Essa semana meu mestre pediu pra eu fazer um banner com a “árvore genealógica” do nosso jiu-jitsu. Então ele me enviou uma imagem com o que seria a ordem correta da minha origem. 

Ele, o mestre dele, o mestre do mestre e assim por diante até chegar no mestre percursor do jiu-jitsu brasileiro, mais conhecido como Conde Koma. 

Fui então pesquisar, de curiosidade, mais sobre as árvores genealógicas do jiu-jitsu e procurar saber mais de cada indivíduo. Acabei encontrando um, meio perdido, no meio da árvore. Já tinha visto o nome rolando na grande lista de integrantes da família Gracie, mas nunca deram muita importância pra ele. 

Por um detalhe ele estava lá na minha árvore, já que estava depois do Hélio e antes de Carlos Gracie Jr. Então quis saber mais sobre essa figura meio perdida: Rolls Gracie. Achei que seria interessante dividir com vocês o que eu aprendi sobre ele. 

Esse texto será breve, mas espero que percebam que mesmo com pouca história já é possível admirar muito um indivíduo. Principalmente quando em tão pouco tempo ele realizou tantas coisas pelo esporte. 

Rolls era filho de Carlos, mas foi criado por Hélio. Uma dessas quizumbas familiares que todas as famílias têm. Nessa época, Hélio ainda não tinha filhos e cuidou de Rolls como seu e conta-se que as lições de jiu-jitsu já tinham começado antes mesmo dele aprender a andar. 

Aos 12, Rolls já ajudava nas aulas da academia de Hélio. Aos 16 já era faixa preta. Por sua mãe residir nos EUA, Rolls viajou muito e já era fluente em inglês e com uma cabeça a frente de seu tempo. Diziam que era o Gracie com a mente mais aberta, tinha interesses diversificados, não só na arte suave, mas em outras artes no geral, incluindo as marciais e outros esportes como o surf e asa delta. 

A certa altura de sua vida, Rolls deixou a academia de Hélio e se juntou a seu meio irmão Carlson. Nesse período eles organizaram e fortaleceram o jiu-jitsu como esporte, não somente como defesa pessoal. Organizaram e criaram as regras de arbitragem, graduações, estabeleceram tempos de lutas para cada combate, revolucionando assim o mundo do jiu-jitsu. 

Ele sempre foi muito talentoso e destemido em tudo que fazia. Participou da organização e das competições do 1º Torneio Oficial de Jiu-Jitsu do Estado da Guanabara, o qual se sagrou campeão na categoria e no absoluto. Era um grande competidor, não só no jiu-jitsu, como também no judô, luta greco-romana, sambo e boxe. 

Como pode um lutador tão talentoso e dedicado ao esporte, que revolucionou o funcionamento da arte não aparecer tanto no cenário a ponto de ficar perdido entre os vários Gracies da família? 

Rolls era muito corajoso, mas uma de suas aventuras de asa delta pôs fim, precocemente, a sua vida. Aos 31 anos ele faleceu, deixou a esposa e dois filhos, Igor e Rolles. Dizem que se ele não tivesse partido tão cedo hoje já teria feito do jiu-jitsu um esporte olímpico. 

Mesmo tendo partido muito jovem sua contribuição para o avanço do nosso esporte foi tremenda. Valeu Mestre Rolls! OSS!!!


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