O dia que dei uma chance para o Jiu Jitsu

Há três anos atrás eu recebi um diagnóstico de Artrite Reumatóide e se na época eu já não era muito saudável a tendência foi só piorar. Com 21 anos de idade a última coisa que eu queria era tomar remédios, parar de comer besteira e ir pra academia. Entre indas e vindas na academia, a minha alimentação continuava péssima e os remédios largados, até que um ano atrás depois de algumas crises bem difíceis, decidi levar o tratamento a sério. Comecei a tomar todos os remédios, ingerir água, fiz ajustes na alimentação, mas a academia nada rs. Cada hora eu dava uma desculpa, até que dois meses atrás eu decidi voltar de vez.

A primeira coisa (e a mais importante) era a liberação do meu médico e isso eu já tinha, então como uma boa internauta fui pro Google e durante semanas pesquisei sobre todas as modalidades possíveis até que o Jiu-jitsu me mordeu, isso mesmo, me mordeu rs. Eu ficava lendo sobre a filosofia do esporte, sobre pessoas que venceram limites, se superaram  e sobre todas as mulheres que estavam aderindo a prática.

E aí foi aquela coisa: “Eu acompanho as lutas pela TV mas não vou passar da primeira aula”, “E se eu não conseguir?” e na pior das hipóteses: “E se o professor virar pra mim e falar que meu lugar não é aqui?” Além de todas as dúvidas que eu tinha, do medo do desconhecido, a vergonha de falhar, os problemas de saúde me deixaram ainda mais insegura (apesar da liberação do médico) e eu me sentia intimidada de voltar para a academia.

Até que por fim eu decidi: “Vou fazer uma aula experimental”! e lá fui eu, oito da manhã, sem kimono, totalmente nervosa para descobrir que nenhum aluno tinha ido de manhã e eu faria aula sozinha. Gelei, mas fui mesmo assim e apesar de não estar adaptada com os nomes, movimentos, saí de lá com um gosto de quero mais.

Voltei para as aulas e  boa parte das pessoas se propuseram a me ajudar, a me ensinar e isso foi muito gratificante. E apesar disso, no meu terceiro dia ouvi: “Para lutar vai ter que ser mais machinha hein” de um cara e saí da academia revoltada falando que não pisava mais no tatame, que ia usar o dinheiro do meu kimono pra qualquer outra coisa rs. Mas lembra quando falei das pessoas que estavam apoiando esse processo? Elas não estavam só na academia, mas fora também e depois de três dias eu pisava em um tatame de novo e continuo pisando porque o Jiu-jitsu realmente me mordeu.

O que eu aprendi com isso? Que tudo que eu li falando sobre foco, respeito e disciplina era verdade, que tanto na vida quanto no esporte você tem torcida contra e torcida a favor, mas que no fim das contas a única pessoa que pode te parar é você mesma e por isso não me arrependo de ter dado uma chance para o Jiu –Jitsu.

Ah e sabe aqueles dias sem kimono, que você não conhece muita gente, fica nervosa, acha que não vai conseguir? Eles ainda acontecem, mas cada dia que eu decido ir e fazer o meu melhor mais uma etapa é vencida. E assim vai continuar.

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