Atleta da Semana: Dayanne Daltro

Ela buscava uma atividade que conseguisse quebrar a monotonia e ajudasse na rotina cansativa dos estudos. Conheceu o jiu-jitsu e iniciou o processo de aplicação da filosofia da superação, disciplina e determinação, que aprendeu nas aulas do Sensei Samuel Carvalho, da Gracie Barra de Feira de Santana.

Hoje, é atleta profissional, competidora, e como nos contou, prefere levantar e fazer o possível para conquistar os seus objetivos. Como faz todos os finais de semana, vendendo “geladinhos” na rua e durante a semana, vendendo bolos e biscoitos para se manter no esporte. Com vocês, a faixa azul, Dayane Daltro.

Eu queria uma atividade física que fosse dinâmica, pois fazia musculação mas achava muito monótono e não conseguia criar um laço. “Comecei a buscar algumas informações sobre jiu-jitsu por ser algo diferente, e meu namorado me apresentou ao professor dele (Samuel Carvalho), então me apaixonei pela arte suave.”

Como é sua rotina de treinos?

Treino normalmente jiu-jitsu duas vezes no dia, além da preparação física. Além dos treinos propriamente ditos, faz parte do meu treinamento também a alimentação e o descanso. Com isso tenho hora pra dormir, hora pra acordar, hora pra comer. Levo marmitas comigo para seguir a alimentação de uma forma que melhore meu desempenho no treino.

Quais benefícios o jiu-jitsu te trouxe?

Costumo dizer que o jiu-jitsu mudou minha vida. Sou, definitivamente, outra pessoa depois que comecei a treinar. Passei a confiar mais em mim, acreditar que sou capaz de fazer qualquer coisa, ser mais paciente. Com as dificuldades nos treinos, aprendemos a lidar mais facilmente com as dificuldades da vida. Sem falar nas amizades verdadeiras que fazemos dentro do tatame. Além de me sentir segura. Essas questões de assédio, de agressão contra mulher é algo que amedronta muito, mas com o jiu-jitsu, você sabe que pode se proteger. Digo para todas as mulheres que tenho oportunidade: treinem jiu-jitsu. Pode salvar a vida de vocês.

E a vida de atleta? Muitas dificuldades?

É um pouco corrido conciliar a faculdade com os treinos, mas a principal dificuldade é a questão financeira. Pois é um investimento muito alto com passagens para outros estados, inscrições, comprar kimono, manter uma alimentação no padrão. E eu não trabalho justamente por conta da rotina dos treinos e dos dias que fico fora para competir. Buscando arrecadar fundos para as competições, inclusive o campeonato mundial, estou fazendo algumas coisas em casa, entre um treino e outro para vender. São coisas feitas por mim mesma, faço bolo, biscoitos e agora estou indo para rua vender geladinho. Mesmo com essa dificuldade financeira, não me deixo abater e vou participando das competições que consigo bancar os gastos.

Quem são as suas inspirações no jiu-jitsu?

Primeiramente meu professor, Samuel Carvalho, que só falta desenhar a aula para facilitar meu entendimento. A Nika (Nika Schwinden) também é uma inspiração, pois além de boa de jiu-jitsu é muito humilde, já me acolheu quando precisei. E a Bia Mesquita que tem um estilo de luta que admiro muito.

Você acredita que o espaço das mulheres já está garantido no nosso esporte?

Estamos conquistando isso cada vez mais. Agora tivemos a grande conquista de premiação igual para homens e mulheres no Campeonato Brasileiro e Mundial. O que mostra que estamos chegando onde queremos, mas nossa batalha continua. Temos que lutar todos os dias para sermos ser respeitadas e reconhecidas. Acredito que estamos no caminho certo.

E para as meninas que pretendem ser atletas, alguma mensagem?

Não desistam! É difícil, às vezes achamos que não vamos conseguir, que não vamos aprender, que não vamos ter condições financeiras de manter. Mas isso passa, a delícia de ver a evolução dentro e fora do tatame compensa qualquer dificuldade.

Dayanne é campeã Sul Americana, além dos títulos também no São Paulo Open, São Paulo Pro e Rio Pro. Todos promovidos pela CBJJ.

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