Entrevista com Carina Santi

A faixa preta e atleta Carina Santi buscou na prática do jiu-jitsu uma forma de superar um momento extremamente complicado em sua vida, que foi o falecimento de seu pai: “Estava com depressão e excesso de peso, então meu professor Júlio Pinheiro me incentivou a fazer uma aula experimental de jiu-jitsu, e foi amor à primeira finalização!”, recorda. E o resultado não poderia ser melhor.

Atual número 4 no ranking da IBJJF e uma das principais competidoras do cenário competitivo atual no adulto feminino, acumula títulos e atuações expressivas nos principais eventos da modalidade. Bicampeonato Europeu, Tetracampeonato Brasileiro, 2 vezes vice-campeã no Panamericano e Mundial e um vice-campeonato na última edição do ADCC, após uma excelente campanha, parando somente na final diante de outra multicampeã, Gabi Garcia. “Foi uma experiência incrível competir no maior evento de luta agarrada do mundo, contra as principais atletas do cenário mundial e obter uma boa performance”.

Obter alta performance nas competições exige uma dedicação e disciplina elevada, e conciliar com toda a rotina fora do tatame é algo muito desafiador. “Atualmente, concilio meus trabalhos como atleta, professora, mãe e dona de casa… Faço normalmente dois treinos de jiu-jitsu mais a preparação física. Minha alimentação é prescrita pelo meu nutrólogo, Dr Rafael Soares, que me acompanha e ajusta de acordo com os objetivos do período. É difícil, mas com a ajuda da minha família – sogra, mãe e marido – tudo se ajeita”.

Carina possui como inspirações seu Professor Julio Pinheiro, com quem treina desde o início no jiu-jitsu e seu marido Diogo Almeida, um dos líderes de uma das principais equipes de São Paulo, a Almeida JJ. “São minhas principais inspirações não só como atletas, mas como pessoas também”.

Sobre o atual cenário do jiu-jitsu feminino, Carina enxerga um crescimento e um futuro ainda mais promissor. “Cada vez mais as mulheres estão buscando seu espaço e quebrando os preconceitos que existem no meio. Acredito que futuramente alcançaremos uma igualdade no esporte”.

A atleta deixou uma mensagem para a comunidade do jiu-jitsu:

Gostaria de agradecer a todos que me acompanham, incentivam e admiram meu trabalho, o carinho de vocês me mostra que tenho feito um bom trabalho e estou no caminho certo, e todo isso me deixa mais motivada a continuar!

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