Jiu-jitsu, respeito e honra: o exemplo do mundial da IBJJF

O Mundial de Jiu-jitsu promovido pela IBJJF neste ano terminou! Foi um evento marcado por belíssimas lutas. Atletas consagradas(os) foram surpreendidos enquanto outras(os) confirmaram o favoritismo esperado. Como era a expectativa da maioria das pessoas, incluindo a mim, o evento não decepcionou e muito ainda irá se falar sobre este torneio. E nós também queremos falar um pouco deste grande evento.

Como sempre conversamos, o jiu-jitsu vai muito além da técnica, a raça, a determinação, a preparação, a motivação. O jiu-jitsu transforma, faz pessoas se admirarem, nos empolga, nos inspira e nos deixa perplexos com a quantidade de ramificações que há para aplicarmos em nossas vidas! Isso é a filosofia da arte suave se cristalizando nas mais diferentes esferas da vidas.

Neste contexto, não poderia deixar de escrever sobre o ocorrido na final da categoria aberta (absoluto) entre os atletas Leandro Lo (Ns Brotherhood) e Marcus Buchecha (CheckMat). Foi um episódio emocionante da história do jiu-jitsu que marcou a todos que assistiram. Na final da sua categoria (super-pesado), Lo lesionou o ombro e não pode terminar a luta contra o perigoso Mahamed Aly. Tampouco poderia lutar a final do absoluto contra o seu adversário e amigo. Em 2017, esse mesmo combate, também na final do absoluto, terminou com Buchecha campeão. Mas em 2018 o destino reservou algo diferente para Lo. O mesmo se tornou campeão sem ter que lutar. E nem poderia devido a lesão sofrida na semifinal.

Marcus Buchecha poderia ter levado o outro duplo (categoria e absoluto), mas preferiu abrir mão para seu amigo Leandro Lo. O árbitro, a pedido de Buchecha, levantou a mão de Lo, que foi então o campeão do absoluto no mundial de 2018. Um ato simples e de grande impacto que mostrou muito quem de fato é o recordista de medalhas de ouro em mundiais da IBJJF. Buchecha havia ganho a categoria e chegou a onze medalhas de ouro conquistadas, ultrapassando assim, a lenda Roger Gracie que conquistou dez medalhas.

Foi um momento emocionante do esporte e que nos faz refletir bastante sobre o que é o respeito e a honra em nosso esporte. Marcus Buchecha poderia ter simplesmente sido o campeão do absoluto. Ninguém diria que ele teria obrigação de abrir mão para o amigo. Leandro Lo também não iria reclamar. Acredito que todos estaríamos lamentando sobre a lesão sofrida e por não podermos assistir a este que prometia ser um grande combate. Mas esta situação é daquelas que nos faz sempre acreditar que o ser humano pode ser melhor. E uma situação que o jiu-jitsu proporciona aos seus praticantes e fãs. Foi sim um momento mágico, emocionante, humano e de muito respeito e honra.

Confira aqui o vídeo do momento em que o árbitro Rodrigo Totti ergue o braço de Leandro Lo:

Leandro Lo is surprised as Marcus Buchecha awards him the 2018 Open-Class World Championship!#ibjjfworld2018 Watch all matches on @flograppling, link in bio.

28.2k Likes, 1,134 Comments – IBJJF (@ibjjf) on Instagram: “Leandro Lo is surprised as Marcus Buchecha awards him the 2018 Open-Class World…”

Gostaríamos de saber de vocês leitores e leitoras da Bjj Girls Mag o que vocês teriam feito? Ficariam com a medalha? Com a premiação que a IBJJF paga? Ou teriam abrido mão para que o a outra pessoa fosse a campeã?

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