Sobre a importância dos seminários

O fim do ano está se aproximando, e essa época é marcada por muitos eventos nas academias, entre eles estão os seminários. Muitos brasileiros que moram foram do Brasil e vêm visitar a família aproveitam para ministrar esses minicursos por aqui. A palavra veio do latim seminarium,  local onde são deixadas as sementes até a germinação; segundo fontes filosóficas, é onde semeamos as ideias.

Quando vejo a palavra seminário ao lado da foto de alguém de kimono já corro pra ver quem é e, principalmente, o valor, porque o dia pode ser qualquer um que a gente desmarca tudo e vai (risos), brincadeiras à parte, os seminários são mais atrativos quando são com alguém famoso por seus títulos e excelência, mas tem muita gente boa ainda desconhecida, dando seminário pelo Brasil a fora e esbanjando técnica e habilidades.

Geralmente, os seminários duram de 3 a 4 horas, há demonstração de posições e técnicas refinadas, e as reclamações geralmente são no quesito estrutura, temos pouco espaço e pouco tempo pra treinar a posição que foi apresentada. Mesmo assim, é sempre muito válido, pois algumas dicas ficam gravadas na memória para sempre. É interessante também quando, no seminário, é apresentada a história do professor, suas convicções, lutas e glórias no esporte, contando como chegou lá, isso motiva as pessoas que estão presentes, principalmente a não pararem no meio do caminho.

Infelizmente, os seminários não são acessíveis a todos, os preços variam muito, e quando são ministrados em outras cidades ainda contam com a hospedagem e a alimentação que oneram muito o valor.

Ir a um seminário também requer algumas preocupações, como por exemplo, com quem vamos fazer a posição lá na hora, porque pode parecer simples, mas não é, então é sempre bom combinar com alguém e irem juntos, assim você já garante a sua dupla.

Seminário da Mackenzie Dern em Mogi das Cruzes, na academia do Sensei Jones Fortes.

Um seminário não só ensina, mas também nos dá a chance de aperfeiçoar técnicas e detalhes sobre posições novas ou já conhecidas, nos dando maior confiança em poder usar a técnica em alguma competição, por exemplo. Um seminário bem apresentado, com um instrutor que domina o que está ensinando, é uma oportunidade de ter um diferencial no seu jogo.

Os seminários também são uma forma do atleta/instrutor que se empenhou durante anos com estudos e treinos receber do esporte a “recompensa” por sua dedicação e seu esforço, podendo, assim, receber para ensinar o que ama e aprendeu ministrando seminários, o que é um excelente primeiro passo pra quem quer viver do jiu-jitsu.

É preciso um pouco de humildade na hora de dizer “sim” a um seminário, e não sair se inscrevendo sem antes fazer uma auto-avaliação! Por exemplo, se você já teve ou está se recuperando de alguma lesão, ou não gosta de fazer determinados movimentos, talvez seja melhor aguardar a próxima oportunidade. Também é preciso estar aberto a aprender coisas novas, para que você não duvide da eficiência das posições e fique como um chato desconstruindo o seminário alheio, alguns dizem que é vantajoso ter um certo conhecimento prévio de jiu jitsu, pois se por acaso você não gosta de jogar por cima, ir a um seminário específico com técnicas de passagem de guarda pode ajudar você a repensar suas preferências, lhe dando alternativas que se encaixam melhor a você, e ao seu corpo, e para isso é preciso uma certa maturidade no esporte.

Existem N posições a serem usadas, treinadas, modificadas, e para que as posições vistas nos seminários sejam realmente bem aproveitadas, precisam ser treinadas muitas e muitas vezes. Por isso, dê o seu melhor todos os dias e nunca desista de executá-las com precisão.

Sabemos que nossa memória às vezes é falha, então a dica de ouro é filmar ou anotar as posições apresentadas assim que o seminário terminar, assim você não esquece na hora de treinar, e pode montar os drills e sequências de acordo com o seu jogo.

E você, tem alguma experiência em seminários? Conte pra gente! ????

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