Atleta da Semana: Aline Pires

A atleta desta semana é a inspiradora mãe, trabalhadora, guerreira e multiatleta, da cidade de Curitiba, Aline Pires, faixa marrom da equipe Checkmat e ponta azul escura de Muay Thai da equipe Fight Clan.

Aline tem uma rotina super corrida e só de pensar fico cansada (rs), ao final da entrevista vocês vão perceber que só não arranja tempo, quem não quer. Confiram aí e motivem-se. Vale muito a pena ler até o final, ela é incrível!

Aline, como você conheceu o jiu jitsu?

Conheci o jiu-jitsu por meio de um ex-namorado que treinava e passava horas assistindo vídeos, isso despertou minha curiosidade e desde então faz sete anos que treino.

Sobre o muay thai e o MMA? Não tem medo de machucar o rosto?

Comecei no jiu-jitsu, depois comecei a competir Wrestling, um dia vi um treino de muay thai, achei legal, falei quer saber, porque não lutar MMA? Ouvi de algumas pessoas: isso não é pra você. Pensei comigo: ninguém diz o que eu posso ou não. Se não for para mim, tenho que chegar a essa conclusão sozinha.

Falei com meu amigo, faixa preta, Anderson Popó pra arranjar um lugar para eu treinar, pois queria lutar MMA. Falei: quero fazer uma luta amadora para ver qual é. Se eu gostar, vou me dedicar a isto. Ele me ajudou, treinei uns dois meses na academia Strikers House, com o professor Dilo, e apareceu uma luta de MMA Amador. Fui, lutei, ganhei (por finalização, claro rs) e então tive certeza que era isso que eu queria. Procurei o professor Daniel Abdul, porque ele tinha um trabalho bem legal e um time feminino bem forte na época.

Lembro que conversei com ele e falei: Você acredita que sou capaz? Eu não quero ser mais uma. Eu quero ser uma atleta profissional de MMA. Se você acredita na minha capacidade, treino com você. Ele já conhecia um pouco da minha história no jiu-jitsu e disse que com a minha dedicação poderíamos chegar muito longe.

Fiz oito lutas de Muay Thai e em 2016 estreei no MMA Profissional. Foi uma parte do sonho realizado. Não tenho receio de machucar o rosto. Até acho maneiro (rs), acho legal ficar com o olho roxo, é marca da batalha. Minha mãe diz que sou doida. Mas eu realmente acho legal. Ano passado operei meu nariz. Estava quebrado fazia um tempo e eu não conseguia respirar direito, tive que operar. Acho que faz parte.

Como é sua rotina de treino?

Como me dedico atualmente bastante ao MMA, além do jiu-jitsu tenho que conciliar os treinos de diversas modalidades. Segundas e quartas, treino MMA na hora do almoço, dou aula a noite, treino jiu-jitsu e depois vou para musculação. Terças e quintas treino MMA na hora do almoço e Muay Thai a noite, e depois musculação. Sextas, MMA na hora do almoço e faço um treino físico a noite.

Sábados pela manhã treino Wrestling e depois Sparring de Muay Thai. Domingo pela manhã faço escadaria (treino físico) e o restante do dia é meu descanso.

Sim ela descansa minha gente (rs)! E ainda sobra um tempinho para se descontrair com as aulas de dança, que começou recentemente e também é preciso conciliar tudo isso ao trabalho como programadora de sistemas.

Como é sua alimentação nessa rotina corrida?

Tenho um acompanhamento da nutricionista Bia Ramos, que montou uma dieta com algumas opções práticas ( como shakes) que eu posso tomar no intervalo dos treinos devido a minha rotina ser muito corrida. Facilita muito a minha vida, pois enquanto trabalho, consigo manter minhas refeições. Faço de cinco a seis refeições ao dia.

Quais os benefícios que o jiu-jitsu trouxe para a sua vida?

Sempre falo que o jiu-jitsu foi meu primeiro amor. Por meio dele tudo aconteceu na minha vida. Conheci outras modalidades de lutas. Conheci lugares que nunca pensei em estar. Conheci pessoas que hoje são como uma família para mim. Mais que isso, o jiu-jitsu resgatou minha autoestima e autoconfiança.

Fui aprendendo, a cada luta, que eu era capaz de realizar coisas que eu nem imaginava. Às vezes vejo algumas pessoas sofrendo com coisas tão pequenas, e penso, essa pessoa precisa aprender a lutar, ela vai descobrir que tem muita força ali dentro.

“Nós somos muito mais que imaginamos”

Quais os seus principais títulos?

JIU JITSU: Campeã Mundial(2012), Brasileira (2012), Sul Brasileira(2012), Sulamericana(2014), 17x Campeã Paranaense, Campeã Internacional Master (2014)

MUAY THAI: Vice-Campeã Brasileira (2016), Campeã VIII Golden Girls (2015) (sete lutas de

Muay Thai amador)

LUTA OLÍMPICA: Vice Campeã Brasileira (2015), Campeã Paranaense de Wrestling (2015)

BOXE: Campeã Copa Foreman de Boxe (2017)

MMA: Campeã da Copa Strikers 86.

É ou não é uma verdadeira campeã essa garota?

Como concilia treinos trabalho e família?

Meu filho está com 17 anos, então é mais fácil, pois não é tão dependente de mim. De manhã, deixo ele no trabalho e vou para o meu. Saio no meu horário de almoço para treinar e volto para o trabalho. Faço meus treinos a noite e volto pra casa. Ele estuda a noite, então nos vemos só quando ele retorna do colégio. Conversamos um pouco, fazemos algo pra comer e nos preparamos pra começar tudo de novo no outro dia. Atualmente moro na casa da minha mãe, porque fica perto do colégio dele. Ela me ajuda muito. Me ajuda com a alimentação e com as coisas da casa.

Quem são suas maiores inspirações no esporte?

Airton Senna. Acompanhava a carreira dele quando era criança e sempre me emocionava quando tocava a música dele no final das corridas. O admiro porque além de um excelente atleta, era um bom exemplo como pessoa.

Atualmente admiro muito a Cris Cyborg. Ela recebeu muitos nãos, e não desistiu. Hoje é umas das melhores atletas do mundo.

O Demiam Maia também é inspiração para mim. Tive oportunidade de conhecê-lo e treinar na academia dele em São Paulo. Fiquei admirada com a sua humildade, sem contar o jiu-jitsu dele, que dispensa comentários.

Me espelho em pessoas do bem. Acho que não adianta nada você ser o melhor atleta do mundo, se você não é uma boa pessoa. Hoje, por meio das redes sociais, muitas pessoas acompanham nossa vida, e querendo ou não, alguém está se inspirando em você, alguém está tendo você como exemplo. Por que não fazer o mundo melhor?

Você já sofreu algum tipo de preconceito nos treinos? Como lidar com isso?

Quando comecei a treinar não havia muitas mulheres treinando como hoje, então sempre tive que treinar com os meninos. Mas sempre gostei de treinar duro, sem frescura. Se eu visse alguém fazendo corpo mole pra treinar comigo, eu dava o meu melhor, fazia a pessoa sair dali, pensando: Caramba, ela treina para valer. Eu acho que em situações onde há o preconceito, a melhor maneira de lidar é essa: Mostre do que você é capaz. Tem uma frase que eu gosto muito que diz: Seja tão bom que as pessoas não possam te ignorar. Acho que é esse o caminho.


Então é isso gente, a Aline é ou não é uma pessoa motivadora? Eu já a admirava muito, agora, não tenho nem palavras. Obrigada pela entrevista e parabéns por ser um exemplo de atleta e além de tudo e o mais importante, uma pessoa acessível e humilde. Por onde ela passa, trata muito bem as pessoas, sem passar por cima de ninguém. OSS!

Se você gostou da história da Aline Pires e tem interesse em saber mais sobre essa super atleta, é só conferir as redes sociais dela. Caso você tenha interesse em patrocinar a atleta, é só entrar em contato nos links abaixo:

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