Violência Doméstica No Jiu-Jitsu: Mais um “caso isolado”

Mais um caso de violência doméstica. Aqui é a Sam, do Bjj Girls Mag e esse é mais um episódio de Relatos de Um Kimono, um quadro do Bjj Girls Mag, e antes de entrar na história de hoje, quero falar que temos cupom de desconto em TODOS OS PRODUTOS DA VOUK BRASIL, então se você está querendo um kimono estiloso, bonito e diferente, já corre lá no site deles e usa nosso cupom BGM10, então já corre lá e garanta seu pedido!

Então vamo lá, vamos de história, gente!

O relato de hoje é da Nathália. Um caso muito mais comum de violência doméstica do que gostaríamos que fosse. Nathália sofreu uma agressão do seu ex-namorado, o “Everson” e hoje vocês vão conhecer essa história de violência doméstica.

Início no Jiu-Jitsu e Relacionamento Abusivo

Nathália me contou que começou a praticar jiu-jitsu aos 14/15 anos, em 2009. Antes disso, ela já fazia boxe na mesma academia e se apaixonou pelo jiu-jitsu após uma aula. Tentou se manter praticando os dois esportes, mas o jiu-jitsu acabou se tornando mais interessante.

Acontece que ela não conseguiu dar constância e passou um tempo entre idas e vindas com o tatame: parou em 2012 devido à faculdade e ganhou quase 40kg. Em 2014, retornou aos treinos e ficou até 2017, quando precisou mudar de equipe. Em 2018, uma lesão em outro esporte fez com que ela se afastasse mais uma vez, mas ela retornou em 2020 após a liberação das academias durante a pandemia de COVID-19. Desde então, sua equipe passou por uma fusão e ela permaneceu com a nova formação.

O Episódio de Violência Doméstica

Seu relacionamento com Everson começou em uma festa de confraternização, onde ele alegava ter sentimentos por ela, porém no início ela não estava interessada. Acabou gostando dele, e ficaram juntos por sete meses, até acontecer uma briga que fez com que se separassem. A separação não durou muito e eles voltaram seis meses depois. Durante os dois anos e meio seguintes, o relacionamento deles foi marcado por idas e vindas.

Até o caso relatado, não havia acontecido nenhum tipo de agressão física, mas Everson frequentemente a ameaçava quando estava bêbado. Nathália possui gravações de áudio e vídeo dessas ameaças. Everson não tinha um emprego fixo e passava o dia inteiro na casa de Nathália e treinando. No dia da agressão, eles estavam bem, haviam ido à casa do pai dela para usar a piscina e tomar cerveja. Quando voltaram, ele começou a enviar mensagens e áudios para familiares dela, apesar de estar bêbado, o que levou Nathália a pedir que ele parasse com aquilo.

Everson ficou agressivo, continuou bebendo e Nathália começou a filmar ele pensando em ter provas caso precisasse. Quando ela foi dormir, a situação piorou. Everson começou a discutir com Nathália, que colocou os braços para trás para mostrar que não tinha intenção de agredir ele. Ele atacou ela, segurando seu pescoço com uma mão, a jogou na cama, apontando o dedo no rosto dela e colocando a culpa nela pela situação.

Ela conseguiu se desvencilhar e gritar por socorro, mas ele a agarrou novamente. Nathália, com medo de desmaiar, começou a gritar “fogo”. Quando conseguiu se libertar, foi para um canto para se defender, mas ele ameaçou pegar seu pescoço novamente. Nathália se protegeu como pôde, e ele começou a golpeá-la na nuca. Ela gritou que os vizinhos estavam chamando, o que fez Everson sair do quarto. Nathália pegou o celular e ligou para o 193, mas estava tão confusa que discou o número errado. Um vizinho ajudou a manter Everson fora do apartamento.

Os policiais chegaram ao prédio, mas não subiram, alegando que aquilo era um caso comum e que Nathália deveria ir sozinha à delegacia para fazer o boletim de ocorrência. Nathália teve de lidar com a situação sozinha e continuou com seu acompanhamento psicológico. Na delegacia da mulher em Sorocaba, foi atendida por um homem hostil que fez uma pergunta que ela considerou idiota: “O que você está fazendo aqui?”. Confusa e com medo, esperou cerca de três horas para dar seu depoimento, e a delegada também foi hostil.

Superação e Resiliência

Ao mencionar que praticava artes marciais, ouviu um comentário sarcástico: “Que sorte a sua então, poderia estar pior”. A situação se tornou pública, e o antigo professor de Nathália continuou permitindo que Everson ministrasse aulas na academia. Nathália mudou de ambiente dentro da mesma equipe, foi bem recebida e seguiu em frente.

Ela inicialmente não queria expor a situação de violência doméstica, mas fez o boletim de ocorrência. Mesmo assim, enfrentou um sistema machista que duvidou dela, riu e a deixou sozinha. Nathália se esforçou para se reerguer, enquanto Everson continua na mesma situação, sem mudanças.

Ela seguiu treinando, foi bem acolhida em sua nova equipe e continua com alguns projetos. Embora a situação tenha causado danos nela, Nathália está determinada a seguir em frente e reconstruir sua vida.

Aviso Legal

As histórias e relatos apresentados neste podcast são de inteira responsabilidade dos entrevistados. Não temos qualquer envolvimento com a veracidade, desfecho ou apuração dos fatos aqui narrados. Este canal serve apenas como um espaço para compartilhar experiências pessoais. As declarações feitas são de exclusiva responsabilidade de quem as apresenta.

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