Mamães jiujiteiras – parte 4

Hoje é dias das mães e nada melhor do que dar esse espaço para as mamães jiujiteiras, não é mesmo? Pegamos o depoimento de algumas mulheres que conciliam os treinos, a maternidade e a vida. São depoimentos com as mais variadas experiências e vale muito a pena ler! Muito obrigada a todas que toparam participar.

Erica Louise Bezerra – @ericalouisebezerra

Eu amo arte marcial! Desde pequena sou praticante. Já fiz Tae Kwon Do, Muay Thai… Mas foi aos 32 anos que encontrei o Jiu-jitsu. Minha busca não era apenas por um esporte, mas por uma ressignificação da vida. Aprendi com a Arte Suave que não existe problema grande, existe poucas estratégias de superação; que pode existir muitas dificuldades, mas a guarda não deve estar baixa. Que na vida precisamos ter coragem. Me afastei dos tatames, após uma lesão (mão de vaca de um faixa roxa que não ia bater pra uma mulher e ainda mais faixa branca). Retornei aos tatames em 2020, aos 37 anos , um pouco antes da pandemia. Minha salvação. Me tirou de muitas crises de ansiedade. Me trouxe vida e alegria. Meus filhos estão comigo nesta paixão. Se orgulham de mim, me acompanham nos treinos, e eu acho lindo eles aprenderem sobre respeito, honra e força. Oss.

Renata Fernandes, faixa azul – @renatalimao

Lá em 2018 meu filho, com então 7 anos já fazia karatê, mas quis fazer uma aula de Jiu-Jitsu pra ver como era. Após 1 aula virou pra mim e disse: ‘Não vou mais pro karatê, só vou vir aqui!’ Após alguns meses, fui entendendo melhor, conhecendo o que era essa história de rolar kkkk…

No comecinho de 2019 eu resolvi fazer uma aula. Aquele comecinho é osso né? Pânico e desespero definem! Mas logo garrei amor pelo Jiu! Eu estava tratando depressão há um bom tempo e a superação a cada novo golpe aprendido, a convivência diária no tatame, cada grauzinho conquistado me ajudaram demais! Minha filha também começou, aí ficamos 3 jiujiteiros nessa família! Não vemos a hora dessa vacina chegar pra voltarmos ao tatame!

Alexandra Lima, faixa branca – @aleleelima

Meu filho faz Jiu-jitsu e sempre pedia pra eu fazer também, mas eu olhava os treinos dele e achava que eu não conseguiria, eu sedentária com trinta e todos, acreditava que ali não era meu lugar, tentava sem sucesso fazer só musculação, mas não gosto. Acompanhando meu filho em um campeonato, uma conhecida me perguntou se eu também praticava e eu disse que não. E ela disse ‘eu estou e estou amando no próximo campeonato eu vou’, aí eu perguntei mas tu consegue fazer porque eu olho e parece que não consigo e ela disse ‘sim aos poucos a gente consegue’.

No começo não conseguia fazer quase nada e agora já consigo fazer. Esta conversa me inspirou a entrar mas quem me incentivou a não desistir foi meu filho e as outras crianças da equipe infantil, eles ficaram felizes de eu estar ali, todos queriam me ensinar e ajudar e no início me mantive ali pra não decepcionar eles. Eu me sentia meio perdida, depois eu fui gostando tanto e conseguindo entender o que eu estava fazendo, comecei a fazer conexões. Sou muito apaixonada pelo jiu-jitsu! Minha equipe me recebeu tão bem e sempre estão dispostos a me ajudar quando tenho dificuldade em fazer alguma posição. Meu filho é o professor mais exigente kkkkkk Mas eu amo e dividir o tatame com ele, nos deixou mais próximos e conectados do que já éramos. Um pouquinho da minha pequena história no jiu por enquanto, tenho um caminho longo até a faixa preta🥰

Meu filho tem 14 anos, 5 anos de jiu-jitsu, eu tenho 38 anos e 1,5 ano de jiu-jitsu.

Gigi Nunes, faixa marrom – @gigipnunes

No início deste ano minhas filhas nasceram para mim, Isabelle com 7 anos e Helena com 10, chegaram através da adoção. É indescritível como uma mulher muda após se tornar mãe. Ganhamos força, ganhamos foco, definimos as prioridades… Acho que ganhamos super poderes kkkk pois conseguimos o que parece impossível. 

As duas amaram treinar conosco e hoje fazemos os dois treinos diários com a família toda reunida.

Dandara Guimarães – faixa preta – @dandaraguimaraes

Eu cresci no tatame onde meu pai era professor e continua meu professor até hoje. No Jiu-Jitsu eu trilhei um caminho de aluna, competidora, professora e hoje também, dona de escola. Aos 18 anos engravidei da minha primeira filha que também passou a frequentar os treinos sempre que eu ia treinar e dar aula, e hoje, aos 10 anos já se tornou competidora. Aos 22 anos peguei minha faixa preta e continuei seguindo minha missão que deixaria de ser competir, para compartilhar conhecimento e agregar na vida de outras mulheres, crianças e alunos em geral.

Aos 28 anos, 10 anos após minha primeira gestação, engravidei novamente e segui treinando e dando aula até os 5 meses, quando iniciou a pandemia e tivemos que fechar a escola. Hoje tenho o privilégio de ter minhas duas filhas comigo, mantendo o meu legado e o da nossa família vivos em mais uma geração e servindo de exemplo para outras mulheres e mães! O Jiu-Jitsu nos proporciona isso, um aprendizado constante e uma superação diária, como alunas, professoras, mulheres, mães. Um feliz dia a todas aquelas que lutam diariamente com tanto amor pelo esporte e pelos filhos!

Marina Goulart- Faixa Branca 4 graus  – @mafigoulart

Comecei no jiu-jitsu há 2 anos, minha filha sempre me acompanhou nos treinos. Hoje ela tem 5 anos e ainda acompanha os treinos e faz o aquecimento, como não tem outras crianças ela só fica olhando. O jiu-jitsu me trouxe confiança e autoestima, treino só com homens e o desafio de me superar a cada treino me motiva. Meu marido começou a treinar por minha causa e se apaixonou pela arte suave também. Hoje treinamos juntos e é muito bom, aprendemos juntos. Minha filha já repete algumas posições conosco em casa e fico encantada pela facilidade em aprender só observando. 

Maiara Lima – faixa branca – @maiaraigoralice.lima

Eu comecei no jiu-jitsu há pouco tempo, porque eu tinha receio pois meu ex-marido é faixa roxa e por anos sofri com as agressões dele. No começo tinha muito receio porque acreditava que a maioria dos praticantes eram como ele, que se acham por ter uma faixa na cintura. Hoje pratico e sou apaixonada pelo jiu-jitsu e meus filhos foram os grandes responsáveis por isso. Com o jiu-jitsu tenho aprendido a me amar e recuperar a minha vontade de ser feliz e viver outra vez. Tenho conseguido superar vários traumas que trouxe dessa relação. Só tenho a agradecer a essa arte que tanto me ajudou e me ajuda não só dentro do tatame.

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