Atleta da Semana: Josy Baggio

Mãe de três filhos, a atleta foi Top Ranking pela Copa Prime do RS, o que a possibilitou lutar o Brasileiro e também pela FJJ-RS, o que abriu portas para lutar o Mundial Master em Las Vegas neste ano de 2019 já na faixa azul. A atleta desta semana é a Josy Baggio.

O amor pelas artes marciais vem desde a infância: já praticou judô, karatê, também boxe e capoeira. Josy conta que desde pequena gostava de brincar de luta com seu primo e na escola era “bastante brigona, na verdade saco de pancada das amiguinhas.”

Conheceu o jiu-jitsu através de um amigo que vivia fazendo estrangulamentos nela mas nunca a ensinava a sair das posições. Foi então que Josy decidiu começar a treinar para poder se defender. Iniciou os treinos em 2007 e um mês depois já lutou o primeiro campeonato ficando em segundo lugar, foi quando pegou gosto pela coisa.

Após dois anos foi obrigada a parar após seu mestre viajar para Abu Dhabi e também por ter engravidado da segunda filha. Josy só retornou aos treinos em 2017 através da Igreja que frequenta. Após um mês de treino, a atleta lutou novamente e voltou a pegar gosto pelos campeonatos. Um dia quando foi assistir um colega disputar uma etapa da Copa Prime, Josy viu os banners com as fotos dos atletas Top Ranking e disse pra si mesma: “ano que vem vou estar em um daqueles banners!”

E foi o que aconteceu, em 2018 a atleta se consagrou Top Ranking não apenas pela Copa Prime mas pela FJJ-RS também! Dá uma conferida na entrevista que fizemos com ela:

O que o jiu-jitsu significa pra você?

Muitas coisas: vida, superação e valorização. Me supero a cada dia, a cada treino e a cada competição o que faz me sentir viva. Passei a me valorizar muito mais.

Que desafios você enfrenta ou já enfrentou por ser mulher, competidora em um país de terceiro mundo onde ainda enfrentamos situações de machismo?

Empresários que patrocinam um time inteiro de futebol mas não uma mulher lutadora. Empresários que querem trocar patrocínio por intimidade. E algumas pessoas me chamam de pedinte por sempre estar correndo atrás de apoio e patrocínio.

Ser mãe de três filhos e competidora é um grande desafio. Como você faz pra conciliar a rotina de treinos e campeonatos com a vida familiar? Existem pessoas que te ajudam?

Não é nada fácil. É apaziguar brigas de irmãos, organizar as coisas para a escola, levar e buscar as crianças, entre outras funções que graças a Deus meu marido ajuda muito. Foi ele meu maior motivador para voltar aos tatames e ele super me apoia. Ele fica com as crianças pra eu poder competir. Em casa quem cozinha é ele que inclusive cuida da minha alimentação, seguindo as orientações da nutricionista. Quando sinto dores até massagem ele me faz. Sem ele com certeza eu não estaria onde estou. Minha mãe também ajuda um pouco.

Como é sua rotina de treinos?

Não é exatamente como eu gostaria, mas treino todos os dias. Segunda, quarta e sexta treino duas vezes ao dia. Terça e quinta faço musculação e mais um treino de jiu. Em época de campeonatos grandes como o Brasileiro e o Mundial faço musculação três vezes na semana, mantendo os treinos de jiu-jitsu procurando rolas mais movimentados. Ainda auxilio meu professor Paulo a dar aulas para crianças.

Qual sua finalização preferida?

A maioria de minhas lutas onde finalizei foi no estrangulamento.

O que significa pra você uma mulher poder participar de campeonatos?

Ver mulheres competindo é um orgulho muito grande. Lembro que quando comecei a treinar só havia uma conhecida no jiu-jitsu: Kyra Gracie. Hoje temos vários nomes como Bia Mesquita, Bia Basilio, Claudia do Val, Caca Esposito na qual me inspiro e tento me espelhar por ser master e mãe de três filhos como eu. Quando eu vejo muitas mulheres inscritas na master é que eu fico mais feliz ainda!

Posts relacionados