Ser professor de jiu-jitsu fora do Brasil – parte II

No primeiro texto falamos sobre as possibilidades nos Emirados Árabes e na Austrália. Nesta sequência, vamos discorrer sobre outras possibilidades quando o assunto é trabalhar com o jiu-jitsu fora do Brasil.

Nos Estados Unidos (EUA) as possibilidades são variadas, principalmente devido ao grande número de academias que se multiplicam por lá. Mas, por conta da política de imigração rigorosa do país, deve-se ter muita atenção na hora de abraçar qualquer oportunidade na terra do Tio San.

Para encurtar o assunto, o ideal é que a pessoa saia do Brasil com um contrato de trabalho para alguma academia regularizada, pois não é possível trabalhar nos EUA com visto de turista. E por falar em visto, a atenção deve ser redobrada, pois existem vários tipos e cada um para uma finalidade. O empregador também deve atentar para a emissão de documentos que só ele pode requerer na hora de contratar um professor.

A mesma orientação serve para os países da Europa, como Espanha e Inglaterra, onde o jiu-jitsu tem crescido bastante por causa das academias que estão sempre inaugurando novas filiais. Assim como para vários países da Ásia, como Tailândia, Qatar e os Emirados Árabes, onde além dos projetos já existentes em escolas e bases militares, as filiais da Bad Boy e da UFC Gym vêm se instalando e contratando professores brasileiros.

Na Europa há ainda o crescimento de competições como o Europeu da IBJJF que acontece em Portugal e em 2019 deve bater recorde de participantes. Este e todos os demais eventos que ocorrem pela Europa e Ásia servem de vitrine para que mais pessoas se interessem pela prática do jiu-jitsu, o que leva ao aumento da necessidade de instalação de academias e, consequentemente, à necessidade de contratação de mais professores. Durante alguns desses eventos os candidatos podem se submeter a entrevistas para seleção de professores, como acontece nos eventos da UAEJJ, nos Emirados.

Fato é que o jiu-jitsu tem se expandido pelo mundo tão rapidamente que fica impossível descrever as exigências feitas por todos os países em poucas linhas, mas se fosse possível eleger cinco conselhos para quem deseja se aventurar neste sonho de viver do jiu-jitsu fora do Brasil, estes seriam:

  1. Jamais saia do Brasil sem um contrato de trabalho assinado, pois as histórias de brasileiros que foram ludibriados é muito maior do que se imagina;

  2. Você pode até conseguir ir para qualquer país sem falar inglês, mas as dificuldades serão enormes, inclusive na hora das entrevistas, então, aprenda o idioma antes de tudo;

  3. Mantenha seu passaporte em dia, pois alguns países exigem que ele tenha validade mínima de seis meses na data da viagem de ida;

  4. Mesmo que tenha um contrato assinado é sempre bom ir com uma reserva de dinheiro, afinal, você precisa sobreviver até receber seu primeiro salário;

  5. Se você vai para um país onde conhece pessoas que já moram lá, não tenha vergonha de pedir ajuda, pois muitos deles também foram ajudados e talvez nem tivessem conseguido sem isso.

Por fim, é importante você entender que num mercado competitivo e implacável como o atual, principalmente no exterior, o simples fato de você ser faixa preta e praticar jiu-jitsu todos os dias, ou mesmo ser um vencedor de todas as competições possíveis, não o tornam um bom professor. Então, estude para tal e nunca pare de aprender.

 

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