Gabrieli Pessanha: o fenômeno que brilhou na faixa roxa em 2018

Fala, galera! Neste ano já rolou o Europeu, Pan e Brasileiro, e, no feminino, pudemos observar uma coisa em comum na faixa roxa: Gabrieli Pessanha, que foi campeã na categoria e absoluto em todos esses eventos. Agora de faixa marrom, Gabi fala pra gente sobre sua carreira no esporte, sua rotina de treinos, equipe e muito mais. Confira!

BGM: Como e quando começou a treinar jiu-jitsu?

Eu comecei a treinar jiu-jitsu em 2011. Ao lado do projeto onde eu treino tem um campo de futebol e eu ficava muito nesse campo com os meus amigos brincando, jogando bola. O professor e o pastor da igreja ficava chamando as crianças do campo pra treinar jiu-jitsu, até mesmo para sair da rua e tal. Um amigo meu estava no campo e foi até em casa me chamar para treinar jiu-jitsu: “Gabrieli, bora treinar jiu-jitsu, de graça, bora!” e eu disse que não iria treinar, mas que iria assistir. Aí eu fui e de cara não gostei muito, pensava “ah, vou ficar me agarrando com homem, com mulher…” então não me imaginava treinando, apesar de achar maneiro o treino, bem acelerado.

Então eu sempre assistia os treinos e os meninos ficavam me chamando para treinar e tal, e eu respondia: “ah eu não, ficar me agarrando aí…”, e eles falaram: “po, mas você nunca treinou pra saber se é bom!”. Aí eu fui, aqueci, treinei, fiz umas posições de iniciantes, não sabia muita coisa, né, só empurrar… e então uma vez, no treino, tava todo mundo, o tatame estava cheio e o professor disse: “deixa eu ver sua unha” e a minha unha estava grande. “Poxa, não vai poder treinar hoje não”. Aí pensei comigo mesmo, já com medo: “nunca mais eu venho aqui, quando eu venho, não posso!” Aí no outro dia pensei melhor, cortei a unha e continuei, graças a Deus.

BGM: Quais foram as maiores mudanças que o jiu jitsu trouxe em sua vida?

Gabi: Ah, o jiu-jitsu me ajudou e tá me ajudando muito, não só como atleta, mas como pessoa também. Hoje eu tenho uma mente melhor, nunca imaginei que eu estaria viajando o mundo, lutando esses campeonatos sinistros, me alimentando bem e tendo experiências incríveis. Muito muita coisa na minha vida depois do jiu-jitsu, muita mesmo.

BGM: Quais as maiores dificuldades que enfrentou/enfrenta no esporte?
Gabi: 
Assim, eu acho que cada um tem a sua dificuldade. Sem as dificuldades a vida seria fácil demais. Eu acho que é bom você passar pelas dificuldades, passar por experiências ruins, porque assim as pessoas se tornam mais fortes. Eu já passei por muita coisa, já pensei em desistir várias vezes, já pensei muito em parar. Mas hoje eu vejo que essas dificuldades estão me fazendo uma pessoa melhor, uma pessoa mais alegre.

É como quando você conta uma experiência ruim na sua vida pra uma pessoa, rindo, mas no fundo você quer chorar, sabe? Vou contar uma das dificuldades que eu passo, que é a falta de dinheiro. É muito difícil viajar pra fora do país, sabe, mas graças a Deus eu tenho meus pais que me ajudam, meus patrocinadores, porém, no começo foi bem difícil conseguir tudo isso. Mas dá um gostinho a mais, sabe? Poxa, olha de onde eu vim, olha onde eu estou hoje! Então quando eu vou lutar eu vou me divertir, vou dar o meu melhor, entendeu? Não vou pra fora do país para passear, mas pra fazer o que eu gosto. Então as minhas dificuldades viram combustível, e se eu tô passando por algo ruim, alguma coisa boa eu vou tirar disso, como um aprendizado.

BGM: Qual sua posição/ finalização preferida?
Gabi:
Gosto bastante de armlock, acho maneiro.

BGM: Como é sua rotina de treinos?
Gabi:
Eu estudo de manhã e saio meio dia, chego em casa 12h40. Quando chega 14h, eu vou pra academia e faço drill ou fico treinando pegada, e quando não vai ninguém eu fico treinando pegada também, pensando na vida, no jiu-jitsu. Os treinos oficiais são às 10h, 17h, às 19h (das crianças ) e às 20h dos adultos. Eu faço o treino das 17h, às vezes faço o treino das crianças pra ganhar agilidade e às 20h. Então são 3 treinos, praticamente que eu faço de jiu-jitsu: às 14h, às 17h e às 20h.

BGM: Como é a sua alimentação?

Gabi: Então, não sou muito de fazer dieta, não, mas não sou de comer besteira, tipo pizza, hambúrguer etc. Eu como muita comida mesmo, arroz, feijão, macarrão, isso eu como bastante, tipo prato de pedreiro mesmo. Uma vez eu fui viajar com o pessoal da Infight, e um faixa preta nosso perguntou: não tem água aí não? Aí eu respondi que tinha refrigerante, ele falou: “Nossa, tem anos que não tomo refrigerante!” Aí fiquei pensando, caramba, por que será, né? E ele disse que atleta não podia beber refrigerante porque pode comprometer o rendimento no treino e tal, que tinha que se alimentar bem. E desde então eu comecei a cortar refrigerante e hoje tem dois anos que não tomo mais, tenho até nojo. Então é um passo de cada vez, já cortei o refri, agora vamos ver o que mais preciso fazer pra melhorar a alimentação, aos poucos.
BGM: Quais os seus principais títulos desse ano?

Gabi: Rio Open, Europeu, Panamericano, Brasileiro e Mundial, todos peso e absoluto. 

Gabrieli Pessanha Mundial 2018
Pódio Mundial 2018 – Faixa Roxa (Foto: IBJJF)

BGM: Quais seus objetivos dentro do jiu jitsu?
Gabi:
Meu objetivo é continuar treinando bastante e ser campeã mundial na faixa preta.

BGM: Quem são seus maiores ídolos?
Gabi: 
Eu gosto muito da Monique Elias, acho ela muito sinistra.

BGM: Vemos que você tem uma equipe “pequena” mas que sempre te ajuda muito na torcida, em tudo. Como é no geral a sua relação com eles?

Gabi: Eles são incríveis talvez sem eles eu não conseguiria , seja ajudando no treino , ou com uma palavra de incentivo. Eles me colocam para cima, me motivam a lutar com alegria.

17-year-old Gabi Pessanha wins gold at Worlds. The young girl from the favela Cidade de Deus in Rio won gold at Euros, Pans, Brazilian Nationals and now Worlds! AND she’ll go for double gold later.

3,487 Likes, 71 Comments – FloGrappling (@flograppling) on Instagram: “17-year-old Gabi Pessanha wins gold at Worlds. The young girl from the favela Cidade de Deus in Rio…”

Gabi e sua equipe no Mundial

Ah! Gabi foi graduada à faixa marrom por seu professor no pódio do Mundial 2018. Estamos ansiosos para vê-la estreando na faixa nova!

Muito obrigada pela entrevista, Gabi! Desejamos à você muito sucesso em sua carreira. Oss!

 

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