A experiência da troca de faixa, será que estou preparada?

No meu último texto aqui no site, contei um pouco sobre a minha experiência na faixa branca e da importância de se aproveitar ao máximo cada momento nessa faixa. E esse foi praticamente uma carta de despedida da faixa branca, pois mal sabia eu que naquela mesma semana eu receberia a tão sonhada faixa azul. E que momento emocionante é esse, ouvir nosso nome sendo chamado pelo professor e receber a faixa de suas mãos.

Sem dúvidas, esse é um momento muito esperado por todo faixa branca. Nunca sabemos ao certo quando ela vai chegar, mas em um determinado momento passamos a senti-la se aproximando. Nessa fase da faixa branca, já estamos mais confiantes, é possível encararmos nossos erros e passamos a tentar não cometê-los. Sentimos quais dos nossos limites já conseguimos superar e aos poucos percebemos nossa mentalidade mudando e a nossa percepção no jiu-jitsu melhorando. E é exatamente nessa fase que começamos a ouvir os incentivos e os comentários dos mais graduados dizendo que ela está na porta e é aí que caímos naquela velha dúvida: “será que eu estou preparada (o)?”.

Trocar de faixa é entrar numa fase totalmente nova, é quase um “restart”. Os olhares sobre você mudam, os faixas branca vão te olhar com mais admiração e se sentirão inspirados a não desistir, mas também haverá aqueles que vão tentar mostrar o seu valor e provar que conseguem te alcançar. Os mais graduados não vão mais te encarar como inocente e há determinados erros que eles não vão mais admitir que você cometa, mas também vão estar lá pra te ajudar a crescer. Além disso, quando trocamos de faixa é praticamente inevitável não nos compararmos aos nossos colegas de treino que já são faixa azul. E especialmente por os admirarmos tanto e almejarmos alcançar a faixa que acabamos nos perguntando se estamos no mesmo nível que eles. Chega a ser uma dualidade, você sente que evoluiu e ao mesmo tempo não sabe se é o bastante.

Mas a verdade é que nunca estamos preparados e alcançar uma faixa não significa exatamente que o nosso nível de jiu-jitsu é o mesmo daqueles colegas que já estão lá, exatamente por isso, eles já estão lá, e passaram pelo mesmo processo que você está passando e provavelmente estão em uma fase diferente agora. E não importa se você “tá voando”, rolando pau a pau com quem quer que seja, comparações às vezes podem até ser inevitáveis, mas geralmente não são boas, afinal, acredito que jiu-jitsu é algo muito particular, o tempo de evolução de cada um é diferente.

Para ser bem sincera, gosto de dizer que pegar a faixa azul é como uma sensação de ter conquistado algo muito bom, mas ainda não ter chegado a lugar nenhum. Ainda tem muito a ser aprendido. Mas cada fase deve ser bem aproveitada. É normal nos sentirmos inseguros, preocupados, despreparados, mas a primeira pergunta que você deve se fazer é “eu confio no trabalho do meu professor? Eu acredito que ele sabe o que está fazendo?” e se sim, então não há argumentos. Se ele ou ela acredita em você, é porque você é capaz de fazer isso. Se você acha que não é bom o bastante para isso, que não está preparado, então corra atrás disso, seja bom, dê o seu melhor, confie no seu professor, confie em você. Quando você começou você também não pensou que conseguiria chegar até aqui, e você chegou. A luta não para, a persistência aumenta, mas os objetivos não mudam, apenas nascem novos.

Oss!

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