Mel Oliveira, 29 anos, foi surpreendida no dia de seu aniversário pelo irmão: levada para uma aula experimental de Jiu-jitsu – “eu topei e fui, comecei a aula e, mesmo não tendo muita noção, fiquei encantada e decidi que faria de qualquer jeito”. Não poderia ter recebido presente melhor…
Matrícula realizada, quimono em mãos, após três meses de treino participou de uma competição regional e a experiência expandiu ainda mais a sua visão e as possibilidades que a arte suave pode proporcionar: “Mesmo perdendo, fiquei em êxtase com tudo aquilo. Era exatamente o que eu queria!”
Atualmente, a faixa azul representante da Gracie Barra Neves divide sua rotina entre os treinos, família, estágio e a faculdade de fisioterapia: “não é fácil, mas tenho muito suporte da família e isso facilita bastante”. Sua filha, inclusive, já a acompanha e participa dos treinos, o que fortalece ainda mais o laço familiar.
Com a rotina justa, horários programados para tudo e atividades anotadas “em dois planners, pra ajudar na organização”, Mel se apoia em dois pilares fundamentais na sua rotina: o primeiro é foco e o segundo é o descanso. “Essa pausa é necessária, pois às vezes nos cobramos demais em relação aos treinos, e o descanso é necessário, para o corpo e para a mente”. Os domingos são para ficar em família, “quando não tem campeonato”, ressalta (risos).
Quanto à rotina de treinos, são 5 a 6 dias no tatame, complementados com sessões de musculação e algumas aulas de kickboxing, “o objetivo é o fortalecimento muscular para prevenir lesões e melhorar o gás”. Além disso, faz acompanhamento nutricional regular: “com a quantidade de treinos eu cansava muito e não rendia, então tem sido diferencial, além de auxiliar na questão do controle de peso para as competições.”
Mel tem objetivos bem definidos em sua caminhada no Jiu-jitsu: “Quero ser o melhor que eu puder como atleta e, com isso, inspirar outras mulheres a também fazerem o seu melhor. Também quero dar aulas e ajudar em algum projeto social”.
Como toda amante da arte suave, ela tem suas referências na modalidade: “as que mais me inspiram são a Bia Basílio e a Julia Boscher. Mas todas que estão no tatame tem minha admiração e respeito. Cada uma tem uma luta e é preciso valorizar isso. Somos capazes de fazer muito mais do que pensam, infelizmente ainda existe muito preconceito, mas as mulheres estão cada vez mais conquistando seu espaço. O jiu-jitsu é para todos, sem distinção”, afirma.
Mel ressalta, ainda, a importância do acolhimento no tatame e dos desafios ainda enfrentados pelas mulheres na comunidade do Jiu-jitsu: “fui levada pelo meu irmão, que já treinava, então não tive grandes dificuldades, mas recebi meninas que vieram de outras academias e alegam terem sofrido com descaso, serem deixadas de lado nos treinos por serem mulheres”. Relata ainda, uma situação em um evento que participou: “Já presenciei comentários de assédio em um evento NO GI (CBJJ). Isso é muito sério e deveria parar. Merecemos respeito!”, exige.
Com certeza merecem todo respeito! Oss!
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