A objetificação da mulher no MMA

O MMA (Artes Marciais Mistas) é um dos esportes que mais crescem no mundo atualmente. O UFC é uma das maiores organizações do mundo, por isso, iremos tomá-lo como referência para tratar de um assunto muito denso, apesar de corriqueiro: a objetificação da mulher no MMA.

Ao falar de objetificação do corpo, podemos citar Belmiro et al (2015):

A objetificação, termo cunhado no inicio dos anos 70, consiste em analisar um individuo a nível de objeto, sem considerar seu emocional ou psicológico.

No caso da objetificação das mulheres, estamos nos referindo ao fato da aparência das mulheres (exigidas dentro de um padrão estético machista) importar mais do que todos os aspectos que lhe compõe, sendo estes sempre secundarizados. Vivemos numa sociedade marcada pelo machismo, na qual a existência das mulheres, foi e, infelizmente ainda é, mesmo depois de tantos avanços, definida pelo interesse dos homens.

O UFC (Ultimate Fight) foi fundado em 1993, e, quase 13 anos depois, houve a primeira contratação de uma mulher, esta foi Ronda Rousey,. Uma atleta extremamente habilidosa, dona do cinturão peso pena por muito tempo, e, ao mesmo tempo, um ideal de beleza norte-americano, apesar de todos os seus atributos profissionais (técnica, destreza etc.), as perguntas mais comuns nas suas entrevistas são se ela tem namorado ou quando pretende encontrar um (só dessa forma justificará a sua existência) ou, ainda, o que ela faz para cuidar da aparência, e como se não bastasse, encabeça enquetes nas redes sociais que a classifica como uma das 10 mulheres mais sexy do MMA. E quanto a sua carreira, as suas lutas? “Ah, isso pode esperar!”, eles pensam.

O fato é que mesmo que tudo se transforme em mercadoria nesse modo de produção, e os homens também se transformem em “coisas” no mundo do entretenimento, as mulheres são atingidas de forma peculiar por esse processo. Vale checar nas redes sociais os comentários nas fotos de mulheres que lutam MMA. Podemos recordar na disputa Bethe Correia x Ronda Rousey os comentários feitos na internet, nos quais os “machos comentaristas”, julgavam qual das duas se adequavam mais no parâmetro adotado por eles para avaliação na apresentação da pesagem e, baseado nesse mesmo critério, qual delas deveria vencer a luta.

Não podemos deixar de apontar as oportunidades concedidas às mulheres que se enquadram dentro de um padrão escolhido por homens heterossexuais, como VanZant, que adentrou o UFC com o cartel de 4-1 e passou na frente de muita gente na fila, lutando com uma das top 5 do evento no período , Rose Namajunas.

Não iremos reconhecer esses espaços como nossos, enquanto não tivermos representatividade efetiva. Enquanto o nosso corte de cabelo, o nosso corpo, as nossas roupas e vida pessoal forem mais importantes e até decisivos para uma contratação ou aceitação do público. Queremos o acesso pleno ao MMA, de forma que a única condição para a nossa prática seja a ‘liberdade de escolha” (dentro dos limites do nosso sistema) e nossa competência profissional. Que nada nos rotule, que nossos corpos sejam fonte de expressão e não de aprisionamento, lutaremos sempre como mulheres!

Texto de referência:

Empoderamento ou Objetificação (BELMIRO et al, 2015)

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