Atleta da Semana – Entrevista com Gabriela Fechter

Fala, galera! O Atleta da Semana de hoje recebe Gabriela Fechter, faixa roxa da Checkmat do RJ. Gabi vem se saindo muito bem nos campeonatos da CBJJ deste ano e hoje contou pra gente um pouco sobre sua rotina de treinos, carreira, como começou no esporte e muito mais. Bora lá?

Sobre como começou com a prática de jiu-jitsu, ela conta que começou com 15 anos de idade em uma academia pequena na zona sul de São Paulo. O professor se chamava Cleoudon. Segundo ela, ele a convenceu de que poderia ser campeã mundial e isso a motivou a treinar.

Assim como todo atleta, ela também tem dificuldades no esporte, Gabi conta que as dificuldades financeiras são sempre as primeiras que lembra. Além dessa falta de apoio, da dificuldade de patrocínio e incentivo ao esporte, uma das maiores dificuldades que ela enfrenta é a rotina e a sua cobrança individual: “Treinar todos os dias de duas a três vezes por dia é algo estressante, maçante. Seu corpo já está pedindo arrego e você está lá tentando mais um pouquinho. Eu moro dentro da academia, então parece que a mente não descansa. Vou dormir depois do treino da noite pensando nos erros que cometi e acordo muitas vezes com o pessoal chegando às 6h30 falando sobre De la riva ou meia guarda.”

Para ser a atleta que é, Gabi passa tem uma rotina de treinos bem regrada. Por morar dentro da academia ela “se obriga” a fazer no mínimo dois treinos de jiu-jitsu por dia. Além disso, também pratica MMA, treinamento resistido (funcional/musculação) e se arrisca ainda na capoeira. Antes das competições ela afirma tentar descansar:  “Tentando mesmo. Eu fico muito agoniada quando não treino, acho que tá todo mundo aprendendo menos eu. Mas eu sei o quanto é importante o descanso na vida do atleta.” Se o campeonato é no sábado, treina segunda e terça, somente posição e treino específico, e então descansa até o dia da luta.

Gabi conta também quem são seus ídolos no esporte: primeiro é seu professor, Ricardo Vieira; depois Buchecha e Leandro Lo. Entre as meninas, Michele Nicollini assume o primeiro lugar. Mas menciona também outras mulheres que te inspiram: “A surpreendente Tayane Porfírio que apresenta um jiu-jitsu solto e eficiente e a Nathiely que é outra monstra…. Tem também a Bianca Basílio que sou muito fã!”

Quando perguntamos à ela sobre sua posição/finalização favorita, ela disse: “Ah, o que aparecer é lucro! Rs” afirmando gostar muito de finalizar nas costas,  mas tem arriscado uns armlocks por aí.

Dá uma olhada nos títulos da ferinha:

  • Campeã Brasileira Nogi IBJJF
  • Campeã Grand Slam
  • Campeã Brasília Open IBJJF Peso e Absoluto Gi e Nogi
  • Campeã Sul Americana
  • Campeã SP Open
  • Campeã Rio Open – vice no absoluto
  • Campeã Bjj Pro
Pódio faixa roxa - Brasília Open IBJJF
Pódio faixa roxa – Brasília Open IBJJF

Sobre sua alimentação, ela afirma “ter mente de gorda” (hahahaha). Segundo ela, se acha chata com qualidade e não com quantidade. Não come fritura, fast food, refrigerante, maionese etc, e desde de pequena conta que é assim. Segue uma alimentação regrada durante o período de competição e seu peso é (pasmem) 56,5 / 57kg. “Gosto de comer bem e acho que temos que ter equilíbrio pra tudo em nossa vida.”

Sobre seus planos para 2017, ela afirma com convicção que vai treinar duro para campeã mundial. Este é o plano!

Gabriela está no último ano de Educação Física, e sobre a polêmica de professores de jiu-jitsu ministrarem aulas sem a formação na “área”, ela afirma que existem dois vieses: “Acho extremamente complicado formar um professor de educação física capaz de ministrar aulas de jiu-jitsu, uma vez que a arte marcial exige técnicas específicas e vivência de tatame. Mas também acho complicado faixa preta mal informado dando aula sem se preocupar com questões básicas que envolvem a biomecânica do corpo humano. Ainda fica pior quando envolve crianças. Acredito que bons professores, faixas pretas, necessitam de um conhecimento básico para não lesionarem seus alunos, ou interferirem no desenvolvimento de uma criança.”

Neste ano, Gabi passou por um probleminha complicado de saúde: ela desenvolveu uma bactéria na perna, que fez surgir um “buraco” em sua pele. Veja seu depoimento:

“Tive essa bactéria duas vezes! Me informei muito a respeito e tô profissional no assunto, rs. A bactéria (estafilococus) já existe no nosso corpo e precisa de um desequilíbrio para se manifestar. No meu caso, eu estava prestes a lutar o campeonato mais importante do ano, estressada pela viagem, perdendo peso para competir, sofri mudança de alimentação e treinei pesado. A soma de todos esses fatores ocasionou na formação da foliculite que se desenvolveu para a tal da bactéria. A má higienização do tatame contribui para a proliferação da bactéria, MAS não é o fator que ocasiona o desenvolvimento da bactéria em você.
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Perna de Gabi na manifestação da bactéria estafilococus
Passei por vários tipos de tratamento. Antibióticos e pomadas de todos os tipos. Hoje em dia frequento uma psicóloga do esporte que me ajuda a trabalhar a prevenção do estresse e tô fazendo depilação a laser na perna pra tentar evitar mesmoooooo que alguma bactéria se manifeste.”
 Para inspirar nossas leitoras:

“Determinação e força de vontade são a chave do sucesso de qualquer coisa em nossas vidas. Abra mão do que tiver que abrir. More dentro de uma academia, fique longe dos seus familiares, faça o que for preciso com amor, para conquistar seus objetivos. Como diz meu mestre: NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS. “

Gabi tem 26 anos, é faixa roxa da Checkmat do RJ e largou sua vida em São Paulo para se dedicar ao jiu-jitsu no RJ. Muito sucesso em sua carreira, Gabi! Esperamos te ver campeã mundial e campeã de muitos outros campeonatos em 2017 🙂

E você, quem gostaria de ver por aqui?

Oss

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