Onde está o Jiu Jitsu no pódio da sua vida?

A cada ano que passa, renovamos nossos sonhos, reavaliamos nossas prioridades, e nem sempre fazer isso é uma tarefa fácil. A medida que vamos amadurecendo, nossa vida vai se modificando e junto a isso as circunstâncias também vão. O que era prioridade no ano anterior, ou há alguns anos, nem sempre permanece em primeiro lugar no pódio. Casa, filhos, trabalho, família, reorganizar as prioridades muitas vezes pode custar a felicidade de pessoas próximas a você, e se for criado um efeito negativo nelas, você pode também sofrer com as consequências.

É comum vermos pessoas reclamando nas redes sociais e nos grupos, sobre a falta de adversários nos campeonatos, ou da pouca quantidade de meninas, ou dizendo que as pessoas não possuem intensidade nos treinos, e é exatamente aí que entram as prioridades individuais da vida de cada um. Dependendo da sua profissão, por exemplo, não vai poder inutilizar uma das mãos, ou trabalhar com uma lesão, por menor que ela seja. Não é qualquer pessoa que está disposta a encarar esses desafios como uma brincadeira.

Uma boa parte dos praticantes de jiu-jitsu vê como prioridade a qualidade de vida, o bem-estar que sentem após o treino e até os novos amigos que fazem no tatame. Todo mundo conhece alguém, que vai no treino só para rever os amigos, vai nos campeonatos só para torcer, ou que mesmo lesionado está sempre por perto, e essas pessoas tem seu valor no esporte, e precisam ter o seu espaço respeitado também. O lado social do esporte precisa ser levado em consideração nestas situações.

No jiu-jitsu as nossas prioridades mudam a cada ano, a cada grau, a cada troca de faixa, e grande parte dos praticantes, não pode colocar o esporte no topo da sua lista por diversas questões individuais, que podem ser, financeira, física, emocional ou estrutural mesmo. Uma coisa vai puxando a outra: para treinar todos os dias é preciso dinheiro para o transporte, também é necessário adequar o valor do plano na sua academia, é necessário ter mais de um kimono, ou roupa de treino, que possui um custo relativamente alto. Muitos treinos na semana exigem mais preparo físico, e acompanhamento para prevenção de lesões, o que significa gastos com consultas médicas e suplementação de boa qualidade, sem contar a inscrições dos campeonatos e as afiliações que precisam ser renovadas anualmente.

Quando não temos um apoio ou patrocínio, por exemplo, podemos facilmente colocar o jiu-jitsu como último item na lista de prioridades, mas isso não significa que você tenha que parar de treinar. Ter que arcar sozinho com essas despesas extras ou até com a ajuda dos pais e amigos mais próximos, não nos parece uma tarefa fácil, e nem todo mundo quer ser um campeão mundial, as pessoas têm direito de escolher o que querem, sem julgamentos, e sem serem excluídas do esporte por isso.

O jiu-jitsu é nosso, é para todos, e quanto mais os praticantes forem valorizados e respeitados, mais rápido será o crescimento da nossa arte suave. Por isso, ame, respeite, entenda seus parceiros de treino e suas prioridades, cada um que entra no tatame, traz também suas histórias de vida e superação, e está ali por um motivo único e individual. Faça dos seus treinos um momento de acolhimento, alegria, e principalmente aprendizado; dentro e fora dos tatames nossa maior vitória é poder ser quem a gente quiser.

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