Imagem: Reprodução Instagram (@brunoalvesbaj)
O jiu-jitsu veio para ficar. Seus representantes estão dando um show de comprometimento, evolução, e os novos alunos não param de chegar – mas uma nova tendência vem conquistando seu espaço nos tatames, as famílias! Isso mesmo, famílias por todo o mundo estão se reunindo nos treinos de jiu-jitsu e isso é uma grande evolução para a imagem da arte suave.
Quando você treina jiu-jitsu, seja homem ou mulher tem que dividir muito bem o seu tempo, e muitas vezes isso significa ficar dividido. Não é tão simples quanto parece ter uma rotina em casa com a família e com o trabalho e ainda ter disposição, dinheiro e horário livre pra treinar. Conciliar a vida dentro e fora dos tatames pode ser um desafio, principalmente quando não se vive do esporte. Por isso vemos que é cada vez mais comum pais e filhos, namorados, maridos e esposas, estarem juntos nos treinos, o que torna a rotina muito mais motivante e divertida.
E quando digo juntos, são juntos mesmo, pois treinar com as pessoas que moram com você é tê-las fazendo parte da sua evolução como pessoa e atleta, elas passam a ter o mesmo ciclo de amigos, mesmos interesses, e os assuntos quase sempre giram em torno do jiu-jitsu. Você já deve ter escutado alguém dizer “ah, sempre que eles se encontram só falam de jiu-jitsu”, imagine então quando moram juntos?!
Ter no tatame pessoas próximas de você tem suas vantagens e desvantagens, como quase tudo na vida. As vantagens são inúmeras e dentre sobre as desvantagens, a mais comentada é a quantidade de kimono pra lavar e secar em casa, isso implica ter kimonos espalhados por todo lado, principalmente quando chove. Também é comum situações íntimas virem à tona, como um jeito carinhoso de se referir ao outro, que logo já vira apelido, ou um tom mais ríspido de voz que denuncia os mais variados sentimentos, raiva, ciúmes, baixa autoestima, orgulho, e por muitas vezes ter que deixar de lado aquela briga que tiveram em casa, e sem guardar rancor, com respeito e sem constrangimentos.
Chamar o pai de mestre ou professor, ou não chamar o marido de “amorzinho no tatame”, por exemplo, requer sim, uma certa atenção. Algumas pessoas dizem que a cobrança é maior quando se tem mais intimidade, e essa postura é a receita de sucesso e de grande vantagem para muitos atletas, como é o caso dos Mendes Bros, os irmãos Paulo e João Miyao, e os próprios percursores do jiu-jitsu no Brasil, os irmãos Gracie, dentre outros. No tatame somos todos professores e alunos buscando o melhor de nós!
E apesar de parecer um esporte individual, para evoluir você precisa que a outra pessoa evolua também. E é assim também entre família, a gente vai dividindo as alegrias, as vitórias, as lágrimas, os desafios. Uma coisa é certa, quando treinamos com as pessoas que amamos, as dores são menores, a culpa de ter deixado as pessoas que amamos em casa também, os sorrisos são mais intensos e, dependendo do grau do amor, o rendimento pode melhorar consideravelmente. Romântico, não?
Afinal quem não gosta de ganhar um abraço carinhoso entre um rola e outro? Ou um sorriso de apoio, mesmo que venha lá do outro lado do tatame. Também fica mais difícil faltar as aulas, afinal, quem vai querer ser o preguiçoso que ficou em casa enquanto todos foram treinar?
Entre umas peças de decoração a menos e muitas risadas, a diversão continua em casa, é que em sua grande maioria, as famílias possuem um tatame em casa e estão sempre prontos para receber os amigos de treino, seja para um rola ou para um evento gastronômico. E assim, formamos juntos uma grande família, na qual encontramos apoio, amizade, respeito, determinação e força pra enfrentar qualquer adversário, seja físico, psicológico, dentro e fora do tatame.
E você, já levou alguém da sua família pra treinar? Conte pra gente!
Até mais.