Foto: @guiporcher
Você já reparou como o jiu-jitsu não tem classe social? Em uma mesma escola treinam: um motorista de aplicativo, uma chefe de cozinha, um segurança, uma médica, um motoboy, um engenheiro… Pessoas de universos completamente diferentes se unem no mesmo tatame para treinar. Ao mesmo tempo em que pertencem a mundo diferentes, possuem a mesma paixão pela arte suave.
Em meio à correria do dia a dia cada pessoa encontra um tempo para exercitar o corpo, a mente e o espírito nesse local que muitos dizem ser sagrado.
Cada um com seu objetivo particular. Uns buscam apenas um momento de lazer, querem encontrar os amigos. Outros são competidores, treinam duro e abdicam de muita coisa para alcançar seus objetivos nos campeonatos. Outros procuram neste esporte uma forma de colocar o estresse do trabalho para fora. E alguns ainda buscam uma forma de se defender ou até mesmo um meio para emagrecer.
Apesar de cada pessoa buscar algo diferente, no tatame uma coisa é certa: tem que ter respeito e entrega! Foco e atenção na hora de ver uma posição nova, dedicação, esforço e persistência pra que se alcance alguma evolução.
O mais legal é que no tatame todas essas diferenças somem! No tatame não existe classe social. Ali o que se nota são as habilidades de cada um e a hierarquia que é estabelecida pelo tempo e dedicação de cada praticante. Na hora do combate pouco importa a profissão de quem está lutando. Não interessa se a pessoa ganha mil ou vinte mil reais por mês.
Em um rola um cobrador de ônibus pode muito bem finalizar um médico em um estrangulamento. O médico vai ter que bater para o oponente largar a finalização. Simples assim.
O respeito e a humildade são valores que são (ou pelo menos deveriam ser) o tempo todo exercitados entre os praticantes desta luta. De nada adianta o praticante ser um artista consagrado e famoso se no tatame tiver uma postura arrogante com os colegas.
Ali todo mundo é igual, pés descalços e kimono. As únicas coisas que importam são as habilidades, a postura e o respeito que se tem com os outros. Deve ser por isso que o jiu-jitsu não é pra qualquer um. Tem que ter muita humildade para no meio da luta ter que desistir por causa de uma finalização bem encaixada. Não existe profissão que impeça isso de acontecer.
Assim como tem que ter muita disciplina para que se possa trilhar o caminho da arte marcial. Jiu-jitsu é aprendizado diário. A cada treino uma nova posição que se aprende. Mas mais do que técnicas de luta, ali no dojô se aprendem valores para uma vida toda.
