Sobre o jiu-jitsu de campeonatos

O Jiu-Jitsu de competição representa apenas 30% do Jiu-Jitsu real.
Sem os demais 70%, que incluem defesa pessoal em pé, defesa de socos, técnicas de clinche
e guarda para vale-tudo, o praticante não desenvolve integralmente
a confiança para andar tranquilamente nas ruas,
certo de que pode sobreviver a qualquer eventual confronto
”.

Rickson Gracie, Revista GracieMag de 23 de julho de 2010

Competir é fantástico! Como alguém que compete na modalidade do jiu-jitsu eu posso dar testemunho do quanto é empolgante e, mesmo, importante se participar de competições de jiu-jitsu. Aprendemos muito sobre nós mesmos (aspectos psicológicos), muito sobre nossa evolução técnica e podemos comparativamente ter uma noção do nosso nível técnico bem como grau de aprendizado. Há diversos artigos no portal da BJJ Girls Mag que discutem isso.

As regras são por muitos, e por muitas vezes, duramente criticadas. Tempo, lutas vencidas com antijogo, apenas por uma vantagem, apenas por uma punição etc. Entretanto, como modalidade esportiva, o jiu-jitsu esportivo (como o nome diz) é um esporte e precisa de regras. Mas é preciso ter claro em mente que jiu-jitsu esportivo é apenas uma das modalidades da arte suave. Assim, sendo, vemos inúmeras comparações entre os defensores da old school (velha escola) e o que é ensinado atualmente nas academias de arte suave.

Quero que você tenha em mente que eu sou um defensor do jiu-jitsu esportivo. Não tenho nada contra ele. Antes, ao contrário, sou praticante também desta modalidade. Mas o domínio mínimo adquirido com o tempo (e muito treinamento duro) desta modalidade não me habilita a ser um faixa preta. Dominar o mínimo necessário nesta modalidade é apenas uma parte do requisitos necessários para a formação de um faixa preta.

E quais seriam as outras modalidades necessárias? Creio que o próprio Rickson Gracie já nos respondeu. As academias que ensinam hoje a arte suave, salvo algumas exceções, ensina apenas a modalidade de jiu-jitsu esportivo. Acredito que os professores deviam não somente ensinar e incentivar a prática competitiva, mas também ensinar a importância da defesa pessoal, bem como suas técnicas e sobretudo pensar sobre como seus alunos e graduados vão enxergar o esporte enquanto cidadãos.

Também acho crucial se entender o lado financeiro de quem vive da arte suave. O jiu-jitsu esportivo é a modalidade que em geral as pessoas desejam praticar. E não há nada errado nisto! As pessoas treinam pelos mais variados motivos e nenhum deixa de ser nobre em princípio.

Então qual seria uma possível solução? Mais uma vez tenho uma sugestão de cunho pessoal. Creio que seria a transparência com quem está aprendendo jiu-jitsu. Deixar claro que está se treinando a modalidade de jiu-jitsu esportivo. E oferecer opções para quem quiser uma formação mais completa na arte suave. Desta forma a essência e conhecimento do jiu-jitsu não se perderá.

Agora faço as seguintes perguntas para você. Em sua academia, qual lado é mais trabalhado, o lado competitivo ou o lado do jiu-jitsu tradicional? Você gostaria de que fosse mais trabalhado esse lado do jiu-jitsu tradicional com a inclusão de técnicas de defesa pessoal?

Se o professor ou professora chegasse na academia hoje e dissesse: – Coloquem as luvas, pois iremos ter aula de defesa pessoal! Qual seria sua reação?

Queremos saber sua opinião!

Bons treinos à todos.

Oss!

Leia também: Budo, o caminho esquecido

 

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