O jiu-jitsu é para mim?

Acredito que essa seja uma pergunta frequente entre os iniciantes, principalmente quando não começamos durante a infância ou adolescência. Antes de responder ao questionamento acima, a partir da minha experiência, vou falar sobre o meu início no jiu-jitsu.

Antes de colocar um quimono e ir treinar jiu-jitsu, treinava outra arte marcial há mais de dois anos. Sempre admirei todas elas e se realmente pudesse, treinaria muitas delas. Então, uma grande amiga me convidou – há pouco mais de dois anos também – para um treino e até hoje não consegui me distanciar da arte suave. Embora ainda goste muito, muito, da anterior – para qual pretendo voltar um dia – por falta de tempo, precisei optar por uma delas e o jiu-jitsu me seduziu intensamente. Mas a falta de tempo ou a administração dele será assunto para depois.

O início não foi nada fácil. Acredito que seja assim para todos. Percebia que eu e minhas contemporâneas tínhamos dificuldades semelhantes e às vezes surgia o questionamento: será que isso é para mim? Sobretudo, perguntava-me por que recebia muitas pancadas pelo fato de estar desajeitada ainda, os braços e pernas estavam sempre com imensas marcas roxas, o corpo doía bastante e não conseguia fazer absolutamente nada! Melhor dizendo, por outro ângulo, eu conseguia sim: ficar roxa, levar grandes pressões e ser finalizada em poucos segundos rsrs…

E como se não bastassem todas essas dúvidas pairando na minha cabeça inquieta, por causa das dores, mais especificamente de uma dor no ombro que estava me impossibilitando de treinar e até de fazer alguns serviços domésticos, procurei auxílio médico. Pois bem, quando relatei o que sentia e fui indagada se fazia alguma atividade física e há quanto tempo, respondi toda fofa (sinônimo de orgulhosa, pelo menos na minha família rs): “jiu-jitsu! E treino há um ano”. O médico, delicado feito um coice de girava, perguntou: “não acha que tá velha pra isso não?”. Completou a fala me sugerindo procurar algo mais adequado como, por exemplo, pilates (calma gente, nada contra o pilates, seria até uma boa associá-lo aos treinos).

Bem, como sou daquelas sem belas respostas prontas na ponta da língua, ignorei a pergunta e tratei de tirar outras dúvidas, mesmo um pouco contrariada, afinal sou uma jovem de 32 com um corpinho e carinha de 32! Voltei para casa e aos treinos processando todas essas informações e decidi que insistiria sim, afinal nunca larguei os desafios facilmente. E sinceramente, foi a melhor decisão.

Com o passar do tempo, os roxos foram diminuindo a ponto de hoje passar semanas sem os ter, e quando eles aparecem fico até orgulhosa. Vocês acreditam? As dores diminuíram quase que completamente, a não ser em algum treino em que há algum machucado específico; já não sou mais finalizada em segundos, dou um trabalhinho e faço uma raivinha, no bom sentido, claro.

Agora a lista do que foi mais importante: a minha NÃO desistência me fez fazer amizades muito boas, que têm acrescentado bastante nos meus treinos e vida pessoal. Tenho evoluído na arte, no meu ritmo, claro, com inúmeras dificuldades no dia a dia; estou tendo o privilégio de observar como o jiu-jitsu pode adicionar sentido à vida de alguns e ser determinante no desenvolvimento, como um todo, na vida de outros; e, logicamente, posso falar que as mudanças na minha vidas foram benéficas, mas isso também é assunto para outro momento, é muita coisa…

Se o jiu-jitsu é pra mim? Ô se é! É pra mim, é pra você, é pra qualquer pessoa que esteja disposta a aprender algo novo e que traz um efeito físico e mental em cadeia do qual só quem faz pode entender. Não importa o seu peso, a sua cor, a sua idade, o seu sexo. Basta querer. Basta respeitar suas limitações e o seu corpo. Basta ter respeito pelo próximo.

Então, quando a pergunta do título passar por sua cabeça, lembre-se: com o tempo, seu corpo se acostumará, e as dores vão passar; as marquinhas arroxeadas serão menos frequentes e seu corpo ficará mais forte e tonificado; sua capacidade de concentração será aumentada; você vai perceber que é capaz de fazer coisas com o corpo que nem imaginava (flexibilidade, saltos, etc.); terá qualidade no sono; será  forçado inconscientemente a ter uma alimentação mais saudável; socializará bastante nos treinos, seminários e competições; e se sentirá muito mais confiante, em tudo aquilo que desejar fazer.

Por isso não deixe, nunca, que seus próprios medos e os julgamentos alheios o paralisem. Siga em frente e vida longa ao jiu-jitsu em nossas vidas! Oss!

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