Atleta da Semana: Joselita Aquino

Nosso quadro Atleta da Semana vai nos trazer uma história muito interessante, sobre uma mulher que se reinventou. Isso mesmo, aos 51 anos a Joselita Aquino David, mãe de dois filhos praticantes de jiu-jitsu, se reencontrou na vida esportiva e está acompanhando-os na rotina de treino, percebendo os benefícios proporcionados pela arte suave. A aluna do Professor faixa preta Uoston Gonzaga, da equipe Corpo e Mente (Feira de Santana – BA), nos traz um belo exemplo de como o jiu-jitsu pode contribuir na superação de alguns problemas de saúde e claro, como no poema da Cecília Meireles, nos ensina que a vida só é possível reinventada!

“Já treino há 6 meses, sou faixa branca e entrei no jiu-jitsu com o objetivo de praticar exercícios, não pensava em me graduar, mas, quem sabe? Posso fazer daqui alguns dias? Mas estou aí, na luta, pois estava com problemas de pressão alta, mas, graças a Deus já está mais tranquilo, já normalizou. Estou querendo continuar.”

Seu ingresso no jiu-jitsu foi por influência dos seus filhos?

Assim, quando eu era bem jovem eu fiz Karatê um tempo. Depois que eu me casei e tive filhos eu parei. Tentei voltar mas não me adaptei muito na academia por conta de ser, para mim, treinamentos muito “parados”, não me davam muita motivação. Então meu filho tinha entrado há um tempo no jiu-jitsu, depois, minha filha, e eu sempre gostei de atividades com movimentação, dinâmicas, que não sejam muito rotineiros. Eu estava me sentindo muito cansada, sem motivação mesmo. Não estava bem. O corpo não estava bem, estava me sentindo muito cansada e, até em casa, no meu relacionamento. E agora, fazendo jiu-jitsu eu me sinto outra pessoa. Mais alegre, mais motivada. Assim, parece que a energia voltou… Que quando a gente chega numa certa idade, já viu né? Você começa a ficar bem lento. E é isso que me impulsiona no jiu-jitsu.

Como é a recepção das pessoas quando você fala que treina jiu-jitsu?

Tem muita gente que fala que as mulheres que treinam arte marcial são mulheres de força, de coragem… Dizem: ‘Poxa você tem coragem mesmo né? De fazer tal coisa. É mesmo, você tem coragem? Isso é um esporte violento, para homens. Para mulheres eu já acho que academia é melhor.’ As pessoas ficam, eu não diria, assombradas, elas ficam curiosas e perguntam: Como que faz? Como uma mulher assim gosta de fazer artes marciais dessa qualidade? Mas acredito que gostem, que acham bom. Os homens principalmente. Ficam curiosos, até porque mulher no jiu-jitsu é minoria, né!

Fale um pouco dos benefícios que o Jiu-jitsu lhe trouxe.

Foi muito bom, porque eu estava com sobrepeso. Emagreci um pouco. A pressão arterial melhorou, pois, eu estava com hipertensão e melhorou bastante. Eu sentia muitas dores de cabeça. Depois que eu comecei a participar dos treinos eu melhorei, não senti mais dores de cabeça. Meus problemas circulatórios diminuíram, meus pés ficavam inchados, pois tenho problemas de varizes. Até meu sistema digestivo melhorou. Deu uma secada na barriga. Só me trouxe benefícios.

Você observa dificuldades na vida de atleta?

Vejo sim! Nosso Brasil é um país recheado de atletas e pessoas que gostam do esporte, mas não tem muito incentivo do governo. Muitos não tem condição de pagar uma academia, de se manter num esporte que gosta. Nosso governo não nos dá muita opção. Tem algumas instituições mas são poucas. Tem pessoas boas para competir, para ganhar medalhas mas isso tudo atrapalha. Tira as chances, por falta de incentivo.

E para quem tem curiosidade sobre o jiu-jitsu? O que você diria?

Que conheçam, que visitem uma academia. É muito bom, muito gratificante, alegre. Muito bom mesmo! Que vão numa academia, que escolham uma arte marcial para fazer, uma arte que lhe dê mais prazer, que lhe dê alegria, satisfação. Que não fiquem em casa parados, isso é muito ruim. Que as pessoas se exercitem.

E a mensagem para quem já treina?

Que não parem! Principalmente os jovens que tem muito ainda pela frente. Mesmo que não queiram mais competir, continuem fazendo as aulas.

Joselita não pensa em competir, por enquanto. Mas o jiu-jitsu está mudando sua vida. Nós do BGM agradecemos a colaboração dessa guerreira, e esperamos que mais professores possibilitem treinamentos enquadrados à necessidade de pessoas como ela. Oss!

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