o esporte e acabou desistindo, até que conheceu o jiu-jitsu.

O auxílio do jiu-jitsu

Mayara conheceu a arte suave através do seu pai e da sua madrasta, que sempre incentivaram elas e as irmãs a procurarem a arte marcial. O pai da Mayara é faixa azul de jiu-jitsu e sempre levou o esporte para dentro de casa, fazendo a família inteira entrar no tatame.

Depois que se apaixonou pelo esporte, a faixa branca tentou treinar todos os dias e acabou fazendo o namorado também se aproximar do esporte.

Nos treinos a parte que ela mais gosta são os rolas, onde consegue se soltar e soltar toda a explosão que tem dentro de si. O treino de jiu jitsu é uma maneira que ela usa para limpar a alma.

A meta principal para ela na arte marcial é a autodefesa, pois a faz se sentir mais confiante.

Uma grande mudança que ela teve depois que começou a treinar foi a relação com outras pessoas, ela se sente muito mais sociável e tranquila.

Segundo ela, a Mayara depois do jiu-jitsu é uma mulher muito mais calma, menos ansiosa e as crises diminuíram. Com a diminuição das crises, a faixa branca acaba não se ferindo e faz somente o bem para ela e o seu corpo.


Se estiver passando por essa situação ou alguma outra em relação à saúde mental, procure ajuda profissional! O esporte é fundamental na nossa vida, mas em muitos casos o acompanhamento psicológico é essencial. 

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