Tatame cheio, treino duro, campeonato a vista, temperatura de verão, você termina um “rola” sedento e daí o professor grita: “Sem água, troca o parceiro e continua…”
O episódio acima certamente já foi vivenciado por boa parte dos praticantes da arte suave, sobretudo os mais veteranos, sendo justificado como estratégia para treinar o psicológico do praticante e deixá-lo afiado para o momento do combate, onde a adrenalina e a ansiedade, somados ao esforço realizado durante a luta, supostamente te deixariam numa condição similar aos treinos pegados.
Atualmente, com o avanço do conhecimento científico e, consequentemente, maior compreensão das respostas fisiológicas do nosso corpo em condições extremas – como é o caso dos treinos de competição – sabemos que os processos de preparação podem (e devem) ser otimizados, sem colocar em risco a saúde e integridade de atletas e praticantes.
O aumento excessivo da temperatura ambiente (a maior parte das academias não possui ambiente climatizado) associado a não ingestão adequada de líquidos, pode precipitar os processos de desidratação, devido à redução drástica de água e sais minerais e, quando isso acontece, o organismo pode ter dificuldades para realizar suas funções normais, ocasionando sintomas como: boca seca e pegajosa, pele seca, dor de cabeça, cansaço excessivo e sonolência, irritabilidade, prisão de ventre, tonturas ou vertigens, dentre outros sintomas (já discutimos os efeitos crônicos da desidratação no tema sobre perda de peso e desempenho).
Dessa forma, é fundamental estar atento aos primeiros sinais e, principalmente, evitar essa condição, através da ingestão adequada de líquidos antes, durante a após os treinos, sobretudo em dias mais quentes e secos, característicos dessa época do ano. Em caso de redução de peso, lembre-se que esta deve ser programada com cuidado e acompanhada por um especialista, para que não promova perda de rendimento e comprometa ainda mais o desempenho em treinos e campeonatos.
Um grande abraço e ótimos treinos a todos.
OSS
