Copa Maria Bonita 2018

No último dia 18 de março, aconteceu a grandiosa Copa Maria Bonita, na cidade de Maceió/AL. Evento de jiu-jitsu exclusivamente feminino. Campeonato do qual tive o prazer e a honra de prestigiar, afinal é mais uma importante via de afirmação das mulheres no esporte.

Vamos então saber um pouquinho da história do evento?

Os criadores da Copa Maria Bonita são Flávia Gomes de Barros (faixa azul da ZR Team Alagoas) e seu marido e professor Erick Costa (faixa preta da ZR TEam Alagoas). A primeira edição da Copa aconteceu em abril de 2016 e contou com aproximadamente 160 atletas.

Em 2017, a segunda edição aconteceu em março e contou com 192 meninas, o que deu respaldo à continuidade da competição anual. Nesta última edição foram 270 atletas! Isso mesmo. A Copa Maria Bonita cresce em números a cada ano. Estiveram presentes atletas de várias cidades de Alagoas, Pernambuco, Sergipe e até de outros países (atleta da Suécia).

A ideia de organizar a Copa Maria Bonita surgiu em novembro de 2015, quando o casal, durante uma conversa (de madrugada rs) começou a discutir o motivo pelo qual as premiações entre homens e mulheres eram diferentes. Flávia e Erick já organizavam a Copa Sandro Melo de Submission, que foi o primeiro evento do Estado a pagar a mesma premiação para mulheres e homens na categoria absoluto. Então, juntos, decidiram realizar uma competição exclusivamente feminina, haja vista o crescente movimento de valorização à atuação feminina em todas as áreas e a elevação da autoestima.

Flávia confessa que a princípio ficou com um pouco de receio, pois sabia que se não houvesse, no mínimo 100 guerreiras, o evento não se pagaria e haveria inevitável prejuízo financeiro. Mas felizmente, com medo e tudo, o casal enfrentou o desafio e, sem qualquer apoio, inaugurou a linda Copa Maria Bonita.

Como dito anteriormente, foram 160 inscritas. A contabilidade fechou sem lucros e sem prejuízos e o sucesso foi imenso! As próprias participantes comentaram que adoraram o evento, que, sem dúvida, retornariam nas próximas competições e que incentivariam as colegas que não puderam participar. Dessa forma, Flávia e Erick definiram a meta: mais investimentos em divulgação e no contato direto com as atletas.

Bom, a principal dificuldade de todas as edições até hoje, segundo os organizadores, é a falta de apoio financeiro por parte do poder público/privado. Na primeira edição, só houve o incentivo de um vereador local, que é um grande apoiador do esporte amador. Mas o valor da ajuda, por mais boa vontade que existisse, tornou-se irrisório quando os gastos foram colocados no papel. Logo, a primeira grande dificuldade foi o aporte financeiro para garantir as premiações. Mas como a própria Flávia disse: “as contas de casa atrasam um pouco, mas a Copa sai!”

Para dar um pequeno exemplo, cada medalha da terceira edição custou R$ 17,00. Os troféus, para as campeãs do absoluto, foram confeccionados em bronze por um artesão de Caruaru/PE (vale destacar: LINDOS!) e custou mais de R$ 100,00.

Mas com o crescimento do evento e a grande visibilidade, o cenário tem mudado um pouco e algumas pessoas vestiram a camisa e ajudaram bastante. Como uma forma de agradecimento, Flávia e Erick pontuam os incentivadores:

  • O vereador Eduardo Canuto e seu programa Esporte Campeão, que sempre fez excelentes coberturas jornalísticas do nosso campeonato.
  • Esse ano, pela primeira vez, houve a parceria com a empresa Fika Frio, originalmente alagoana que forneceu às atletas picolés durante todo o evento e ainda fez promoções com os espectadores. Foi um verdadeiro campeonato “gourmet”, como as próprias meninas falaram. As campeãs também foram “mimadas” com deliciosos brownies.
  • Também, pela primeira vez, ofertou-se alojamento gratuito para as atletas, fruto de uma parceria com a Secretaria Estadual de Esporte e Lazer – SELAJ, objetivando diminuir os gastos das meninas de outros Estados que são a grande maioria de inscritas nos campeonatos.
  • Muitos brindes foram garantidos pelas parcerias, como o Brownie do Antônio; a Brazil Combat, que preparou lindos kimonos exclusivos do evento; a água mineral Solara, fornecendo gratuitamente água para as atletas; a LivFarma, uma empresa pernambucana que ofertou suplementos às campeãs; a VIP Sports, responsável pela confecção das camisas do evento;  a Fight Club Store, com lindas camisetas; o Açaí Mania, repondo as energias; e a empresa da Gallery Cosméticos, que premiou as atletas com produtos de beleza.

A Copa Maria Bonita vem acompanhando o crescimento do jiu-jitsu feminino no país. É um evento diferenciado, por ser exclusivamente feminino, mas, também, pelo que representa para as mulheres que lutam.

O objetivo principal sempre foi valorizar as atletas, proporcionando uma atmosfera feminina, premiações em dinheiro e muitos mimos dentro e fora do tatame. Sempre com a preocupação de agradá-las e dar todo o carinho que as outras competições mistas ainda, infelizmente, não conseguem fazer.

Com essas três edições, a Copa Maria Bonita ganhou os olhares não apenas do Brasil, mas de vários outros países. Os organizadores estão quase certos que o campeonato é o primeiro do mundo neste formato e com esta quantidade de atletas. O que traz uma grande alegria e uma grande responsabilidade.

Os novos objetivos são aumentar as premiações para as campeãs e manter o nível de excelência que foi atingido. Serão fechadas mais parcerias, a fim de oferecer ainda mais brindes. Além disso, serão organizadas ações fora do campeonato, como seminários e palestras, com o intuito de despertar, nas mulheres, a importância de brigarem por seus espaços e por sua valorização.

Fortalecer o jiu-jitsu feminino é a meta principal. Fazer com que as mulheres continuem treinando em igualdade com os homens e lutando por seu reconhecimento nas competições mistas, inclusive as maiores do país. Chega de premiação inferior! As meninas pagam o mesmo valor de inscrição e, embora estejam em menor quantidade, não se estimula a participação feminina baixando o valor de suas premiações. Coerentemente Flávia conclui: “a participação aumenta à medida que elas se sentem valorizadas e estimuladas. E os organizadores de campeonatos precisam atentar para isso.”

Agora falo como atleta amadora que participou do campeonato: foi lindo! Houve luta para todas as categorias e isso é muito bom. O local do evento foi de fácil acesso e acolhedor. A arrumação também tinha toques femininos e os organizadores e sua equipe foram muito receptivos. Havia muitas crianças na quadra, afinal, muitas das guerreiras já são mamães. Também houve arrecadação de alimentos não perecíveis, para distribuição a entidade local. O campeonato teve início na hora marcada! E realmente o clima foi de muita amizade e confraternização. Uma palavra resume: ORGULHO!

E digo mais: prepara que tá vindo o PRIMEIRO CAMPEONATO NORTE E NORDESTE DE JIU-JITSU FEMININO! Acessa lá no Instagram: @campfemininojj

 

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